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Tipos de Cruzamentos

A busca da Alta Linhagem

Tipos de cruzamento

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Antes de tudo, e como preâmbulo, deve-se ressaltar que todos os seres vivos compartilham uma série de gens, sejamos da espécie ou raça que sejamos.

Assim ao cruzar dois cães de raças diferentes, e, apesar de suas diferenças, sempre haverá uns gens que serão comuns a toda espécie canina.

Podemos ir mais adiante e dizer que outros gens seriam iguais em todos os mamíferos, outros resultariam comuns a todos os quadrúpedes e, para ir mais longe, outros similares a todos os seres vivos.

Outcross: É um cruzamento realizado sem consangüinidade próxima ainda que os pais pertençam a mesma linha. Se utilizam exclusivamente critérios de seleção. O exemplo extremo poderia ser o cruzamento de dois exemplares de distinta raça (cold outcross) que produziria uma descendência mestiça com tendência a zero em homozigose e máximo em heterozigose.

Linebreeding: Cruzamento em linha. Consangüinidade pouco intensa. É um termo inventado pelos criadores para definir uma forma mais difusa e pouco intensa de inbreeding. Se pode levar a cabo de muitas formas.

Um procedimento se fundamenta em deixar uma geração livre entre meio de dois acasalamentos consangüíneos. Por exemplo: neto com avó ou neta com o avô. No meio há que se deixar pelo menos um cruzamento em outcross.

Dado que os exemplares de cães de raça pura descendem de relativamente poucos exemplares de base (de origem) poderíamos dizer que a idéia de raça coincidiria em linhas gerais com a definição de linebreeding. Em termos de criadores se usa somente quando se toma em conta um máximo de cinco ou seis gerações.

Inbreeding: Nele se realiza uma consangüinidade mais intensa. Na realidade é um linebreeding de caráter muito intenso. Consiste em cruzar irmãos entre si ou pai ou mãe com filha ou filho. Geralmente o mais jovem dos pais, se cumpre os requisitos que buscamos, se aparenta com seu filho. Tio com a sobrinha, tia com o sobrinho e primos irmãos, são considerados por alguns inbreeding e por outros linebreeding. Geralmente é o que nos seres humanos seria considerado incesto.

Seria absurdo pensar em efetuar tanto inbreeding como linebreeding, como qualquer outro tipo de cruzamento, sem fixar-se com antecedência no fenótipo dos progenitores. A seleção deve ser sempre previa.

A QUARTA VIA: Existe outra forma de conseguir o máximo de homozigose sem efetuar consangüinidade e por meio do outcrossing. Por sua dificuldade não se emprega e em sequer se tem em consideração na criação normal. Por dar um exemplo muito claro: dois cães de raças totalmente distintas que tenham como fixo uma cor, se cruzarem entre si produzirão mestiços dessa cor.

Isso quer dizer que distintos criadores da mesma raça de cães, cujos exemplares não tiveram nenhuma relação de parentesco entre si, poderiam perfeitamente conseguir homozigose para os mesmos traços que se estivessem intimamente aparentados. Por exemplo: igual tipo de cabeça, cor, altura, etc. Cruzados portanto entre si fixariam suas características de igual maneira que se houvessem empregado inbreeding, porém sem nenhum de seus inconvenientes.

Por razões obvias de logística e econômicas isto é muito difícil de coordenar. Uma maneira de conseguir algo parecido seria trabalhar com um standard muito rígido que unificaria todas as características raciais de uma maneira tal que não houvera outra saída que criar sob a mesma tipología.

Todas as raças são obtidas empregando elevadas doses de consangüinidade e essas altas doses de consangüinidade se seguem empregando pelos criadores para poder formar suas linhas, aproximar-se de seu tipo ideal e, o mais importante, fixá-lo como próprio.

A consangüinidade fixa simultaneamente características desejadas e caracteres defeituosos. Se requer grande energia e honestidade para eliminar da criação aos exemplares com defeitos e fixar somente as características buscadas.

Nos Estados Unidos se emprega com intensidade. Não está demasiadamente bem vista na Europa, exceção feita a Inglaterra. Em alguns países, como a Holanda, foi proibido recentemente os cruzamentos inbreeding. E não somente na Europa, na República do Equador, por exemplo, estão proibidos os acasalamentos com mais de quarto grau de consangüinidade.

Vejo muito difícil que consigam fixar um tipo, ou eliminar defeitos, ou obter qualquer efeito que requeira um modelo.

