Passarinho Caído no Ninho
Belo trabalho
Silvana Cutello, a protetora dos pássaros doentes e feridos
A servidora pública Silvana Cutello, 46 anos, é uma espécie de versão feminina de São Francisco de Assis, conhecido como o protetor do animais. Há 11 anos, ela cuida em sua casa, no Setor Policial Sul, em Brasília, pássaros doentes e feridos que encontra na rua ou que lhes são entregues. O trabalho deu origem ao projeto voluntário SOS Passarinho Caído no Ninho, que tem apoio de veterinários e comerciantes.
De acordo com Silvana, há pássaros que chegam com fraturas no pescoço e nas pernas. Outros são entregues para ela porque os donos não querem mais cuidá-los e temem que não sobrevivam, caso sejam soltos. “Muitas vezes, o passarinho, ainda nos primeiros vôos, quebra a asa”, diz Silvana. Além disso, acrescenta, alguns são pegos por cães, que quebram o pescoço deles. “Quando nos deparamos com essas situações, socorremos.”
Hoje, Silvana tem um restaurante para pássaros em sua casa. Entre os freqüentadores, estão beija-flores, pardais e sabiás. Desde os 12 anos, ela costuma protegê-los. “Morava em uma chácara. Sempre que meus seus pais encontravam algum passarinho machucado na rua, davam-me para cuidar.” Com isso, Silvana estabeleceu uma relação de amor por esses animais.
Recentemente, conta Silvana, uma pessoa encontrou três corujas recém-nascidas cobertas com veneno em pó para matar pulgas. “Elas já estavam muito fracas, quase morrendo e cuidamos delas durante três meses até que crescessem e aprendessem a comer sozinhas. Depois chamamos a pessoa que havia encontrado as corujas para devolvê-las. Em menos de vinte e quatro horas, ela me trouxe de volta uma coruja morta e outras duas com as coxas deslocadas.”
No retorno, apareceu uma quarta coruja, irmã das duas sobreviventes e da que morrera. Silvana decidiu, então, ficar com as três em sua casa.
Ela não paga consultas para os animais e parte da comida é doado para uma empresa do ramo de alimentação para pássaros. Todas as demais despesas, como remédios, por exemplo, são custeadas pela funcionária pública. (Fonte: Roberta Lopes/ Agência Brasil)
Escrito por Roberta Lopes, em 3/5/2009