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Criadouro Alternativo

Condições Básicas

Muitas pessoas que estão iniciando uma criação de pássaros nativos ou que já os reproduzem e pretendem ampliar a criação, se deparam com a seguinte questão: qual o melhor criadouro? De que forma construir um criadouro eficaz com o melhor custo-benefício?

Existem diversas opções. Em geral, as pessoas têm aproveitado algum cômodo da casa, adaptando-o ou fazendo uma construção de alvenaria específica para esse fim.

Antes de tudo, é importantíssimo projetar o criadouro levando em conta muitos detalhes, para não errar. É fundamental, por exemplo, fazer o projeto levando em consideração qual são as intenções (modalidade) em que se enquadra. Se for de canto, por exemplo, a vedação acústica pode ser fundamental. Para se minimizar a probabilidade de cometer erros, é indicado conversar com criadores experientes, fazer muitas visitas e consultar um profissional da área.

Bem estar animal é fundamental para o sucesso na reprodução. Alguns optam por gaiolas muito pequenas, a fim de aproveitar melhor o espaço, mas acabam tendo aves estressadas e de baixa produtividade, sendo que um número menor de aves melhor alojadas poderia trazer melhores resultados.

Deve-se também pensar na praticidade do criadouro, facilidade de limpeza, proteção contra correntes de ar, contra predadores. Ratos talvez sejam a maior praga de um criadouro, e estes devem ser evitados a todo custo.

Estando sempre em contato com containeres utilizados para importação e exportação marítima, tive uma idéia: porque não utilizá-los como criadouro?

Na região de Santos, existem terminais com milhares de containeres que foram tirados de linha e estão à venda, a preços atraentes. Bastariam que ganhassem porta, janelas e estrutura interna.

Existem duas medidas padrão de containeres: 20 pés (6m) e 40 pés (12m) de comprimento. A largura é de 2,4m e a altura de 2,6m em ambos os casos. Existe ainda a diferenciação entre estrutura com isolamento térmico (Reefer) ou sem isolamento térmico (Dry). Nesse caso, o isolado certamente é o mais atraente, pois além de manter a temperatura interna constante, é totalmente isolado acusticamente.

Os valores podem variar, principalmente com a qualidade do produto. Encontrei excelentes containeres, de 20 pés, a U$600,00 sem isolamento térmico e isolados a U$1.500,00. Esse último possui ainda formidável acabamento interno em aço inox.

O conceito de barato ou caro varia de pessoa para pessoa, mas se formos avaliar o custo de uma construção de alvenaria completa, mais os custos de isolamento térmico e acústico, acredito que dificilmente consegue-se bater esse preço.

Tem-se ainda a vantagem da mobilidade. Pode-se mudar sem problemas, pois o criadouro pode ir junto! Fica assim registrada uma idéia que pode vir a contribuir com a classe passarinheira. Grande abraço.

rdw_usp@yahoo.com.br

Escrito por Rob de Wit, em 6/6/2005

Fundar uma Associação

A documentação necessária

Retirado do Livro – Criação de Curió e Bicudo

FUNDAÇÃO DE SOCIEDADE ORNITOFÍLICA

 

Definição

 

Só deve criar ou manter pássaros em ambientes domésticos, a pessoa que se associar a uma sociedade ornitofílica formada com este objetivo. Sociedade ou Associação são nomes é nome e possuem efeito legal para a atividade. O que interessa é o conteúdo que está escrito nos respectivos estatutos. Independentemente do nome escolhido, assim dispostos, os associados passarão a ser respeitados pelas representações civis e pelo próprio poder público, como acontece com qualquer outra forma de sociedade organizada.

Consiste no agrupamento de no mínimo 20 pessoas em torno do objetivo comum que é criar pássaros nativos em ambientes domésticos, no sentido principal de protegê-los e preservá-los. Outros objetivos visados são o congraçamento entre cidadãos e suas respectivas famílias, o lazer, a troca de experiências e a faculdade de participações em campeonatos com seus pássaros.

