Super-fêmeas

Criação

Eu crio curiós desde 1954 e fiz inúmeras experiências.

Você pode até conseguir uma genética que consiga bons frutos, como o Dario de Jundiaí que merece os meus parabéns por ter conseguido muitos repetidores, fruto de anos de cruzamentos, mas nunca se pode garantir que só saia coisa boa. Notamos que muitas vezes, em uma mesma ninhada de dois ou treis machos, coisa normal, um vem repetindo, com boa voz e aprende a cantar direitinho e os demais não. Mesmo nos seres humanos, quantas famílias de cantores, só um se destaca e os demais nem voz boa tem?

Agora antigamente a quase totalidade das fêmeas botavam 2 ovos por postura. Hoje é comum encontrar fêmeas de 3 ovos e até algumas que intercalam posturas de três ou quatro ovos. É o fruto do aperfeiçoamento na alimentação, vitaminas, sais minerais, probioticos e etc, que antigamente não se utilizava.

Em 1954 por exemplo, eu me lembro que criávamos só à base de alpiste, painço e cupim. Umedecia o pão com água, misturado à carnitina ou carnabol comprado em farmácia, algumas gotas de protovit ou abdcol na água, terramicina, sulfa, tylan ou algo semelhante como remédio, licor de cacau Xavier como vermífugo e só. Não existia na praça à venda, esta enormidade de sementes e recursos que hoje temos à disposição. Nos tempos antigos, os criadores pegavam um galho de arvore, alguns ramos de arvore de natal ou semelhante e colocavam no viveiro, na esperança de que a fêmea fizesse o ninho próprio e botasse seus ovos. Quantas vezes o ninho era ralo de mais e o ovo caia pelos vãos. Os criadores antigos devem se lembrar. Hoje, fruto de aperfeiçoamentos, e graças à experiência do Mestre MARCILIO pai do amigo Romualdo, de Minas Gerais, consegue se criar com muita facilidade, em gaiolas até de pequenas dimensões e com muita facilidade. Quantos grandes criadores de São Paulo, não foram aprender alguma técnica com o mestre Marcilio. O próprio Braz, grande criador de Mogi das Cruzes e outros aprenderam com o Marcilio.

Todos procuram a perfeição, mas nem sempre o cruzamento que ao nosso ver é perfeito, gera bons filhotes. Muitos casais tiram um filhote campeão e nunca mais tiram algo que preste, e casais teoricamente perfeitos, fruto de cruzamentos de repetidores.

O que eu noto é que estes curiós, que geneticamente deveriam ser repetidores mas não são, muitas vezes é fruto de um condicionamento errado. Muitos repetem num determinado ambiente e em, outros não. Noto também que muitas vezes estes espécimes que deveriam ser perfeitos, não o são, mas são portadores de qualidades que transmitem a seus descendentes. Popularmente se escolhe em uma ninhada de dois machos, que um se destaca como excelente repetidor de boa voz, bom aprendizado e etc, o outro para procriação, que gera normalmente filhotes de melhor qualidade do que o próprio irmão campeão.

Escrito por Katsuhito Wada, em 2/9/2003

Coleiro

Meio Ambiente

Com as árvores, avolta dos pássarosOrnitólogo destaca importância da arborização do Jardim Ângela e dá dicas de quais árvores frutíferas atraem mais aves A estratégia de fazer com que a comunidade adote as árvores e cuide delas é a chave do sucesso de qualquer programa de arborização. A opinião é do ornitólogo Aloísio Pacini Tostes, especialista em pássaros que vive em Ribeirão Preto e autor de vários livros sobre criação de aves. “As dezenas de árvores plantadas nos colégios estarão atraindo pássaros para lá em um prazo de três a cinco anos, quando elas florescerem e frutificarem.” Segundo Tostes, as árvores frutíferas que estão sendo usadas nas escolas têm potencial para atrair todo o tipo de aves. Ele diz que as crianças do Jardim Ângela, hoje acostumadas a verem apenas pombas, conhecerão pássaros como tiziu, sanhaço, sabiá, saíra, siriri, coleirinha, bem-te-vi, sebinho, curruíra e rolinha. “Essas aves fazem parte dos ecossistemas das árvores que estão sendo reintroduzidos no bairro.” O especialista explica que a cidade virou um refúgio para os pássaros. Entretanto, isso não significa que as aves estão vivendo bem. “Na verdade, elas estão vindo para a cidade por causa da destruição de seus ecossistemas na periferia e do uso de agrotóxicos nos cinturões de lavouras.” Para Tostes, esse fenômeno tem aspectos positivos. “Os pássaros podem se reproduzir na cidade e, depois, repovoar seu entorno.” Antes de ser um município, os campos de Piratininga – fronteira da Mata Atlântica com as áreas inundáveis das várzeas dos rios – eram um paraíso para os pássaros, que encontravam alimento e refúgio. Naturalistas estrangeiros encantavam-se com as aves de São Paulo. Mas esses animais foram sumindo à medida em que a cidade consumia as florestas vizinhas. O estudioso norte-americano Warrean Dean contabilizou o desaparecimento de 101 das 285 espécies de pássaros da Mata Atlântica catalogados no século 19. Periquitos brasileiros Dentre os pássaros que estão voltando para São Paulo Tostes destaca sabiá-laranjeiras, tico-ticos, coleirinhas, bem-te-vis e maritacas e outros periquitos brasileiros (psitacídeos como o periquito-tuim e o periquito-bandeira). “Esses periquitos brasileiros eram muito comuns na cidade no século passado, quando havia alimento para eles: os frutos dos jerivás que enfeitavam os meandros do Rio do Pinheiros.” Tostes explica que cada árvore atrai os pássaros melhores adaptados a seu tipo de fruto. “A árvore da Mata Atlântica que atrai maior número de aves e animais, e não deve faltar em nenhum reflorestamento, é a embaúba, uma espécie pioneira de folhas grandes e muito resistentes”, diz o ornitólogo. “Seus frutos atraem praticamente todos os pássaros, além de outros animais, como micos, macacos e bichos-preguiças.” Outra árvore importante, segundo Tostes, é a magnólia nativa: “Ela atrai pequenas aves como a saíra-andorinha, a saíra-beija-flor e o tangará-dançarino.” A terceira espécie recomendada é a mariana, que recebe sabiás, saíras e pombas. Com a arborização das margens do Rio do Pinheiros, arapongas, macucos e codornas poderão voltar a habitar a região. Após despoluição do rio, aves aquáticas, como a garça-branca, patos, marrequinhos e frangos-d’água também deverão voltar a embelezar as margens. A opinião é da professora Elizabeth Hofling, do Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP). “As aves que originalmente viviam nessa região são as mesmas que hoje vivem nos bosques da Cidade Universitária, bem ao lado do Rio Pinheiros.” Mata Atlântica Elizabeth conta que a Mata Atlântica é muito rica em pássaros – mais de 600 espécies já foram identificadas. “A volta das aves será muito bem-vinda porque elas embelezam a cidade, além de comerem insetos e polinizarem as plantas.” Para a pesquisadora, as mídias têm tido um papel muito importante no despertar da nova consciência ecológica, que faz com que as crianças não saiam matando aves com estilingues ou destruindo seus ninhos, como ocorria no passado. “Hoje, as pessoas pelo menos respeitam as outras formas de vida com as quais dividem o planeta.” /geral.htm/geral.htmhttp://www.jt.com.br/http://www.jt.com.br/

Escrito por Elizabeth Hofling, em 2/9/2003