Criadores legalizados apóiam proposta do Ibama de instituir o“guardião”

Os bichos merecem respeito

Criadores legalizados de pássaros apóiam proposta do Ibama de instituir o “guardião ambiental”

Mônica Pinto / AmbienteBrasil

A proposta de resolução enviada pelo Ibama ao Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama -, no final do ano passado, continua dividindo opiniões. Enquanto a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres faz severas críticas ao teor do documento – veja em EXCLUSIVO: Renctas vai acionar Ministério Público contra proposta do Ibama de criar a figura do “guardião ambiental” -, a Confederação Brasileira dos Criadores de Pássaros Nativos – Cobrap – apóia a iniciativa.

“É uma alternativa viável para buscarmos a solução para tantos pássaros em situação irregular que estão em posse de pessoas de bem”, diz Rogério Fujiura, diretor da entidade e criador há cerca de 20 anos. Em seu plantel, figuram hoje 70 pássaros de cinco espécies – trinca-ferro, bicudo, curió, canário da terra e coleirinha.

Ele estima em milhões o número de pássaros nesta situação – ou seja, em gaiolas e viveiros de cidadãos espalhados por todo o país. Mas, deste total, apenas 170 mil constam do Sistema de Cadastro de Criadores Amadoristas de Passeriformes – Sispass/Ibama.

“A maioria destes pássaros já está em situação ‘doméstica’, sem condições de ser solta na Natureza e não há abrigos suficientes para tantas aves”, pondera Fujiura, para quem a Renctas “simplificou por demais a proposta”. Em sua avaliação, a entidade não explicitou as exigências para que se possa tornar um “guardião”, as quais – ao menos em tese – dificultariam a legalização de produtos oriundos do tráfico.

“Ao ser informado da possibilidade de regularizar suas aves, o cidadão irá ao encontro de informações de como poder criar legalmente”, acredita ele, apostando nos poderes da educação e da informação em contraponto às medidas repressivas, nem sempre eficientes. “Cabe a repressão apenas depois de esgotados todos os outros recursos”, defende.

Os criadores afiliados à Cobrap são licenciados – os comerciais, amparados pela portaria 118/97 e a Lei 5197/67 do Ibama; os amadores, pela Instrução Normativa 01/03. A entidade procura estabelecer um canal de informações entre seus membros e as instituições normatizadoras. E acredita que seu trabalho contribui diretamente para a preservação do meio ambiente e de seus habitantes alados.

“A reprodução em domesticidade de pássaros nativos evita a extinção de espécies, antes endêmica em grandes extensões territoriais”, diz Rogério Fujiura, citando, como casos mais notáveis, os do curió (oryzoborus angolensis) e do bicudo (Orizoborus maximiliani e várias sub espécies), cujo número de exemplares é hoje maior em criadouros do que voando pelos céus do país.

Para ele, a oferta de aves oriundas de criadouros legais também tem o mérito de diminuir a procura pelos animais caçados, o que acabaria por desestimular seu tráfico.

O criador defende ainda que os pássaros em cativeiro podem fazer parte de um programa de repovoamento. Segundo ele, já existem diversos estudos neste sentido a fim de que os projetos tenham base científica e, com isso, os que desejarem manter uma ave em sua residência o poderão fazer de forma legal.

Quanto à proposta de criar o “guardião ambiental”, será realizada, nos dias 20 e 21 de junho, uma reunião conjunta entre as Câmaras Técnicas de Assuntos Jurídicos e de Biodiversidade, Fauna e Recursos Pesqueiros do Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama. O objetivo é analisar a nova versão do documento, após a revisão feita pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo Ibama, em 20 de abril, conduzida pelo procurador-chefe do Instituto e presidente da Câmara Técnica de Assuntos Jurídicos, Sebastião Azevedo.

Escrito por Rogério Fujiuura, em 18/5/2006

Criador Comercial ou Amador???

A quem interessa estimular a intriga ??

A criação de passeriformes visando a reprodução vem se defrontando em mais de uma oportunidade, com dificuldades impostas pela legislação vigente, omissa em muitos pontos, deixando à mercê da interpretação dos responsáveis pelas normatizações e fiscalizações a obrigatoriedade desta ou daquela exigência. Isso faz com que muitos deixem de fazer a opção por uma categoria a que estivesse melhor enquadrado, quando não empurra de vez o cidadão para a ilegalidade.

