Postagens relacionadas com Genética

Consangüinidade

Criação

BOLETIM DO CRIADOURO CAMPO DAS CAVIÚNAS

Nº 6 MARÇO DE 2003

REDATOR: Dr. JOSÉ CARLOS PEREIRA

RUA JOAQUIM DO PRADO, 49. CRUZEIRO/SP. TELEFAX 0xx12 31443590

Drjosecarlos2000@aol.com

CONSANGÜINIDADE

Prezado amigos passarinheiros.

Este boletim foi escrito para os criadores de pastores alemães que, como a maioria de vocês sabe, é a minha praia. Como passarinheiro trago a lembrança da infância, quando criava canários da terra em viveiros feitos por mim usando caixotes de bacalhau (é amigos, o meu pai, apesar caminhoneiro, comprava bacalhau norueguês em caixotes) e a coragem de começar tudo de novo com os canários depois de ser avô.

Vendo a grande curiosidade dos passarinheiros pelas consangüinidades, e não encontrando quase nada do assunto entre os trabalhos sobre pássaros, muito menos sobre os canários da terra, resolvi encaminhar a vocês o boletim sem qualquer adaptação.

Deixei os dados sobre o pastor alemão de propósito para servir de exemplo de um trabalho bem feito que começou quase do nada. Espero que seja útil.

O parentesco é a relação entre dois animais pelo cruzamento. Os animais podem ser parentes por consangüinidade, se tiverem um ou mais ancestrais comuns ou por afinidade entre um dos animais cruzados e todos os consangüíneos do parceiro. Três elementos são fundamentais na consangüinidade: a- Tronco ou estirpe, que são os ancestrais comuns; b- Linha, que é a sucessão dos animais ao longo da gerações e c- Grau, a unidade que quantifica a força da consangüinidade (consangüinidade III-III é mais forte que a IV-IV, por exemplo).

A linha de sangue é o fluxo de genes através de várias gerações. Pelo manejo adequado da criação esse fluxo se faz geralmente por características genéticas desejáveis. Esse fluxo de genes pode ser feito de maneira reta ou vertical (avós, pais, filhos, netos, bisnetos,etc.) ou colateral ou horizontal procedente de, pelo menos, um ancestral comum (irmãos, tios, sobrinhos e primos em geral). A consangüinidade pode ser simples através de um tronco comum ou múltipla quando vem de dois ou mais troncos.

Duas características da consangüinidade são: a- A perda de ancestrais. É claro que um animal presente mais de uma vez na ancestralidade estará ocupando o lugar de outros animais. Se o animal perdido apresentar qualidades genéticas importantes a consangüinidade poderá ser prejudicial e b- Aumento da homozigose (os dois genes que ocupam o mesmo loco cromossômico transmitem as mesmas características genéticas; por exemplo, o gene paterno e o materno trazendo como característica o olho claro). Algumas vezes a homozigose favorece o aparecimento de características fenotípicas antes mascaradas pela heterozigose (por exemplo, a heterozigose com o pai -portador de genes olho escuro-olho claro- transmitindo olho escuro e a mãe -também portadora de olho escuro-olho claro- transmitindo olho claro mascara a existência do olho claro no genotipo do filhote por ser o mesmo recessivo em relação ao olho escuro. O olho claro somente aparecerá nos filhotes que receberem olho claro do pai e da mãe caracterizando a homozigose. Podemos citar como outra característica da consangüinidade a possibilidade da perda do vigor do hibridismo, sendo necessário “injetar sangue novo na criação”.

Portanto, o princípio básico de toda tentativa do melhoramento genético da criação usando a homozigose proporcionada pela consangüinidade deve ser a fixação dos genes portadores de características desejáveis e a eliminação ou a atenuação dos genes portadores das características indesejáveis. A conseqüência lógica é a maior uniformidade fenotípica próxima ao padrão da raça. O mal planejamento da consangüinidade, ao contrário, leva ao desastre.

