Canto Flauta

Fascinante

O canto de Bicudo sempre me fascinou, principalmente o flauta. Por isto desejo escrever estas linhas sobre um assunto que não é de minha pasta, mas que se aplica em base a todas as formas de canto.

Vejo que os amigos iniciam a discutir a nacionalização dos cantos e interesso-me principalmente pelos flautas. Entendo, no entanto que muitos são os flautas e difícil seria uma padronização, noto também que os amigos desejam uma valorização destes cantos e pedem concursos e troféus para esta modalidade.

Penso que isto deve desenvolver a criação de pássaros nesta modalidade, porém como árbitro ornitofílico que sou preciso dizer da dificuldade de julgar o que não tem padrão. Todos que já organizaram ou julgaram um torneio/concurso sabem o quão contra-producente pode ser um torneio sem padrões palpáveis. Falo isto porque aqui no RGS em termos de bom canto temos apenas Flautas e alguns Regionais “Flauteados”, digamos desta maneira. Difícil é dizer a um dono de pássaro que o dele é um Regional, mas o do outro é Flauta, sem termos nada conclusivo em mãos. O que conseguimos é a desistência de mais um admirador, ou no mí­nimo o afastamento dos concursos.

Para valorizar algo é preciso um “Padrão de Excelência”, como dizem os ingleses, e no caso do canto isto envolve um mí­nimo de algumas notas que devem estar presentes, voz, tom e etc…

Por isto peço aos srs que considerem um mí­nimo de padronização das notas ou de algumas notas para os Flautas. Talvez o “goim-goim”, a sei lá algo ao menos que deva conter o canto Flauta. Para não colocarmos os nossos árbitros em uma “Sinuca-de-Bico”, com farta promoção de torneios, troféus para dar e pouco para se basear. Não basta andamento, tom e etc, pois sozinhos estes são conceitos por demais subjetivos. O que acaba acontecendo e que cada juiz adota um padrão de “ouvido” nas notas e a unificação vai por água a baixo. Acho que devemos valorizar a universalidade das formas de canto Flauta, mas o que é muito aberto, cai no “bom senso” e o bom senso é mais universal que o Canto Flauta.

Devemos ser frios, esquecer as nossas particularidades e adotar um “Padrão de Excelência”, algo a ser atingido. Sem pasteurizar, mas dizendo o flauta é o que faz isto no mí­nimo, no resto ele pode florear o quanto quiser. Se não faz isto não é flauta, é regional.

Senão é melhor deixar tudo no Regional, ou no Flauta mesmo e premiar aquele que atingir alguns parâmetros empí­ricos, lembrando que estes parâmetros vão variar de ouvido de Arbitro para Arbitro. Assim alguns acabarão por adotar uma “opinião” e nada é mais prejudicial para um Árbitro na hora do julgamento que julgar seguindo uma “opiniõ”.

Escrito por Fábio Souza Jr., em 2/9/2003