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A Insensatez coletiva

Duro de agüentar

Texto retirado da Revista AO 127 – Nov 2005

A insensatez coletiva –

Aloísio Pacini Tostes –Ribeirão Preto SP

Somos poderosos, podemos alterar o meio ambiente, mover montanhas, voar até a lua, comunicar-se à velocidade da luz, entre outras façanhas conquistadas pelo homem do século 21. Só não fomos capazes de modificar as características de ser humano que somos: sensíveis, temerosos, e muitas vezes insensatos. Vejam agora essas questões de epidemia nos animais, a aftosa nos bovinos, a febre maculosa e a gripe das aves. É só alguém dizer algo a respeito que o fato se torna uma catástrofe iminente. A mídia agita e as pessoas se apavoram, começam a comprar remédios, vacinas e produtos para se precaverem contra uma desgraça que não sabem ainda direito qual sua dimensão. Lógico que, as autoridades devem tomar as providências necessárias, em seu âmbito, no sentido de adotar medidas profiláticas e preventivas objetivando evitar que o mal se alastre e vire uma pandemia. Até aí, tudo bem, todos apóiam e colaboram. Mas o que temos visto, na realidade, não se comprova, são boatos e alardes falsos que muito prejudicam as ações de quem depende de atividades inerentes para sobreviver, os prejuízos são enormes e muita gente que não tem nada a ver com a questão é que paga o “pato”, literalmente. Talvez, até interesses comerciais escusos que tem o único objetivo de prejudicar uns para favorecer outros segmentos internacionais. Vamos abordar apenas a questão das aves para citar dois fatos absurdos: o primeiro diz respeito a um papagaio – Amazona aestiva que faleceu em Londres provindo do Suriname – donde, pelas informações que temos, todos os animais exportados são capturados na natureza – que tinha estado em contato com outros silvestres lá na Ásia e que por isso, pretensamente haveria adquirido o tal vírus causador da tal gripe. Aí, pasmem, a Europa ficou em alerta, reuniões de toda a comunidade, proibições disso e daquilo, sugestão de não mais se mais importar aves, nascidas em criadouros registrados da América do Sul. Ou então, quem comer carne de frangos corre um grande risco de contaminar-se. Ora, sabemos que os animais que saem do Brasil, via Siscomex, ou para Pet ou abatidos são criados debaixo de uma rigorosa vigilância sanitária e não tem nada a ver com o citado papagaio, haja vista a necessária “quarentena” e uma enorme burocracia para a exportação legal. Mas lá não são essas questões que estão em discussão é pura agitação e insensatez.

Depois veiculou-se que a doença era proveniente de patos criados na Ásia que poderiam ter se contaminado com gansos selvagens migratórios, depois eram outras aves e que o mundo todo poderia se contaminar diante da migração anual de qualquer tipo de ave. Aí autoridades americanas, para acalmar a população apavorada, dizem que irão gastar bilhões de dólares para fabricação de uma nova vacina preventiva. O segundo caso aqui no nosso Brasil, proibiram-se exposições de animais de todos os tipos nos estados de Santa Catarina e Paraná, ninguém passa, barreiras sanitárias até para aves. O motivo: surto de febre aftosa que só acomete animais de pés rachados. Quase não conseguimos ir a um evento em Florianópolis, mais de 30% de participantes não foram de medo de serem parados nas estradas, precisou-se de uma autorização especial do Governador, depois que o secretário da agricultura havia negado o trânsito de aves, por escrito. Foi duro ter falar mais de cem vezes ao telefone para desmentir boatos e dizer que poderíamos viajar com tranqüilidade, assumindo uma posição, mas dúvida sempre presente. Agora, nos parece que as suspeitas em muitos casos não estão se confirmando e a situação vai caminhando para a se normalidade, e a verdade dos fatos transparecendo, pelo menos aqui no Brasil. Pois é, além de todos as incompreensões e percalços que enfrentamos, por criar e reproduzir pássaros nativos, dando um exemplo para todo o mundo de como se pode fazer preservação, ainda somos obrigados a de quando em vez, sofrer, nesses tempos modernos, pressões oriundas de uma insensatez coletiva, como essa.

