O Grande Formigueiro

Somar esforços

Como formigas, todos temos um importante papel a desempenhar. É da soma dos esforços individuais que faremos uma grande obra, que é proteger a vida, o planeta.

 E por vezes a nossa pouca razão nos torna pessimistas, abalando os alicerces de nossa boa vontade. É um absurdo que num país como o Brasil, com muita produção de grãos e de carne, nosso povo morra de fome.

“-Mas o que podemos fazer?” Certamente estarão a se perguntar.

BOICOTE !!!

E nisto não há necessidade de radicalismos, não precisamos deixar de comer carne. Mas é certo que devemos nos alimentar de forma mais saudável se não desejamos abreviar nossa existência. Então, que tal retomar o bom prato de arroz com feijão, salada e uma porção suficiente de proteína?

Já há décadas cientistas alertam sobre a necessidade da ética, que a ciência que vem sendo aplicada poderá levar a humanidade a um ponto de extinção. E assim vem sendo divulgado mais recentemente até mesmo pela mídia mais comercial e alienada…

Confesso que estou demasiado preocupado com o futuro da humanidade, mas algo me tranqüiliza, uma voz que há tempos não escutava. É a Razão, ou como alguns podem chamar, o bom anjo que nos guarda.

Com isto não quero que acreditem em uma fé cega, que se recusa a contribuir para o avanço da ciência. Afinal, as Leis de Deus não podem ser abaladas por conceitos científicos, pois afinal a elas tudo se subordina.

Os ataques que pela ganância são desferidos contra o Planeta devem cessar. E cada um de nós, tal qual formigas, devemos aceitar o papel que nos incumbe e desde já, trabalhar pela regeneração e limpeza de nossa casa, pois a nossa força está na unidade de pensamento e ação.

Há quem acredite em reencarnação, pelo que fácil fica trabalhar expiatoriamente pela conservação do planeta. Aqueles que nem em Deus acreditam, ao menos escutem o instinto de auto-preservação e deixem para seus filhos e netos um planeta habitável. E quem defende que há apenas uma existência terrena, então que pensem firmemente que é pela defesa da Terra, como criação do Grande Arquiteto do Universo, que alcançaremos a felicidade eterna, o Paraíso.

Em todas as religiões, recomenda-se o trabalho. Mas nesses tempos de advertência dos ecologistas, devemos nos indagar: -Qual é o trabalho que a Deus conduz? Será que o Amor que o Cristo veio divulgar há 2 mil anos é compatível com o egoísmo, com a exploração de homens sobre outros homens e dos recursos naturais de forma a acumular riquezas materiais abusiva e irresponsavelmente?

Quando em roda de amigos alertava sobre uma eventual hecatombe ecológica, era tirado por louco catastrofista. Quisera eu estar errado no que falava. Furacão Catarina no Brasil, efeito estufa, degelo das calotas polares, seca na Amazônia, cadê a camada de ozônio, quantas doenças a ceifar vidas? A Revista Super Interessante de outubro/2005 e a Revista Veja de 12/10/2005 são exemplos do presente, mas revistas científicas já abordam estas questões há décadas.

Para definir o que fazer, devemos pensar o que vem a causar toda essa devastação. A ganância e o egocentrismo são efetivamente as causas maiores. Ainda, podemos pensar nas indústrias, mas isto seria até um ataque ao intelecto humano, pois o que falta aos empresários poderia se dizer é a ética, que aos trancos e barrancos desponta quando percebemos a preocupação e o que se convencionou chamar de Responsabilidade Social. São bons exemplos como da Abrinq que mantém acesa a chama da esperança e da solidariedade.

Em nosso país, a agricultura e pecuária sempre renderam ótimos dividendos para a balança comercial e para os empresários do ramo. Mas há que se perguntar, às custas do que e de quem? Pois que apesar de termos mais de 1 cabeça de gado por habitante, a grande maioria é privada desta fonte de proteínas. Somos o país que mais exporta soja, mas para servir de ração para gado estrangeiro enquanto a miséria se perpetua entre o povo.

A ciência hoje nos revela que podemos muito bem viver sem comer carne, ou ao menos não fazendo dela a maior parte de nossa alimentação. Sabe-se que a criação de animais para alimento humano consome muito mais recursos naturais do que os alimentos vegetais, pelo que insistir nesta tradição carnívora está em desacordo com a sapiência e o livre arbítrio.

Outro aspecto é a preocupação com as embalagens daquilo que nos vendem. Vivemos a era dos enlatados e do descartável. Mas porque embalagens de plástico? Ou pior, porque viver sob a ditadura da TetraPak? Pois que devemos pedir para que a indústria volte ao costume de embalagens de vidro. Sabia que em um litro de leite “longa vida” pagamos mais pela embalagem do que pelo conteúdo?

Portanto, creio que a chave para a regeneração do Planeta é a auto-crítica. Devemos repensar nossos padrões de consumo pois assim as empresas passarão a agir de forma coerente com o desenvolvimento sustentável e a responsabilidade social.

E para que este texto não fique alienado de nossas discussões diárias enquanto Passarinheiros Ambientalistas, indago, de que adianta criar e preservar nossos alados se nossa casa que é a natureza está sendo destruída, e todos estamos prestes a ser despejados? CRIAR PARA PRESERVAR é nosso lema, que de nada adianta se o Planeta não comportar a vida. Então, como garantia de que em futuro breve estaremos fazendo a reintrodução de aves na natureza, tal qual cada formiga carrega uma migalha para garantia da colônia, plantemos uma árvore no quintal como na rua em frente às nossas casas, que servirão de abrigo e fornecerão alimento para aves que vivem em liberdade e para nós mesmos a doce experiência de saborear um fruto em seu pé.

Cesar Kato

Escrito por Cesar Kato, em 17/10/2005