 

Fundação

 

A tarefa de fundação de uma sociedade ornitofílica está completa quando é conseguido o competente alvará de funcionamento.

É preciso analisar com muito cuidado quando da fundação, a questão de proximidade com outros Clubes similares para não haver conflito quando de eventuais transferências de associados ou invasão de área de atuação a fim de que não se crie um clima desfavorável. Os passarinheiros devem sempre procurar a união para se tornarem cada vez mais fortes e respeitados.

As providências para a fundação são simples, na realidade, mas dependem de muita dedicação, porque obriga a quem está à frente da questão ter um pouco de persistência até conseguir terminar todo o processo.

A documentação necessária para a total legalização é a seguinte:

a) relação de no mínimo 20 sócios fundadores, qualificando-os com número do RG, profissão e endereço;

b) ata de fundação, registrada em cartório;

c) ata de eleição e posse da primeira diretoria, registrada em cartório;

d) estatutos sociais, registrados em cartório;

e) cópia do extrato dos estatutos publicado em jornal;

f) número de CNPJ;

g) endereço comercial;

h) alvará de funcionamento fornecido pela prefeitura.

 

Exemplo de Estatutos

 

Como exemplo básico demonstraremos a seguir, de forma resumida, os capítulos mais importantes, cujas disposições deverão ser adotadas pelos associados e, portanto, constarão dos estatutos, a saber:

Capítulo I – A Sociedade ………………… é uma entidade civil, sem fins lucrativos, regida por este Estatuto, com sede e foro na cidade de ………………., estado de……………, com prazo de duração ilimitado e tendo as seguintes finalidades:

a) promover, juntamente com sociedades congêneres e autoridades competentes a defesa da fauna, flora e recursos naturais renováveis existentes na região;

b) difundir os conhecimentos necessários ao êxito na criação de pássaros em ambientes domésticos;

c) promover treinos e torneios de canto e de fibra de pássaros canoros para aprimoramento dos cantos e seleção dos melhores pássaros para a procriação; e

d) estimular o congraçamento entre os criadores de pássaros.

Capítulo II A sociedade……….. terá como órgãos e poderes diretivos:

a) Assembléia Geral;

b) Diretoria;

c) Conselho Deliberativo; e

c) Conselho Fiscal.

Nos Capítulos III, IV e V se descreverão os poderes de cada órgão diretivo.

No Capítulo VI serão mencionados os tipos de associados, as condições para se associar, obrigações e direitos de cada um, forma de registro no livro próprio e pagamento de taxas.

O Capítulo VII é destinado a registrar as penalidades a que os associados estarão sujeitos no caso de infringência de qualquer disposição do Estatuto.

O Capítulo VIII listará, finalmente, as disposições gerais tipo: procuração para votar em assembléia geral, não participação em eventos de caráter político, religioso, racial ou de classe, regulamentação das eleições (obrigatório) e casos omissos.

 

Legalização

 

Os passos a serem seguidos terão que obedecer a uma ordem natural, porque uma documentação depende de outra. Assim, a liderança deve primeiramente contatar os passarinheiros para, de maneira informal, montar um estatuto que tenha uma prévia aprovação de todos. Após isso, marcar uma data para a fundação, eleição e posse da primeira diretoria e aprovação dos estatutos.

Realizada a assembléia e de posse de toda essa documentação, é preciso levá-la até o cartório para registro. Em seguida retirar um número de CNPJ na Secretaria da Fazenda, montar um extrato dos estatutos e publicá-lo em jornal de circulação da cidade. Agora é a vez do alvará de funcionamento, fornecido pela prefeitura, que exige todos os papéis antes citados, que provarão terem sido providenciados os procedimentos obrigatórios. Para esse fim é necessário que a sociedade fundada tenha, obrigatoriamente, um endereço comercial.

Após isso é obrigatório o registro do CTF – Cadastro Técnico Federal do IBAMA , entrar no respectivo site obter o respectivo número de inscrição.

Escrito por Aloísio Pacini Tostes, em 2/6/2005