lagopas@terra.com.br

Escrito por Aloísio Pacini Tostes, em 21/11/2005

Torneio em Fortaleza 13.11.05

Sucesso Total

Estivemos neste fim de semana em Fortaleza CE para participar do torneio de Bicudo, Caboclinho e Curió. Agradecemos muito a hospitalidade de todo o pessoal de lá. Em especial o presidente Luis Paiva Jr, Marcos Lima, Alexandre e Paulo Paiva que não mediram esforços para atender da melhor forma a todos que lá compareceram. Para nossa alegria estavam presentes a turma de Pernambuco capitaneadas pelo grande Djaci, nosso Vice-Presidente e mais: Vicente, José Maria, Júnior, Carmino, Roberto. Estivemos também com Alessandro de Aracaju – do Criadouro Tropical, grande criador de curió, Dourado e Bezerra de Natal. Falamos e trocamos idéias com muitos deles; conversamos também com Prof Dantas, Luis, Dalber Prelúcio e que gente boa. O pessoal de São Benedito estava lá todo animado junto com o Honda de São Paulo que julgou o canto Praia. Já haviam me alertado para o maravilhoso café da manhã em casa do Dr. Oswaldo Gueiros, nunca vi igual, todos saímos mais gordinhos de lá ao som de um curió pardo passando mais de 20 cantos Goiana. Deixou saudades a conversa animada em casa de Joaquim, comentários e rolinhos. Almoço em casa de Marcos Lima onde D. Socorro nos preparou iguarias diversas e o doce de caju em postas, ótimo para um diabético insubordinado. No sábado no sítio do Sr. Paiva, mais comidas gostosas debaixo de um cajueiro centenário com frutos maduros e deliciosos, e como comi !!!, não sabia o quê. De repente caju, de repente arroz com carne e assim foi. A noite o peixe Sirigado, maravilhoso e assim ficamos preparados para o torneio. Para minha surpresa inúmeros bicudos de ótima qualidade notadamente um pardinho criação de Luis e Paulo Paiva, canta bonito e muito valente. Notamos que há um grande interesse na criação de bicudos que o pessoal está muito propenso a incrementar a atividade, com um clima daquele sempre 30 graus e um vento quente para amenizar, uma maravilha. Se realmente lá eles quiserem criar, irão suplantar com facilidade aos daqui do sudeste e centro oeste porque não há aquela friagem costumeira durante as noites e madrugadas que prejudicam muito a saúde dos filhotes. De espantar também a qualidade de canto dos curiós do canto Goiana, o curió Zulu de Marcos é sensacional, com repetição e muita melodia no canto, extraordinário, e muitos outros excelentes; os do Dr. Oswaldo Gueiros deram show, repetem e ganharam tudo, trouxe até um troféu de presente. Os caboclinhos com canto Dó-ré-mi , muito lindo o Dalber está se dedicando à reprodução e quem sabe, daqui a pouco haverá a disseminação dessa criação. Visitamos o criatório Grande Lagoa de Alexandre e Marcos, um luxo, curiós de altissima qualidade e tudo dentro melhor figurino para criação de pássaros de canto selecionado. Parabéns pelo capricho e pelos cuidados detalhados quanto aos procedimentos necessários a esse tipo de atividade. O torneio realizou-se sem problemas e na mais absoluta tranquilidade, parabéns a Diretoria da AOF e soube bem organizar todo o evento. Só temos a agradecer a todos que se encarregaram de dar apoio, desde nossa chegada no aeroporto até a saída, lá estavam Paiva e Alexandre para nos ajudar. Foi ótimo……e assim vamos crescendo e mostrando o poder de aglutinação que temos e que faz a nosso fortalecimento e união. grato e abraços

Aloísio

Escrito por Aloísio Pacini Tostes, em 15/11/2005