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Não há mais tempo para desenvolvimento sustentável

Controle de natalidade

Não há mais tempo para desenvolvimento sustentável, afirmam pesquisadores.

Pesquisador em meteorologia pelo Insituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Meteorologia, Prakki Satyamurty defende que o mundo adote outro caminho para reverter o quadro de destruição do meio ambiente que tem como conseqüência as mudanças climáticas.

Para ele, o desenvolvimento sustentável já não é o caminho mais aconselhável para a reversão desse quadro. A saída agora, segundo Satyamurty, seria a retirada sustentável, ou seja, a diminuição drástica do consumo de recursos naturais, aliada a um controle de natalidade que levasse a um crescimento menos acelerado do número da população mundial.

Ao falar sobre o tema escolhido pela Organização Meteorológica Mundial para marcar o Dia Mundial Meteorologia de 2009 – Tempo, clima e ar que respiramos – o pesquisador disse que a capacidade do planeta Terra de suportar o uso que se faz dos recursos naturais está cada vez mais limitada.

Por isso, Satyamurty defende que o consumo de recursos naturais deveria ser menor ou igual à reposição dessas riquezas ambientais na natureza. Segundo ele, a exploração dos recursos naturais pela população mundial já ultrapassou a capacidade de oferta do meio ambiente em escala global.

“Já passou o tempo do desenvolvimento sustentável. Agora é tempo de fazer uma retirada sustentável, ou seja, temos que retirar, gradativamente, por exemplo, o número de automóveis das ruas. Tudo o que foi colocado em excesso e hoje contribui para a destruição do meio ambiente precisa sair de cena. Esse é um assunto muito polêmico, mas as autoridades precisam parar e pensar em tudo o que está acontecendo. O mundo tem que mudar para melhor”, observou.

Satyamurty participou, neste semana, da programação realizada pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) em alusão ao Dia Mundial da Meteorologia, comemorado em 23 de março.

Em palestra a estudantes da universidade, o pesquisador polemizou as estratégias pensadas em escala mundial para lidar com os diversos problemas causados pelas mudanças climáticas, como a falta de água. Segundo ele, a população mundial quadruplicou em 50 anos e o aumento da temperatura da superfície terrestre, do nível dos oceanos, bem como a poluição de todos ambientes são as principais conseqüências desse crescimento populacional.

Com o aumento da população mundial, a diminuição das áreas de floresta e de espécies animais é inevitável. Mais áreas de lavoura, pastos e gado. Tudo isso provocou aumento de gás carbônico, gás metano e aumento substancial da temperatura na Terra, relatou.

Ainda de acordo com o pesquisador indiano, assim como foi criado o mercado do crédito de carbono, também deveria existir o crédito de população. Para ele, outra missão das autoridades é o reflorestamento.

Todo país que estivesse crescendo demais deveria pagar por isso. Seria um incentivo à redução das populações e um benefício para o meio ambiente como um todo porque o planeta não agüenta mais essa situação.

Na avaliação do chefe da divisão de Meteorologia do Centro Técnico Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) no Amazonas, Ricardo Delarosa, é incontestável que o desenvolvimento e o progresso geram perturbações e degradações nos sistemas naturais. Contudo, ele ponderou que o grande problema das nações não é a falta de alimentos, mas a distribuição imperfeita desses recursos alimentares.

“Entendo que o que está acontecendo é uma distribuição desigual das riquezas e recursos. A população cresceu bastante, mas a produção de alimentos também cresceu”, disse.

Com relação à polêmica avaliação de Satyamurty sobre a retirada sustentável, Delarosa ponderou que não existe maneira de desenvolver sem degradar de alguma forma. Para ele, a redução da população seria uma das alternativas existentes.

“Eu entendo que o desenvolvimento sustentável é um paradoxo. Não vejo como desenvolver e, ao mesmo tempo, ter sustentabilidade, pelo menos não do ponto de vista da conservação dos sistemas naturais como a gente os conhece hoje. Temos que trabalhar para minimizar esse custo que é um ônus imposto à natureza. Na minha opinião, é preciso haver uma conscientização de que é preciso distribuir melhor os recursos e as riquezas. Acho que isso seria mais efetivo do ponto de vista de preservar mais o ambiente que a gente vive”, concluiu. (Fonte: Amanda Mota/ Agência Brasil)

Escrito por Amanda Mota , em 5/4/2009

Bichos são reintegrados à natureza

Há de se observar os protocolos

Bichos são reintegrados à natureza com a ajuda de agricultores

Agricultores podem ajudar na reintegração à natureza dos animais apreendidos vítimas de maus-tratos ou tráfico. Para isso, é preciso fazer o credenciamento junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Em Mato Grosso do Sul, mais de 40 propriedades estão credenciadas pelos órgãos ambientais para receber aves e animais silvestres apreendidos com traficantes.

Em uma fazenda no Pantanal, por exemplo, foram feitas adequações para conseguir a autorização. O agricultor Gerson Bueno Zahdi construiu o viveiro aproveitando a estrutura da caixa de água. Instalou coxos em várias partes da fazenda para que os animais pudessem ter fácil acesso à comida e retirou os cães e gatos da sede. Além disso, os funcionários foram treinados para lidar com os animais.

Preparamos a nossa propriedade e o nosso pessoal para receber esses animais que os órgãos ambientais fazem a apreensão para que aqui eles se readaptem e possam viver novamente em vida livre, disse Zahdi.

Para fazer parte do programa de reabilitação dos animais silvestres, basta o fazendeiro demonstrar interesse e pedir uma visita dos fiscais ambientais. Eles fazem uma avaliação detalhada do local. Um dos fatores que limitam a permissão é a proximidade com áreas urbanas, assentamentos rurais e riscos de caça.

Estamos fazendo um esforço para ampliar esse número de fazendas que vão recepcionar os animais, ou seja, dando uma demonstração de que o proprietário rural ou produtor rural está interessado também em preservar a diversidade dando condições para a gente reintroduzir esses animais. E possibilitando que outros também sigam esse exemplo, falou David Lourenço, superintendente do Ibama em Mato Grosso do Sul. (Fonte: G1)

Escrito por Globo.com/G1, em 25/3/2009