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O Pum da vaca

O Brasil será vilão???

O Pum da vaca e o aquecimento global

3/dez/06 (AER) – A histeria que se está formando em torno do aquecimento global teoricamente causado pelo homem acaba de ganhar um elemento bovino. Segundo relatório emitido pela respeitável Organização da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO – Food and Agriculture Organization), a pecuária contribui mais para o efeito estufa que os automóveis. [1]

Ocorre que o sistema digestivo dos ruminantes produz grandes quantidades do gás metano (CH4) que são liberadas na atmosfera – digamos – pelo método natural. Para quem não sabe, o metano possui um poder de aquecimento global 23 vezes maior que o CO2, tido como o maior vilão para o fenômeno.

Mas isso não é tudo. Segundo o relatório da FAO, os ruminantes produzem ainda o potentíssimo gás de óxido nitroso (N2O), que tem um poder aquecedor 296 vezes maior que o CO2 (o relatório não faz referências sobre o poder odorífico do gás).

Adicionalmente, os ruminantes são acusados de causarem chuva ácida uma vez que, segundo ainda o relatório da FAO, eles são responsáveis por 64% da emissão global de amônia.

Em suma, o relatório afirma que os gases do esterco e da flatulência dos animais, o desmatamento para criar pastagem e a energia usada nas fazendas fazem com que a pecuária responda por 18% dos gases do efeito estufa.

O relatório, convenientemente intitulado “A grande sombra da pecuária”, foi produzido por Henning Steinfeld. Ele sugere medidas urgentes para o setor resolver esse grave problema, uma vez que a produção global de carne mais que dobrará, passando dos 229 milhões de toneladas entre 1991-2001 para 465 milhões de toneladas até 2050, acompanhada de alta similar na produção de leite. “A pecuária é um dos causadores mais significativos dos problemas ambientais mais sérios da atualidade”, disse o autor.

Dentre as recomendações para diminuir o problema, a FAO cita a melhoria substancial da dieta dos ruminantes para reduzir a fermentação e as conseqüentes emissões do potente metano. Não foi cogitado o desenvolvimento de algum inventivo sistema coletor que, seguramente, poderia ser adaptado às vacas européias estabuladas e, de quebra, geraria eletricidade de fonte ambientalmente amigável.

Com tanto metano sendo liberado, não causará surpresa se o Brasil, um dos maiores produtores e exportadores de carne, seja em breve apontado como vilão do aquecimento global causado por pum de vaca.

Alerta em Rede

Escrito por Alerta em Rede, em 23/5/2008

Desmantelamento da Economia Paraense

Por que o ódio contra quem produz

Desmantelamento da Economia Paraense

Armando Soares (*)

Preservação do meio ambiente, da floresta, das nascentes, dos animais deveria ser uma coisa normal, pacífica, sem resistência, harmônica e embutida pacificamente num programa de desenvolvimento. Infelizmente, no Brasil e mais especificamente na Amazônia a questão meio ambiente foi levada para o campo político ideológico e se transformou num instrumento de destruição da economia paraense.

Se os governos, estaduais e federais, tivessem bons propósitos e quisessem o apoio dos produtores paraenses para embutir no processo produtivo a variável ambiental, deveria ter, por uma questão de inteligência e bom senso, os produtores ao seu lado de quando da criação da política ambiental, ao invés de ONGs, igrejas e políticos ideólogos, governos estrangeiros e mercantilistas.

Dessa união nasceu uma aberração, um Frankenstein, uma política policialesca, construída com ódio, com espírito de vingança mesquinha, a título de evitar a derrubada da floresta, mas que acaba por se transformar numa política assassina, que mata a célula produtiva que produz alimentos para o povo e matéria-prima para a indústria.

Por que aconteceu esse desvio, essa anomalia grotesca, essa política de meio ambiente inimiga de quem produz? A onde se quer chegar? O que é que o governo objetiva? Por que o ódio contra quem produz e contribui para o desenvolvimento econômico? Se o governo quer o Pará transformado numa grande tribo indígena, com o povo contemplando a floresta, os animais e os insetos, porque não fala a verdade, ao invés de ir buscar pretextos e criar obstáculos e exigências burocráticas insensatas e despropositadas, sabidamente se não impossíveis, mas quase impossíveis de serem cumpridas?

Mesmo sabendo que atrás da política ambiental brasileira se esconde o econômico e o ideológico, os interesses dos países ricos e o sonho socialista, é incompreensível que paraenses, amazônidas e brasileiros se prestem para esse tipo de desserviço, contribuindo para a perda da soberania amazônica e a destruição do núcleo produtivo da base primária que produz alimentos, gera emprego, renda e sustenta economicamente o Estado.

