Criar Passarinho pode ajudar a conservar as espécies
Uma atividade legal
No Site do IBAMA publicado no dia 04.11.04 – Notícias
Criar passarinho pode ajudar a conservar as espécies
O hábito de criar passarinhos pode ajudar na conservação das espécies. Mas isso só vale para quem cria as aves em acordo com a legislação ambiental que, ao contrário do que muita gente acredita, não só permite como regulamenta o modo correto de se estabelecer as criações.
No Brasil, estão legalizados no Ibama cerca de 95 mil criadores de passeriformes – termo de origem latina que designa as aves que têm forma de pássaro, lembrando que nem toda ave é pássaro, mas todo pássaro é ave. Normalmente, chama-se passarinho às aves que se caracterizam pelo canto atraente e por serem de pequeno porte.
Mas é justamente o canto dos pássaros que atrai tantos criadores. O estado brasileiro com o maior número desses aficionados por pássaros é Minas Gerais, com 25.085 criadores cadastrados no Ibama. Em seguida, vem São Paulo (25.073); Rio de Janeiro (8.331) e Espírito Santo (5.046).
Juntos, os criadores amadoristas representam a esperança de sobrevivência para espécies que estão desaparecendo da natureza devido ao intenso tráfico de animais silvestres. Exemplo disso é o curió. Seus trinados fascinam tanto que ele acabou se tornando uma vítima preferencial dos traficantes. Foi tão retirado da natureza em regiões como o estado de São Paulo, por exemplo, que hoje em dia é quase impossível achar um deles nas matas paulistas. Em outras regiões do país, a ave segue o mesmo lamentável destino.
Por sorte, os curiós também são os favoritos entre os criadores autorizados. São cerca de 260 mil curiós cadastrados no Ibama. O fato de constarem no cadastro oficial significa que são animais cuja origem é legal. São crias de aves nascidas em cativeiro há, pelo menos, duas gerações, conforme determina a lei. Esse plantel poderá ser usado no futuro para reintroduções nas matas antes habitadas pelos curiós.
O segundo passarinho no gosto dos criadores é o canário-da-terra, outro exímio cantor das matas. Existem cerca de 224 mil aves dessa espécie cadastrados. Em terceiro lugar, vem o trinca-ferro, com 164 mil inscritos.
Além desses, estão o bicudo, o azulão, o pintassilgo e o sabiá-laranjeira, todos pássaros canoros e que podem ser criados em cativeiro, desde que respeitadas as regras legais emitidas pelo Ibama.
Para se tornar um criador legal, é preciso começar adquirindo exemplares de criadouros amadoristas cadastrados ou de lojas especializadas que vendem animais com origem certificada. Depois, basta acessar o site do Ibama: www.ibama.gov.br/sispass e preencher o cadastro com as informações corretas. As tentativas de fraude no sistema de criadores de passeriformes são punidas pela lei 9.605/98, a Lei de Crimes Ambientais.
(criar2.doc)
Jaime Gesisky/Ascom/Sede
Escrito por Jaime Gesisky/ASCOM-IBAMA, em 5/11/2004