Silvestre é Selvagem
Chega de duplo sentido
Temos visto muitos passarinheiros dizer que seus pupilos são “silvestres” , aí fica a pergunta: silvestre não é sinônimo de selvagem, da natureza. Sim, são palavras que dizem a mesma coisa. Insistimos muito nisso, chega de duplo sentido, porque é fundamental para a nossa imagem junto à sociedade uma definição mais apropriada. Sobre essa questão vejam o que enviamos ao IBAMA, como sugestão: “Necessário haver um conceito claro do que é um “silvestre” (selvagem/da natureza) vivendo livre nos ecossistemas e o animal nativo de origem silvestre nascido em cativeiro ou ambientes domésticos. Há sempre um embaraço e grande confusão causados por falta de uma definição apropriada. Chamaríamos de: “crioulo” o silvestre brasileiro e o tradicional “exótico” para indicar o silvestre do exterior, ambos “crioulos” e “exóticos”, nascidos em cativeiro, frutos do processo de manejo em criadouros, em estabelecimentos comerciais e jardins zoológicos. Justificativa: Há sempre uma dificuldade de compreensão por parte da sociedade do que é um animal silvestre (selvagem) de vida livre e um animal de origem silvestre nascido em cativeiro (ambiente doméstico); não se pode trata-los de forma indiferenciada porque neste último produto da intervenção humana no processo de reprodução que exige trabalho, dedicação e obediência a regras e normas definidas em Lei. Portanto, além de resultarem de ação perfeitamente legalizada, tem papel importante na proteção à biodiversidade e preservação de espécies ameaçadas pela caça ilegal e pelo tráfico de animais. Grande parte da opinião pública supõe, quando se fala em criadouro comercial de espécies silvestres, que se trata de permissão do IBAMA para se capturar animais na natureza e vendê-los, auferindo-se lucros sem a contrapartida dos trabalhos de reprodução.” Pois é, será que alguém concorda que um pássaro nascido em seu criadouro é um bicho selvagem ou silvestre??? Lógico, ele é um pássaro nativo criado!!!!!
Aloísio Pacini Tostes
Ribeirão Preto SP
Escrito por Aloísio Pacini Tostes, em 8/12/2005