Bem, pode argumentar o governo, nos estamos propondo um modelo de desenvolvimento sustentável, com base em premissas ecológicas, onde se insere uma visão holística, mística, do todo, orgânica, que substitui o modelo cartesiano capitalista, que sujou e poluiu a Terra com sua dinâmica e criatividade. Não, nós ambientalistas queremos, mesmo que permaneçamos pobres, um modelo com base na sabedoria do silvícola e, no máximo uma célula nanica, tipo agricultura familiar, necessária, mas sabidamente incapaz de ser o motor do desenvolvimento.

A quem interessa essa destruição e o engessamento territorial e econômico em curso no Pará e na Amazônia? Aos brasileiros? Aos amazônidas? É obvio que brasileiros e amazônidas querem o desenvolvimento econômico da Amazônia porque o desenvolvimento econômico que consiste no “bom” uso da riqueza material, dos recursos naturais e capital humano de países ou regiões, favorecendo o bem-estar geral de seus habitantes. Por sua vez o processo de desenvolvimento econômico supõe que ajustes institucionais, fiscais e jurídicos são necessários, incentivos para inovações e investimentos, assim como fornecer condições para um sistema eficiente de produção e distribuição de bens e serviços à população. Tais medidas se encaixam no pensamento ocidental em suas expressões econômicas, culturais e políticas. A Amazônia desenvolvida, dada a sua riqueza, seu capital maior, pode, em pouco tempo conduzir o Brasil para dentro do Grupo dos Oitos (G8)países mais ricos do mundo, o que significa dividir o mercado, o que não é bem olhado pelos EUA, União Européia e outros componentes do G-8, o que nos leva a conluir que a questão maior que está por trás das ações ambientalista é econômica e não ambiental como tenta induzir a mídia comprometida.

O padrão de desenvolvimento, o modelo cartesiano corresponde às economias capitalistas avançadas. Metas capitalistas, fundada na economia de mercado, que geram crescimento econômico contundente como acontece hoje com a China, e no Brasil no Sul e Sudeste, promovendo o aumento do PIB nacional e per capita. Esse padrão é buscado pelos países ou regiões “em desenvolvimento” para tornarem-se países e regiões desenvolvidas. Por que essa busca está sendo obstaculizada pelo governo brasileiro quando se trata do Pará e da Amazônia? Preservação ambiental? Conservação da floresta? Ambas poderiam ser feitas, caso necessário, sem fragilizar as células produtivas responsáveis pela geração de renda, emprego e do desenvolvimento. Por que atingi-las mortalmente?

Enquanto se valoriza o macaco, a preguiça e a “santidade” da floresta e sua intocabilidade, Belém, cantada como portal de entrada da Amazônia, tem 15 mil seres humanos vivendo em favelas, em condições piores que bichos, demonstração inequívoca de que o governo não considera o homem como sua maior prioridade. Os problemas de Belém vão mais além. Estudos mostram que mais de 35% da população, vive em favelas e apenas 5% da cidade possui rede de esgoto, cenários que se repete com maior intensidade por todo o interior do Pará. Se somam a esses problemas a falta de investimentos em habitação, a migração desordenada, desemprego, empobrecimento da classe média, ou seja, uma tendência para o caos social e estagnação econômica, salvo se houver uma mudança de mentalidade e de políticos defasados.

O que vem promovendo esse cenário triste, caótico e de difícil entendimento? O freio, os obstáculos impostos pelo MMA à região e a fragilidade, ou a quase inexistência, dos órgãos responsáveis pelo desenvolvimento, esvaziados em favor de uma política ambiental que não leva a nenhum lugar e que foi criada não para preservar o que se torna necessário na Amazônia, mas para atender aos interesses de estrangeiros que cobiçam a região, destruir o que já foi construído por bravos e valorosos brasileiros e, pior, contaminar as mentes de brasileiros de outras regiões através de uma propaganda subliminar de que o melhor para a Amazônia é a sua estagnação econômica e não o seu desenvolvimento.

Por que o Sul, Sudeste e o Centro-Oeste brasileiro, os EUA, a Europa, a China, a Rússia, o Japão e outras países e regiões podem se desenvolver e a Amazônia não? Que respondam os brasileiros de bom senso que ainda não estão contaminados com o vírus do ambientalismo, os patriotas, se é que ainda existem.

(*) Economista e Diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará

asoares37@yahoo.com.br

Escrito por Armando Soares , em 21/5/2008