Evitando falar na legislação atual, que pelo previsto logo estará em desuso com a criação de novas categorias em uma só portaria, prefiro me ater ao aspecto da criação em si, quais as diferenças, se quantidade combina com quantidade, aspectos mercantis, etc…

Tenho o privilégio de ser um dos que mais anda por este Brasil, visitando criadouros das mais diversas espécies, com instalações e manejos diferenciados, muitos improvisados, outros tanto devidamente planejados e projetados para este fim.

Alguns impressionam pelo tamanho. Pela quantidade de matrizes. Pela produtividade. Pela qualidade. Mas o que mais chama a atenção é de que em cada um há um diferencial que o torna único. Não encontrei ainda nenhum criatório que viesse a ter semelhanças em, digamos pelo menos 60 % de suas características. Em contra partida, já vi produtos de criatórios diversos com a mesma qualidade, padrão de semelhança – em canto, em porte, em fibra – que beira os 100%.

Nem preciso dizer que dentre estes criatórios estão incluídos os comerciais e os amadores, respeitando a classificação atual. Fico surpreso é nos comentários acerca de um ou de outro, com os enquadrados na categoria de amadores dizendo das supostas vantagens dos criadores comerciais enquanto estes últimos das supostas facilidades dos amadores.

Ora, vejo criadores comerciais com preocupações menos mercantilistas do que os amadores e estes com uma preocupação de criação em escala que supera os primeiros.

Os fatores que levam um criatório a procurar um determinado padrão são os mais diversos. Porém , estigmatizar cada uma das categorias, enaltecendo as qualidades de uma em detrimento da outra é infantil e altamente pernicioso à nossa classe e a imagem que precisamos obter perante a sociedade.

Dizer que o criador comercial está mais preocupado com a quantidade, comprometendo a qualidade é de uma ingenuidade e prova de desconhecimento sem tamanho! A seleção do plantel passa pelo poder aquisitivo do criador à sua capacidade de reconhecer características desejáveis em seus padreadores de forma a ter um material genético que possa lhe assegurar melhores chances de alcançar resultados positivos. No mesmo caminho são os comentários, sem nenhum embasamento, de que aumentar o plantel vai comprometer a produtividade. Caríssimos, o que pode ser causa de baixa produtividade é o crescimento desordenado, sem planejamento, sem treinamento de mão de obra que possa acompanhar este crescimento. É o descuido com o espaço físico para o conforto dos alados.

Quanto maior o leque de padreadores e matrizes, maior a possibilidade de se efetuar cruzamentos programados, para definição do caminho a se seguir. E poder alterar esta programação de acordo com os resultados obtidos.

O fato do cidadão ser criador amador em nada vai contradizer a condição do comercial. Dizer que a dedicação – e por conseqüência da obtenção de bons resultados- do amadorista é maior pelo simples motivo de seu plantel ser menor é ridículo! Muitas vezes o tempo que este dispõe para dedicar a atenção necessária é prejudicada pelo seu envolvimento com outra atividade, em sua maior parte sua profissão, reservando parte de seu tempo de lazer a criação.

Todos sabemos que o sucesso da criação passa por alguns pontos básicos:

Higiene

Iluminação

Nutrição

Ambiente

Qualidade dos reprodutores

Manejo

Outros……

Dentro dos itens citados, vai fazer diferença se o criatório é amador ou comercial?

O pássaro filhote vai ter um comportamento diferente por ser acompanhado de nota fiscal ou de registro no SISPASS?

Com o agregamento de valores em sua formação tais quais: Qualidade de canto, fibra, fenótipo, vai ter diferenciação de valor em função de sua origem?

Grandes, me perdoem a arrogância. Ser amador ou comercial é questão de fórum pessoal. Nada mais do que isso. Qualquer argumento contra um ou contra outra é pura balela e falta do que fazer. E, geralmente quem ataca um ou outro, ou é porque passou de uma condição à outra , ou porque não tem nenhum conhecimento e critica por criticar, aproveitando assim para justificar suas mazelas.

Senhores vamos nos respeitar como criadores, seja em que condição for. Quem sabe assim não conquistamos o respeito que tanto desejamos?

Sucesso

Rogério Fujiura

www.fujipass.com.br

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Escrito por Rogério Fujiura, em 14/5/2006