Curió Preto Velho

O carinho venceu

Tópico: Curio Preto Velho

Mario Christ escreveu em 1/12/2005 17:29

Caso queiram publicar.

Trabalho e moro na Cidade de Estancia Velha, RS, desde de muito pequeno, na Cidade Natal de Cunha Porã,SC, ajudava meu Pai no trato dos Canários Terra. Mudei-me para onde resido, hoje e trabalho como Corretor Profissional de Seguros, há mais de 20 anos.

Dizem que passarinheiro é um vicio e posso afirmar que sim. Sempre ouvia meu Pai, ainda vivo, residente na mesma Cidade, contar que: “ao mudar-se para aquele estado de Santa Catarina, pois é natural do Rio Grande do Sul. Amanhecia ao canto dos curiós, deitado na cama ouvindo, segundo ele a melodia dos Deuses. Nunca pensou em capturar, sempre imaginou que ao acordar ouviria para sempre, o Canto do Amigo do Homem”. Hoje, já faz mais de 50 anos e neste tempo, vieram madeireiras, colonos e houve o desmatamento. Sumiram os amigos de meu Pai, talvez proximo a divisa do estado de SC/RS, nas barrancas do Rio Uruguai, possa se ouvir o tão saudoso canto.

Cresci ouvindo estas histórias, não me lembro dos bandos de curiós, que meu amado Pai falava. Talvez por já não existirem, bandos e muito menos, casais deste amigo passaro, em minha infancia. Mas, o amor por passarinhos já me havia contaminado e carregava este vicio saudavel em minhas veias. Sempre em minha casa tinha algum passaro, porem, nunca tive o previlégio de conhecer o Curió.

Muitos dizem que: Se sonhares com o teu objetivo, em algum momento teu subconciente, te levará até ele. Sempre sonhei e desejei conhecer e até poder ter este passaro.

Certo dia, com a agenda sobrecarregada, fui efetuar um contrato de seguro, em uma residencia no municipio de São Leopoldo,RS. Após negociar e fechar o contrato, olhei por sobre o muro vizinho e me deparei com uma cena muito triste. Pendurada em uma arvore uma gaiola imunda, com um pote de margarina com água podre e um pote com milho quebrado e um pássaro, quase que totalmente pelado, literalmente sem penas. Perguntei a dona da residencia, o que era aquilo? Disse-me, que era um passaro de seu filho, mas que o mesmo era muito relachado. Neste meio tempo aparece o mal feitor e me disse não saber que passaro era e movendo os ombros para cima e para baixo, me disse, vai morrer mesmo. Não suportei tanta frieza de um ser humano em relação ao passaro, e solicitei que me desse o passaro, eu tentaria recupera-lo. Pediu-me R$ 5,00 (cinco reias) dei-lhe R$ 10,00 (dez reais) e peguei a gaiola, fedia. Desloquei-me até uma Agropecuária de um amigo e comprei gaiola nova e todos os acessorios necessarios e fui correndo a um veterinário, infelizmente, não temos veterinários que entendam de passaros na Cidade, pelo menos, não que eu conheça, as conclusão do veterinário: a) Vamos acabar com a sofrimento desta ave; b) Não vale a pena o sacrificio e o cuidado despendido com esta ave; c) Caso queira cuidar dele ministre vermifugo, ferro, calcio e multi vitaminico e reze. Sobre a especie achou que era um azulão, ou um curio, ou ainda um bicudo. Receita na mão e lá vou eu de volta a agropecuária.

Levei para meu apartamento e comecei a cuidar desta “coisa”. Ministrei vermifugo, água, alpiste e painço, comida para canário e comprei uma papa para filhotes, tratei e comecei a observar a sua reação. Apesar de depenado, ele se comportava muito bem, um pouco fraco, mas conseguiu ficar no poleiro a noite. Fui para a internet e comecei uma verdadeira peregrinação entre os site de como criar passaros. Sempre usando o informe, de que poderia ser uma das tres especies, aprendi muito, mas o que mais me ajudou foi em um que dizia ser o calor uma arma poderoso para auxilio na cura de doenças. Adaptei uma lampada de luz, como forma de estufa e já na segunda noite ele pode ser aquecido artificialmente.

Dias passavam e a coisa, começou a apresentar melhoras, aparecendo alguns cartuchos de um inicio de penagem, esta por sua vez me permitiu, identificar o passaro que tinha em casa. Erá um Curió. Nova pesquisa na internet e agora só sites especializados no trato desta ave. Primeira informação. Ave em extinção. Segunda. Proibida a epreenção de passaros silvestres. Terceira. Somente poderia ter passaros silvestres se autorizado pelo IBAMA. Conclusão precisava solucionar o problema. Convencer meus amigos Veterinário e dono da Agropecuária a serem minhas testemunhas em um processo no IBAMA e mostrar a eles a ave e testemunhar o estado da ave quando chegou até as minhas mãos. Felizmente o pessoal nos atendeu muito bem e após longa conversa com os técnicos, tive que me cadastrar no atual SISPASS e anilharam meu passaro, com anilha aberta do IBAMA.

Hoje 01/12/2005, o Preto Velho, como carinhosamente o chamo, esta a tres anos comigo e nesta temporada começou a cantar. Após tres anos estou criando amadoramente seis femeas e dois machos. E o Preto Velho, neste dia pela manhã, galou pela primeira vez, nunca havia tentado cruzar com ele, porem ao retira-lo do local e leva-lo para o criadouro uma femea pediu gala e como estava com ele na mão levei ele até ela e ele se mostrou um mestre a natureza é prodiga.

E eu hoje, me sinto realizado, salvei e realizei um sonho vi e tenho um curió. O meu curió o “PRETO VELHO”.

Mario Luiz Christ

Rua Presidente Lucena, 3569 Apto 305 Centro Estancia Velha – RS

Escrito por Mário Luiz Christ, em 1/12/2005