Sai Gato
Os predadores
SAI, GATO !
Chuva não mais. Sol de Primavera.
Pós almoço, a criança dorme. A espera.
Mãe atenta policia a febre, o sono,
Jamais se cansa ou cogita do abandono;
Sem o cordão, a ligação, a sucção através da alma,
Na escuridão brilha sua luz, sua paz, sua calma.
Lá fora, na hera sobre o portão de entrada,
Uma outra mãe, também serena, fita a ninhada,
No alto do poste, o pai, elegantemente postado,
Monta guarda para defesa do leito sagrado;
As leis da natureza são rígidas e até cruéis,
Os predadores não poupam bebês, tampouco são fiéis.
De repente, abrupto, o silêncio rompido,
No cimo das árvores, das casas, dos fios, o alarido,
A mãe sabiá, desesperada teme pela cria,
O gato malvado provoca alarde e correria,
Mas não realiza o seu intento, foge decepcionado,
Como o vento, chego a tempo, pelo ciúme escudado.
Os pássaros, felizes, retornam aos seus rebentos,
A criança, sem febre, acorda, sorri, recebe os alentos.
Amanhã, vou embora.
Mãe Natureza, por favor,
Plante outro anjo, como agora!
Alceu Sebastião Costa