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Com as árvores, avolta dos pássarosOrnitólogo destaca importância da arborização do Jardim Ângela e dá dicas de quais árvores frutíferas atraem mais aves A estratégia de fazer com que a comunidade adote as árvores e cuide delas é a chave do sucesso de qualquer programa de arborização. A opinião é do ornitólogo Aloísio Pacini Tostes, especialista em pássaros que vive em Ribeirão Preto e autor de vários livros sobre criação de aves. “As dezenas de árvores plantadas nos colégios estarão atraindo pássaros para lá em um prazo de três a cinco anos, quando elas florescerem e frutificarem.” Segundo Tostes, as árvores frutíferas que estão sendo usadas nas escolas têm potencial para atrair todo o tipo de aves. Ele diz que as crianças do Jardim Ângela, hoje acostumadas a verem apenas pombas, conhecerão pássaros como tiziu, sanhaço, sabiá, saíra, siriri, coleirinha, bem-te-vi, sebinho, curruíra e rolinha. “Essas aves fazem parte dos ecossistemas das árvores que estão sendo reintroduzidos no bairro.” O especialista explica que a cidade virou um refúgio para os pássaros. Entretanto, isso não significa que as aves estão vivendo bem. “Na verdade, elas estão vindo para a cidade por causa da destruição de seus ecossistemas na periferia e do uso de agrotóxicos nos cinturões de lavouras.” Para Tostes, esse fenômeno tem aspectos positivos. “Os pássaros podem se reproduzir na cidade e, depois, repovoar seu entorno.” Antes de ser um município, os campos de Piratininga – fronteira da Mata Atlântica com as áreas inundáveis das várzeas dos rios – eram um paraíso para os pássaros, que encontravam alimento e refúgio. Naturalistas estrangeiros encantavam-se com as aves de São Paulo. Mas esses animais foram sumindo à medida em que a cidade consumia as florestas vizinhas. O estudioso norte-americano Warrean Dean contabilizou o desaparecimento de 101 das 285 espécies de pássaros da Mata Atlântica catalogados no século 19. Periquitos brasileiros Dentre os pássaros que estão voltando para São Paulo Tostes destaca sabiá-laranjeiras, tico-ticos, coleirinhas, bem-te-vis e maritacas e outros periquitos brasileiros (psitacídeos como o periquito-tuim e o periquito-bandeira). “Esses periquitos brasileiros eram muito comuns na cidade no século passado, quando havia alimento para eles: os frutos dos jerivás que enfeitavam os meandros do Rio do Pinheiros.” Tostes explica que cada árvore atrai os pássaros melhores adaptados a seu tipo de fruto. “A árvore da Mata Atlântica que atrai maior número de aves e animais, e não deve faltar em nenhum reflorestamento, é a embaúba, uma espécie pioneira de folhas grandes e muito resistentes”, diz o ornitólogo. “Seus frutos atraem praticamente todos os pássaros, além de outros animais, como micos, macacos e bichos-preguiças.” Outra árvore importante, segundo Tostes, é a magnólia nativa: “Ela atrai pequenas aves como a saíra-andorinha, a saíra-beija-flor e o tangará-dançarino.” A terceira espécie recomendada é a mariana, que recebe sabiás, saíras e pombas. Com a arborização das margens do Rio do Pinheiros, arapongas, macucos e codornas poderão voltar a habitar a região. Após despoluição do rio, aves aquáticas, como a garça-branca, patos, marrequinhos e frangos-d’água também deverão voltar a embelezar as margens. A opinião é da professora Elizabeth Hofling, do Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP). “As aves que originalmente viviam nessa região são as mesmas que hoje vivem nos bosques da Cidade Universitária, bem ao lado do Rio Pinheiros.” Mata Atlântica Elizabeth conta que a Mata Atlântica é muito rica em pássaros – mais de 600 espécies já foram identificadas. “A volta das aves será muito bem-vinda porque elas embelezam a cidade, além de comerem insetos e polinizarem as plantas.” Para a pesquisadora, as mídias têm tido um papel muito importante no despertar da nova consciência ecológica, que faz com que as crianças não saiam matando aves com estilingues ou destruindo seus ninhos, como ocorria no passado. “Hoje, as pessoas pelo menos respeitam as outras formas de vida com as quais dividem o planeta.” /geral.htm/geral.htmhttp://www.jt.com.br/http://www.jt.com.br/

Escrito por Elizabeth Hofling, em 2/9/2003

Rusticidade e Capacidade Reprodutiva

Criação

Álvaro Blasina –Juiz OBJO/FOB

Artigo editado em 15 Abril 2001

Revista SOAM1998

Quando falamos em canários de cor, a imagem que nos vem à mente é a de uma ave de extrema beleza, plumagem sedosa, forma extremamente estilizada etc. Todos esses aspectos são sem dúvidas, a marca registrada desse pássaro que hoje é o mais criado no mundo.

