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Eu e o meu bicho

Conviver com um animal de estimação

Eu e o meu bicho Conviver com um animal de estimação é desfrutar de uma fonte inesgotável de alegrias, garantem os felizardos que vivem essa experiência. E a ciência comprova: eles trazem saúde e longevidade, além de melhorar a autoestima e espantar a solidão.

Texto • Silvia Avanzi, Melissa Diniz e Gisela Rao

Cachorro, gato, cavalo, periquito. Quem tem ou já teve um bicho em casa sabe: eles são companheiros leais, carinhosos e nos fazem sentir muito amados, inclusive naqueles dias em que não estamos tão bem. Os benefícios da interação com os animais, entretanto, vão muito além. Pesquisas científicas realizadas em diversos países comprovaram que a empatia gerada pelo contato com um animal produz uma série de reações positivas no organismo, como baixar as taxas de colesterol, de triglicérides e a pressão arterial. É o efeito do afeto imediato que eles despertam em nós.

Graças a essa habilidade especial, cada vez mais profissionais de saúde têm recorrido à ajuda dos bichos para tratar pacientes com problemas físicos e emocionais. É o caso da psicóloga Kátia Aiello, de São Paulo, que trabalha com terapia assistida por cães. “São muitos os benefícios da utilização de animais para fins terapêuticos. No caso da psicoterapia, o cachorro funciona como um catalisador das emoções do paciente e pode ajudá-lo a enfrentar questões dolorosas e a se comunicar melhor com o terapeuta.”

Além de desenvolver um trabalho clínico, Kátia também é treinadora de cães terapeutas e faz parte da ONG Inataa (Instituto Nacional de Ações e Terapias Assistidas por Animais), que realiza visitas de profissionais voluntários a asilos e hospitais, usando cães para interagir com os pacientes.

A participação dos bichos em terapias como essas, entretanto, requer a escolha da espécie adequada e certo preparo. “O cachorro consegue se relacionar muito bem com os pacientes com dificuldade para se comunicar, como crianças autistas e idosos. Estes, por sua vez, respondem positivamente ao tratamento, perdem o medo, participam mais dos exercícios e socializam melhor com outros pacientes após o contato com os animais. Porém, é preciso ressaltar que os cães foram treinados para isso”, explica Vinicius Fava Ri beiro, fisioterapeuta e diretor de terapia assistida por animais (TAA), do Inataa.

Embora no Brasil essas iniciativas ainda sejam discretas, intervenções assim são bastante reconhecidas no exterior. Um dos maiores defensores da TAA é o cientista comportamental Dennis Turner, presidente da Iahaio (Associação Internacional das Organizações para a Interação Homem- Animal), que organiza congressos em todo o mundo para divulgar os resultados benéficos desse tipo de terapia.

Turner, que esteve no Brasil em 2001, participando da 9ª Conferência Internacional sobre as Interações Homem- Animal – realizada no Rio de Janeiro pela Iahaio em parceria com a Arca Brasil, Associação Humanitária de Proteção e Bem-Estar Animal –, afirma que a simples convivência com bichos de estimação já é capaz de aumentar o bem-estar físico e emocional de seus donos, diminuindo as sensações de tristeza, solidão e ansiedade.

Escrito por Silvia Avanzi, Melissa Diniz e Gisela Rao, em 31/8/2009