Floripa, Manezinhos somos Nós

E Fliper mais de 300 cantos

Prezados,

Na sexta pela manhã, saímos eu, o Paulinho e a Kangoo rumo a Floripa. Um tanto tensos, pela semana conturbada de notícias por conta da febre aftosa. Tranqüilizados pelos documentos liberando o torneio em Florianópolis e a passagem de pássaros pelo Paraná, fomos confiantes, “pero no mucho”.

Paramos para almoçar faltando uns 50 kms para chegar em Curitiba. Lá, no alto da serra, podíamos avistar do restaurante saíras diversas, tucanos, maritacas, tiês, dentre vários outros, assim como ouvir trincas cantando e por fim, o quase onipresente canário da terra.

Seguimos viagem e ao entrarmos em Santa Catarina, fomos parados por uma equipe da fiscalização sanitária. Tive que conter o riso com a reação do agente ao ver os pássaros : – SÃO AVES SILVESTRES, CHAMA O IBAMA –isso debaixo de chuva- e por coincidência passava na hora uma viatura do IBAMA, que não escutaram o chamado e seguiram em frente. Aí ele me deu a oportunidade de mostrar os documentos, disse ele que coleirinhas conhecia e na licença estava descrito como papa-capim, lá vou eu explicar que isso é nome vulgar, que varia de região para região, mas que o nome científico estava lá, aí ele disse que “achava’ que o transporte não estava em condições ideais, pensei que ele se referisse á gaiola, que era de torneio, mas não, o sujeito estava a falar mal da minha Kangoo, que não tinha refrigeração e aí eu não sabia se ria ou chorava, disse que não estava carregando nem peixe congelado, nem ave gripada, mas pássaro vivo……Esse é o serviço que a mídia e as ONGs prestam para a opinião pública e….ah, vamos voltar à viagem.

Chegando na Ilha, já recebo a ligação do Dirço Amaral, não sei porque já preocupado em avisar que íamos jantar juntos….marcamos no Marinas Hotel em Canasvieiras, puxa, Waldir/Realengo, Hans, Major Ramatis, impossível não se recordar do ano retrazado, quando debaixo de chuva e um frio danado estávamos lá, nos banhando como se garotos desmiolados fossemos……

Lá chegando avistamos a viatura do Datena, ops, a Veraneio dourada do Aloísio e encontramos o Eduardo Dornelles, seu filho Mateus, o Raimundão de Botucatu, vich, dá pra falar o nome de todo mundo não.

Em seguida chegaram o Amaral e um cara muito parecido com o Diego, junto com a noiva, e fomos ao restaurante saborear uma (ok, umas) tainhas grelhadas……lá o Jean nos esperava com a esposa. Confesso que achei os “manézinhos” mal educados: ainda estava comendo e já estavam pedindo a conta… só porque eu estava me servindo do restinho da travessa dos outros, mas deixa isso pra lá….

No sábado, pela manhã, na área verde do hotel, o Aloísio a postos com sua parafernália de gravação e o bicudo Boêmio na estaca, o Eduardo até fumando na ansiedade de ver seu pupilo cantar. (depois fica um pessoalzinho querendo piratear CDs, achando que é domínio público: Não sabem o custo que há na produção e querem tirar o ganha pão dos muambeiros). O alado não decepcionou: parecia uma gravação! Foi um verdadeiro show ao vivo, ou melhor, uma “canja’, pois no domingo na estaca iria mostrar todo seu valor, com a nota máxima dada por um juiz chato, ops, rigoroso, como o Ferdinando, avalizado por outro chato, ops de novo, o Gradela, rigoroso quando se trata de goiano clássico. (quem quiser escutar o artista, acesse: http://www.fujipass.com.br/p_bicudo.htm ).

Na hora do almoço, fomos ao SAC (Sociedade de Amigos do Curió) e ficamos surpresos com a quantidade de trincas nas paredes, afora os curiós, claro. Um belo de um churrasco, encontrarmos com os amigos do local e com os que vieram de fora. Para variar, uma bela confraternização, já está ficando até monótono tanta cordialidade. Alegria foi rever o Crispim – quem não se lembra de Só o milho – disse que agora ta só o sabugo. Juan, o cearense naturalizado manezinho te mandou um abraço. Não foi bem um abraço, mas deixa assim.

À tarde, a palestra do Ferdinando e do Gradela atraiu mais de quarenta pessoas. Está surpreendendo o interesse dos aficcionados por canto em novas informações, acompanhando com interesse e no domingo podendo ter uma aula prática nas estacas de canto. A Diretoria de canto de bicudo da COBRAP está sendo das mais atuantes, principalmente no incentivo por melhoria de qualidade.

O atrapalhado aqui foi dar uma conferida no local do torneio e fui em direção ás praias do Sul/Aeroporto, como me foi dado em referência. Chegando bem próximo ao local, perguntei aonde ficava a base naval e me disseram que era no Continente..e lá fui eu, xingando essa cambada que me ensinou errado. Chegando lá, com os marinheiros na portaria, perguntei pelo torneio que ocorreria lá no dia seguinte, disseram não saber de nada, consultaram os superiores e nada sabiam também…Voltei ao Hotel, p*** da vida, encontrei o Aloísio que disse que estava chegando do local do torneio, que estranhou não me ver por lá…..aí que eu vi que tinha feito uma pequena confusão de base: Era a aérea e não a naval !!!!!

Bom, vou pular a parte da janta e passar para o torneio.

Pelos resultados divulgados pelo W.J. www.cobrap.org.br/site/colunas_vis.php?id=12 vcs já tiveram uma noção do que foi o torneio .

Vem impressionando o crescimento geométrico dos trincas, o interesse cada vez maior sobre reprodução da “tia Chica”, como é chamado por lá.

Mas meus parabéns e meu destaque vão para o Jean e o cara parecido com o Diego: Eles bvem reafirmando o compromisso com os CTs de fibra. Organizaram a roda, que a despeito do tamanho estava com a seriedade que vai fazer com que logo o CT volte a aocupar um lugar de destaque nos torneios.

Muitos dos bicudeiros e curiozeiros tiveram um primeiro contato com o S.M.E. e ficaram encantados. Puderam se certificar que a lisura se torna um dos pontos altos.

Nos coleiras a tranqüilidade dos que conhecem e nos trincas, apesar da quantidade de participantes, que fizeram que o formato da roda inicialmente fosse até curiosa, o rigor- com educação- dos chefes de roda fizeram com que tudo transcorresse bem. Flipper/Hevandro? Agora todos se certificaram que ele não é “empurrado”, e é no bico e não na “bic” que ele consegue superar a marca dos 300 cantos. Com todo o respeito ao segundo colocado, foram 100 cantos de diferença….Para os ainda incrédulos, e sempre eles, vejam o testemunho de mais de trinta pessoas que estavam acompanhando a marcação dos 15’.

Na estaca de canto de bicudo, show dos pupilos do Dornelles (na verdade o segredo está no pequeno grande Mateus).

O pessoal do canto Floripa fazendo sua parte, preservando este lindo dialeto de curió.

A base AÉREA foi um dos melhores locais de torneio, comportando bem todos os pássaros.

Ao pessoal de Santa Catarina, todos os nossos agradecimentos. Foram neste final de semana sede da ornitofilia nacional e com louvor.

As fotos vou postar no site FujiPass amanhã, assim não loto a caixa de vcs. Este torneio vai inaugurar a seção FujiBlog do site, e aos poucos vou postando os anteriores.

Até lá

Sucesso

Rogério Fujiura

Escrito por Rogério Fujiura, em 1/11/2005