Existem no entanto, para nós criadores, aspectos que vão além de sua beleza externa e que são de extrema importância para o sucesso na criação. A sua estrutura interna, resistência às doenças e capacidade reprodutiva, são aspectos essenciais, muitas vezes esquecidos por nós.

Observandoa natureza, podemos apreciar que o perffeito equilíbrio que nela ocorre, se deve a uma constante adaptabilidade de cada uma das espécies existentes, ao meio em que vivem.

Existem leis extremamente interessantes, que particularmente e fascinam observar e que determinam a base da perpetuação das espécies. Na época previa ao cio, determinadas espécies, tem como comportamento básico, a briga entre os machos, sendo que os ganhadores e mais fortes serão aqueles que, aparecerão com as fêmeas para produzir filhos mais fortes. Os reprodutores que correm atrás de uma manada para se alimentarem, sempre pegam aquele indivíduo que corre menos, determinando que o mais fraco será excluído do rebanho. Na hora da fecundação, somente o primeiro espermatozóide, em dezenas ou centenas de milhões, será que irá fecundar o óvulo, indicando à espécie. Estas leis de seleção natural, são cumpridas rigorosamente desde as mais elementares formas, de vida até as mais evoluídas, e para qualquer uma delas, seja animal, vegetal ou aquática e enfim, nenhum ser vivo escapa dela. Mas como isso tudo dentro das espécies, tem comportamento em meu canaril? Em primeiro lugar nosso critério de seleção não esta orientado para a rusticidade e sim para beleza, de forma que já estamos mudando bastante as regras originais da vida selvagem. Isto acontece em qualquer seleção genética de todos os animais criados em cativeiro. Que cria cavalos de corrida, está preocupado em que seu produto corra cada vez mais rápido, quem cria frangos quer que seu produto tenha cada vez uma conversão de peso maior, e nós queremos que nossos filhotes sejam cada vez mais bonitos.

Por não fazermos uma seleção natural muito rigorosa, automaticamente estamos num risco que é o de termos colônias cada vez mais fraca. Como se tudo isso não bastasse, utilizamos para combater os inimigos das nossas aves, produtos que representam uma verdadeira “faca de dois gumes”, tais como antibiióticos sem ter feito um antibiograma, ou aplicamos subdosagens, estaremos provocando uma seleção natural nas colônias de bactérias, matando as mais fracas e permitindo que as mais fortes se perpetuem, sendo que esta seleção, sem lugar a dúvidas, mais cedo ou mais tarde, se voltarão contra nossas aves. O exemplo mais evidente deste perigo está no alto risco das infecções hospitalares, pois as cepas bactérias daqueles locais, suportam verdadeiras “batalhas químicas”, houve uma rigorosíssima seleção por rusticidade e em conseqüência o seu combate no organismo é extremamente difícil. A estrutura psicológica do ser humano é bastante diferente de tudo aquilo que ocorre na natureza. O leão, o tubarão, o lobo etc., são mostrados como indivíduos malvados perversos, e não como parte integrante de uma estrutura perfeita, cumprindo um papel fundamental na perpetuação das espécies. Por outro lado, temos uma sensibilidade muito grande por aqueles indivíduos mais fracos ou com alguma deficiência, o que faz dedicarmos com que demos a eles um trato mais esmerado, procurando por todos os meios, a sua sobrevida.

Todos nos já tivemos casos de filhotes fracos ou com deficiências, e constatamos que automaticamente, a canária se recusa a alimenta-lo deixando que o mesmo morra, e o que é pior, muitas vezes condenados a fêmea por tal comportamento.

Tenho a convicção, de que a grande maioria dos casos em que a fêmea não trata dos filhotes, ou ela está doente, ou os filhotes estão.

Muitas vezes, me pergutam também sobre métodos para tratar dos quistos de pena. Pessoalmente não vejo nenhum motivo para tratar deste problema. Os canários que apresentam quistos devem ser separados automaticamente do plantel.

Este problema, como tantos outros, que por ser transmitido geneticamente, representa um verdadeiro risco caso não seja eliminado.

A propensão às doenças, assim como o comportamento reprodutivo (fertilidade, quantidade de ovos colocados, cuidados com os filhotes, etc.) são todos eles, transmissíveis geneticamente.

Creio que no mínimo, devemos estar sempre conscientes deste fato, e saber que ele tem um peso importantíssimo no resultado final.

O nosso objetivo deve ser o de criar exemplares cada vez mais bonitos e numerosos, pois qualidade sem quantidade ou vice versa, redundarão fatalmente numa decepção na hora da avaliação dos nosso resultados e dos concursos.

Escrito por Álvaro Blasina, em 2/9/2003