O princípio do territorialismo

Um método diferente de criar

Quem quiser ver, é so ir na casa do João Guaraná, em Jaú, na época de criação. As fêmeas de curió têm divisória nas gaiolas encontadas lado a lado. Na parede da frente, outra fileira, há cerca de 2 metros de distância se vendo. No início, os machos também ficam juntos. Depois que começam a nascer os filhotes, os machos são levados para outro lugar. Aí as fêmeas que estão prestes a picar são deslocadas para uma sala e as que estão aprontando ou chocando fica na sala dos machos, e assim ele vai trocando, para preservar o canto dos filhotes. Mas aí entram entre as fileiras de gaiolas de fêmeas com filhotes os grandes voadores, cheios de filhotes já independentes. Alí não tem essa de território, fêmea que não choca ou abandona ninho, que joga filhotes fora… nada disso. E cria como ratos. Eu fiquei impressionado quando vi fêmeas criando frente a frente, com filhotes em voadores de um lado e do outro machos e fêmeas todos se vendo. Indaguei se não havia problemas com nenhuma fêmea em criar nesse sistema, ao que ele me respondeu que basta acostumar. E tira cada filhote!

Eu mantenho os machos de bicudos e curiós afastados das fêmeas, mas entre eles todos ficam lado a lado, se vendo e cantando, sem o menor problema. Os que ficam longe é somente por falta de espaço no mesmo ambiente. Mas como o João faz, eu ainda não tentei, mas não será difícil eu tentar ainda este ano.

Escrito por Valdemir Roberto Barros, em 2/9/2003