Pessoalmente penso que há outros métodos de zelar pela saúde dos animais e que não devemos extrapolar ao mundoanimal critérios antropocêntricos.

A consangüinidade, que tem uma tradição milenar, não é nem boa e nem má por definição, é uma ferramenta que se emprega bem, se sabe-se, ou mal se não se sabe. Nos cães. igual que em qualquer ser vivo, a influência dos ascendentes diminui de geração em geração.

Nos pais se pode calcular que se reparte a influência em 50%. Nos avós em 25%. Os bisavós em 12,5%. Na quarta geração se reparte a influência em 6,25% e a quinta em 0,32%. Desse modo, a partir da sexta ou sétima geração qualquer aporte se veria tão diluído que não valeria a pena ser levado em conta.

Dos pais e os avós se pode esperar ver a influência direta nos descendentes, a partir desse momento a responsabilidade genética se modera. A isso há que acrescentar que os antecessores deixam seu traço tanto mais quanto mais homozigóticos sejam.

Um criador experiente, com um projeto de criação bem planejado e começando com uma cifra preliminar de poucos exemplares, ainda que não sejam parentes, poderá em poucas gerações obter um biótipo próprio diferenciado de outros usando a consangüinidade e a seleção com habilidade.

Artigo escrito por Amalio Lasheras

Escrito por Amalio Lasheras, em 2/10/2003

Antioxidantes

Vantagens em sua utilização na nutrição

Vantagens na utilização de Antioxidantes na nutrição animal

Durante os últimos anos se tem enfatizado a pesquisa sobre certas substâncias de origem natural que atuam retardando o envelhecimento e prevenindo doenças crônicas ou de difícil tratamento no homem. Tem-se observado seus efeitos em doenças cardiovasculares, renais, hepáticas, mal de Parkinson, Alzheimer e até mesmo Câncer, na busca continua em melhorar a qualidade de vida. Estas substâncias, chamadas de Antioxidantes, nada mais são que compostos que atuam controlando os processos de oxidação nas células, evitando assim os desequilíbrios que acabariam manifestando alguma doença.

Nos animais, em especial nos de companhia a ação dos antioxidantes tem cada vez mais importância, pois devido à similaridade biológica destes animais ao homem, eles também envelhecem e padecem de doenças similares as nossas, assim como sofrem situações de stress que podem afetar sua saúde. No caso dos pássaros, sobre tudo aqueles que além do valor sentimental, possuem um valor especial por sua beleza e qualidades, também podem ser afetados pelas situações de stress que os levem aos limites de sua fisiologia, de forma que um suplemento a base de antioxidante, através da alimentação, reforça seu estado sanitário, sua vitalidade, melhorando assim seu rendimento e sua qualidade de vida.

Existem vários antioxidantes naturais, entre os quais podemos citar a Vitamina E, o Selênio, os Carotenóides, a Vitamina C e os Bioflavonóides, os quais na grande maioria são encontrados nos alimentos. Porém pesquisas recentes demonstram a conveniência da adição extra de algumas destas substancias na prevenção de doenças, manutenção da capacidade reprodutora e proteção do sistema imunológico.

Daremos ênfase a um grupo destas substâncias que chamamos de Bioflavonóides. Os Bioflavonóides são substâncias polifenólicas presentes na maioria das plantas, mais concentrada nas sementes, nas cascas das frutas e frutos secos e também nas folhas e flores. Na plantas, os Bioflavonóides cumprem numerosas atividades biológicas, como antioxidantes protetores frente aos radicais livres produzidos pela fotossíntese e pela contínua exposição aos raios ultravioleta do sol sobre as folhas e como protetor frente a ataques fúngicos e bacterianos. São os compostos que dão cor às flores e frutos. Grande número de plantas medicinais contém Bioflavonóides e são utilizadas há séculos por seu efeito antimicrobiano, antiinflamatório, antialérgico, antiviral, anti-mutagênico e por suas ações vasodilatadoras. São parte da defesa antioxidante natural encontrada nos alimentos.

Estudos epidemiológicos em humanos tem demonstrado a relação entre o consumo da dieta de frutas e vegetais e uma gama de enfermidades coronárias, câncer e alterações relacionadas com a idade. Por outro lado, vários estudos, tanto in vitro como em animais de laboratórios e de campo, tem demonstrado os excelentes efeitos biológicos dos Bioflavonóides a partir de sua potente ação antioxidante.