Na criação pastoreira determinada pela Alemanha nota-se claramente a busca das consangüinidades capazes da melhoria do plantel. Esgotadas as consangüinidades em Canto ou Quanto, buscou-se a sequência nas consangüinidades em seus filhos Jago Baiertalerstrasse e Lasso Val Sole, que até hoje figuram em muitos CRO importantes. No momento são prevalentes algumas consangüinidades: Palme Wildsteiger Land, Ninhadas Q e X Arminius e Uran Wildsteiger Land. Além de Palme, algumas fêmeas manifestam-se positivamente em consangüinidade: Flora Konigsbruch (filha de Canto), Fee Weiherturchen (mãe de Fedor e filha de Xando) e Wilma Kisselschlucht (filha do VA Bredo Lichtburghof). As ninhadas Q(liderada por Quando) e X (liderada por Xaver) Arminius mostram consangüinidade em conjunto pelas excepcionais qualidades de padreadores e matrizes de quase todos os seus componentes. Já a força de Uran é individual, tendo os seus irmãos de ninhada pouca importância. Daí Uran ser considerado a maior contribuição individual à criação do pastor alemão moderno.

Essa estratégia ficou claro nos resultados da última sieger. Todos os VAs e Vs mais importantes trazem pelo menos uma das consangüinidades citadas. O sieger Lasso Neuen Berg é a própria fineza estratégica, sendo consangüíneo em Palme, Lasso, Q e X Arminius, acompanhado pelos VAs Karly Arminius (em Palme e Uran), Cash Wildsteiger Land (em Lasso), Natz Steigerhof (em Lasso e Flora), Shanto’s Xano (em Uran, Palme, Lasso e X Arminius), Jumbo Dolomiten (em Palme e Q Arminius), Rikkor Bad-Boll (em Uran, Palme, Q e X Arminius), Odin Hirschel (em Palme, X e Q Arminius), Leif Noriswand (em Uran, Palme e X Arminius) e Scott Deodatus (em Uran e Xaver). Como as fêmeas VAs e Vs importantes trazem o mesmo cabedal de consangüinidade, concluímos pela manutenção do quadro nos próximos anos. Ainda mais que no Nachkommengruppen os animais apresentaram o mesmo quadro consangüíneo: Lasso Haus Babilon (em Lasso), Ursus Steinhagerquelle (em Q e X Arminius), Yugo Michaelswiese (em X Arminius), Eros Luisenstrasse (em Xaver, Palme e Wilma), LARRY Grapenhof (em Palme), Kimo Alhedy’s Hoeve (em Palme e Flora), Hanno Wienerau (em Palme, Uran e X Arminius), , Gildo Wildsteiger Land (em Palme e Uran), Hobby Gletschertopf (em Uran, Palme, Lasso, Q e X Arminius)< Jaguar Monchberg ( em Palme e Uran), Largo Breidenbacher (em Palme e Q Arminius), Jason Haus Lacherom (em Wilma),etc. Olho vivo nessas consangüinidades

Seguindo essa tendência, a Diretoria de Criação do Núcleo de Cruzeiro tem orientado os seus sócios para procurarem nas coberturas das suas cadelas as consangüinidades mais seguidas na Alemanha.

Escrito por José Carlos Pereira, em 2/9/2003

Bezerros Clonados

Clonagem

NASCEM BEZERROS CLONADOS A PARTIR DE GADO “CONGELADO”

Pesquisadores norte-americanos comemoraram, na semana passada, o nascimento de dois bezerros clonados a partir do material congelado de uma raça ameaçada de extinção, a Banteg. Os filhotes nasceram em Iowa, um no dia 1º de abril e o outro no dia 3, e são cópias genéticas idênticas de um banteng macho que morreu no Parque Selvagem Animal de San Diego, em 1980.

Um dos animais passa bem e o outro está debilitado, mas os cientistas não fizeram avaliações sobre a expectativa de vida dos animais. Eles ressaltam que a fase crítica para mamíferos clonados é de duas a três semanas. Depois disso, os animais serão levados para o zoológico de San Diego. O nascimento dos bezerros é resultado da parceria de três instituições de pesquisa dos Estados Unidos, a companhia de biotecnologia Advanced Cell Technology de Massachusetts, o Centro Siux de Iowa e o Centro para Reprodução de Espécies Ameaçadas da Sociedade Zoológica de San Diego.

Juntas, elas desenvolvem, desde 1976, o projeto chamado de Zoológico Congelado, ou Frozen Zoo, em inglês. O objetivo é a coleta e preservação de amostras celulares de animais ameaçados de extinção. A coleção do Zoológico Congelado tem 1.800 amostras de 335 espécies, entre pandas, condores e raças bovinas como o banteng. Hoje, há menos de 10 mil exemplares de banteng. Se sobreviverem, os bezerros clonados serão objeto de estudos de comportamento e reproduçãO. (Agência B Brasil)

Escrito por Fábio J. Souza Júnior, em 2/9/2003