ONG do setor produtivo em MT quer recuperar

Exemplo a ser seguido

ONG do setor produtivo em MT quer recuperar 100% das matas ciliares nos principais rios do estado

Lançado em agosto passado, o Instituto Ação Verde reúne significativa parcela dos setores produtivos no estado do Mato Grosso. Integram a ONG a Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (FIEMT), a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), a Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja), a Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa), a Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), o Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindálcool), o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira (Cipem) e o Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso (Sincremat).

Em seu projeto de estréia, a entidade se comprometeu a, até o ano de 2020, preservar e recuperar o que está degradado em 100% das matas ciliares dos principais rios do Mato Grosso. O primeiro beneficiado é o rio Cuiabá, com 812 Km de extensão da nascente à foz, conforme antecipou a AmbienteBrasil o engenheiro florestal Paulo Henrique Borges, gerente do Instituto Ação Verde e seu responsável técnico.

Segundo ele, o rio Cuiabá tem 16 mil hectares de área de preservação permanente. Pelo levantamento da ONG, pouco mais de 10% dessa área encontra-se em estágio de degradação que demanda intervenção imediata – daí porque ser o primeiro escolhido para o projeto de recomposição de matas ciliares.

“Queremos mostrar que produzimos sim, e muito, mas com sustentabilidade”, coloca Paulo Henrique, para quem “os justos estão pagando pelos pecadores”, na conta da “imagem distorcida” que o Mato Grosso vem adquirindo, sobretudo no exterior, em função dos índices de desmatamento registrados no estado – conforme o executivo, em sua maioria, feitos sob a luz da legalidade. “Os números assustam porque as áreas são grandes, mas se desmata o que a lei permite”.

Assim, em prol dessa nova imagem, associada à sustentabilidade, o projeto do Instituto começou a ganhar corpo no dia 10 passado, na fazenda Buriti, em Chapada dos Guimarães (65 km de Cuiabá). Lá, cerca de 30 pessoas – entre acadêmicos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), membros da 13ª Brigada do Exército Brasileiro e da instituição – realizaram a coleta de sementes de árvores nativas da região. Essas sementes são beneficiadas e armazenadas em um banco.

Em janeiro próximo, o Ação Verde vai implantar cinco grandes viveiros – um em Cuiabá, para criação de 2 milhões de mudas / ano; e outros quatro com capacidade para um milhão de mudas / ano cada, distribuídos pelas cidades de Rondonópolis, Sinop, Cáceres e Barra dos Garças. A idéia é, em outubro que vem, portanto daqui a um ano, dar início efetivamente ao plantio.

“Vamos trabalhar com os três biomas da região – Cerrado, Pantanal e Floresta Amazônica”, diz Paulo Henrique, que aproveita para convidar todos os setores produtivos do país – de base florestal ou não – a doarem sementes.

Mônica Pinto / AmbienteBrasil

Escrito por Mônica Pinto , em 26/10/2007