Passarinhos e o seu melhor amigo, o passarinheiro
Cuidado com a vida deles
Esta abordagem tem a intenção de demonstrar, que os passarinheiros podem ser úteis na preservação de várias espécies , evitando que corram o risco de estarem extintas daqui a algumas décadas como poderá estar ocorrendo se nos basearmos nos seguintes itens:
1 – Os desmatamentos, como um todo, tomando como exemplo só restam aproximadamente 7% da mata atlântica . Plantios de soja, café, coco,eucalipto, algodão, etc… vem ocupando cada vez mais lugar nesse contexto e é interessante conotar que esses tipos de plantios não servem de alimento para pássaros granívoros ou frugívoros e que aliados a queimadas e pastos para atender a um rebanho bovino ,de aproximadamente 190.000.000 de cabeças ,perfazem uma área bastante considerável de degradação do meio ambiente .
2 – Vários brejos, próximos ao litoral, vem sendo aterrados e espécies que neles habitavam estão desaparecendo e dentre elas algumas não tanto apreciadas pela maioria dos passarinheiros como: ( coleiras do brejo, azulões , etc… ).
3 – O uso indiscriminado de agrotóxicos conforme o site www.funasa.gov.br, onde no Guia de Vigilância Epidemiológica é citado o caso de Macuxis, em Roraima, onde diversas pessoas foram intoxicadas, fontes de abastecimento de água foram contaminados e milhares de pássaros foram mortos. Tudo isso , supra citado, vêm acarretando prejuízos irreparáveis para o ecossistema.
4 – Observações Gerais: Aves exóticas e pássaros têm sido apreendidos e encaminhados para locais de “readaptação” onde muitos adoecem e morrem e os que porventura sobrevivem , provavelmente, têm sido soltos em áreas distintas de suas respectivas procedências geográficas e também não há avaliação estatística para se saber quantos realmente sobrevivem e se readaptam pois quase sempre são soltos em uma natureza que dificilmente os acolherá , porque não há muito o que comer, e advindo disto muitas espécies como canários , sanhaços e outras têm sobrevivido e estão se reproduzindo em cidades do interior porque nessas cidades essas espécies vêm encontrando alimentação oferecida pelos habitantes locais .
5 – A soltura de pássaros implica em outros cuidados, porque varias espécies são extremamente territorialistas e atacariam os libertados de cativeiro e também porque muitos, quando doentes, são tratados com medicamentos diversos e se curados e imunizados talvez possam , como portadores, transmitir doenças adquiridas em cativeiro para demais pássaros nativos. Como exemplo, a transmissão do vírus da gripe, do frango asiático, com origem ainda não bem determinada, pode ter sido desencadeada por aves aprisionadas, por pesquisadores , identificadas e ,possivelmente, tratadas de determinadas doenças e então depois libertadas. Porém , como já foi mencionado, graças a muitos criadores, varias espécies estarão salvas da extinção pois vem sendo reproduzidas em cativeiro e talvez , no futuro, possam estar tão disseminadas como os periquitos australianos , canários belgas, etc…
6 – As anilhas com o diâmetro interno único , para cada espécie, poderão causar no futuro danos, em pássaros que tiverem tendência de engrossamento das pernas porque, em mesmas espécies, os pássaros diferem entre si em tamanho, espessura de pernas, tarsos, etc…
7 – Os órgãos ambientais poderiam convocar, sem aplicação de penas, os possuidores de pássaros que estão na clandestinidade a legalizar as aves que porventura tenham em seu poder e que poderiam ser anilhadas com anilhas especiais. Com essa medida seria mais fácil dimensionar os pássaros nativos ,em cativeiro, com um controle maior sobre os traficantes que, certamente, não se cadastrariam.
8 – Estimular os possuidores de pássaros a fazer com que seus pássaros se reproduzam em cativeiro e conscientizar a todos, de um modo geral, a não adquirir pássaros clandestinos, conscientizar principalmente os proprietários de áreas rurais a preservar parte da mata nativa de suas respectivas propriedades e que também denunciem os caçadores pois somente com a conscientização a biodiversidade como um todo poderá ser preservada. Um exemplo de conscientização teve início na década de setenta,quando as baleias jubarte e os micos leões dourados, entre outros, começaram a ser preservados e talvez hoje estejam fora da lista dos animais em vias de extinção. Finalizando, conscientização será sempre a melhor maneira de se preservar a biodiversidade.
Notas para efeitos comparativos: Áreas aproximadas – Brasil 8.514.215 Km2 – Amazonas 1.578.820 Km2 – Plantio de Soja 220.000Km2 – Pastos para gado bovino (dados de 1995) 1.782.629 Km2 , ES 46.184 Km2. Fontes: Embrapa e IBGE
Sebastião Ricciardi