Os radicais livres e sua relação com o metabolismo

Os radicais livres são moléculas ou substâncias altamente tóxicas ao organismo, formadas a partir do oxigênio e que têm um número ímpar de elétrons na sua órbita externa, isto é, possuem um elétron não pareado na sua última órbita. São altamente reativos e instáveis e são capazes de grandes alterações químicas num espaço de tempo muito pequeno. Os radicais livres também podem ser produzidos de maneira descontrolada pelo uso de produtos tóxicos, ozônio, radiação ultravioleta e contaminantes ambientais.

O dano celular causado pelos radicais livres acontece porque eles reagem com todos componentes celulares. Assim, conforme o local e a quantidade, resultarão diferentes tipos de alterações químicas que provocam a destruição de determinadas estruturas celulares e de funções da célula, promovendo o envelhecimento e diversas doenças. Esta ação negativa dos radicais livres é controlada pelo sistema de defesa do organismo e pelos agentes antioxidantes.

Os lipídios, das biomoléculas, são os mais susceptíveis a sofrer os ataque dos radicais livres. Mais especificamente os ácidos graxos polinsaturados de cadeia dupla, que contém duplas ligações. A destruição oxidativa dos ácidos graxos polinsaturados, conhecida como peroxidação lipídica pode ser muito danosa uma vez que é uma reação em cadeia que se auto perpetua.

Bioflavonóides e os radicais livres

Um dos primeiros sistemas afetados pelos radicais livres é o sistema imunológico. As células imunológicas estão relacionadas entre si através de uma comunicação celular, sobretudo através das membranas, as quais são ricas em ácidos graxos polinsaturados, que quando sofrem os efeitos da peroxidação colocam em perigo toda a integridade da membrana, uma vez que se altera sua fluidez, resultando na alteração do sinal celular e conseqüentemente em sua função.

Os Bioflavonóides ao bloquearem os radicais livres, inibem sua ação danosa, protegendo assim o sistema imunológico. Esta proteção é especialmente interessante em animais jovens submetidos a vacinação o que exige um esforço maior do sistema imunológico. Outra ação interessante dos Bioflavonóides é quanto a inibição de mediadores químicos implicados nas reações alérgicas adversas, como a histamina. Isto significa que suplementação via nutrição pode ser uma via no controle de processos alérgicos em animais domésticos.

O stress oxidativo também esta relacionado com doenças neurodegenerativas relacionadas a idade, como o mal de Parkinson e Alzheimer, devido ao incremento do cálcio intracelular que produz estes danos neurológicos. Diversos trabalhos em cães demonstram que a suplementação com antioxidantes como os Bioflavonóides melhoram a vida cognitiva de cães velhos. Com base em experiências com animais se tem demonstrado que os Bioflavonóides e o ácido ascórbico contido em frutas e vegetais inibem significativamente a arteriosclerose, reduzindo a oxidação do colesterol e triglicérides no sangue. A redução destes parâmetros supõe uma redução na apresentação das enfermidades cardiovasculares associadas ao envelhecimento.

O stress oxidativo também está relacionado com as enfermidades degenerativas e inflamatórias articulares. Os bioflavonóides incrementam a síntese do colágeno, acelerando a conversão de colágeno solúvel em colágeno insolúvel e inibindo o catabolismo do colágeno solúvel. Este efeito é especialmente interessante naquelas raças de cães gigantes, que crescem de forma acelerada nos primeiros meses de vida. A suplementação de Bioflavonóides durante toda vida animal pode prevenir artroses e artrites decorrentes da idade.

Diversos trabalhos têm mostrado uma correlação inversa entre o consumo de Bioflavonóides e o câncer. Esta linha de trabalho está sendo intensamente estudada na medicina humana.

A nível intestinal, o sinergismo entre os Bioflavonóides e a vitamina C trabalha regulando a flora intestinal, impedindo o desenvolvimento da flora patogênica e favorecendo a flora benéfica, como os lactobacilos, por exemplo. Prevenindo-se assim, distúrbios que possam desencadear diarréias, promovendo ainda a proteção contra o stress oxidativo das células intestinais.

Como podemos observar a suplementação da dieta dos animais com antioxidantes naturais associados a vitamina C ajudam a mantê-los com ótima saúde, prevenindo doenças e melhorando sua performance.

Eduardo C. Rosatti

Supervisor do Departamento de Produtos Pet

Quinabra – Química Natural Brasileira Ltda

Escrito por Eduardo C. Rosatti, em 23/9/2003