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Tem que ser mais simples

Criação Comercial

Alega-se que o preço das aves da fauna nacional com cadastro no Ibama em geral é absurdo e não condizente com a realidade econômica e social no Brasil, mas é certo afirmar que tanto maior é o preço, quanto maior a dificuldade na criação em cativeiro ou quanto melhor for a linhagem do exemplar a adquirir.

Quem poderia desmentir que cativas no Brasil há muito mais aves irregulares dos que legalizadas no Ibama? É a lei ambiental brasileira muito rigorosa, está errada, carece de quais melhoras?

Observando discussões no sítio virtual da COBRAP, todos enriquecemos com a troca de experiências e informações e percebemos que, como em todo segmento da sociedade, o meio passarinheiro não é constituído apenas por amantes da natureza, como bucolicamente poderíamos sonhar. A ave campeã traz alegria e também a preocupação com segurança, como se vê de ações armadas de criminosos em torneios e na residência de seus proprietários. Anilhas são adulteradas, alargadas, esquentadas, ou simplesmente forçadas em patas de pobres aves, tudo no afã de “cumprir” a Lei Ambiental.

Prender ou anistiar aqueles que tem ave irregular? A Justiça Federal Criminal tem reconhecido que manter sem fins econômicos aves irregulares, é crime de menor potencial ofensivo e merecedor de pena alternativa, ou até mesmo conduta não tipificada, não criminosa. Prender todo mundo que tem ave irregular é inviável.

Também em nada contribui para a criação de aves brasileiras em cativeiro as dificuldades legais atualmente impostas ao comércio de aves por criadores amadoristas, como se fosse pecaminoso e imoral auferir lucro com atividade tão apaixonante como ser passarinheiro apreciador da fauna nativa do Brasil. Afinal, se a lei ambiental pouco exige quanto a criação de exemplares da fauna estrangeira e que constituem risco ambiental, não se deveria impor, na prática, tantas dificuldades ao amadorista.

Exigir a filiação em Associação como ocorreu no passado, para registrar, regularizar a situação de ave ilegal, deixar de conceder aves em depósito para criadores amadoristas, é excluir as pessoas de menor poder aquisitivo da legalidade. A utilização da internet (SISPASS) assusta até mesmo muitos usuários de computador, além, evidentemente, de excluir aqueles que tem baixo poder aquisitivo.

Para interpretar a Lei, devemos ter em mente que ela é que deve servir ao homem, não o inverso, que a lei foi feita para ser cumprida e aplicada em benefício da coletividade e que tanto se cometem menos crimes, quanto maior é a certeza da pena, por menor que ela possa parecer aos olhos dos que nunca foram privados da liberdade.

Não se pode perder a capacidade de se indignar com as coisas erradas, afinal, não é porque uma coisa é corriqueira que podemos considerar correta, justa, moral…, ou tolerável. A Lei pode ser deturpada facilmente e a de Gerson define que crime ocorre quando é um desafeto que se beneficiou, mas um simples jeitinho quando praticado por um amigo.

O Ibama se recusa em cumprir a própria Instrução Normativa, de nº1/2003, tratando de forma discriminatória os criadores amadores ao recusar-lhes a entrega de aves em depósito. Medida neste sentido poderia servir de incentivo às denúncias contra os comerciantes ilegais, os traficantes de animais silvestres.

O tratamento dispensado por muitos criadores conservacionistas às aves fruto de apreensão, por melhores que sejam as intenções, muitas vezes não difere muito dos maus tratos infligidos por traficantes de animais. Sei de muita gente que trata seus animais de estimação, ainda que ilegais, melhor do que muita gente cuida dos próprios filhos. Seria justo apreender e deixar estas aves tão bem tratadas em viveiros coletivos?

Muito criador amadorista cria e transfere mais de 50 aves anualmente, o que constitui forte indício de prova que se trata de um bom criador. Neste caso, poderia o Ibama ser menos rigoroso quanto à aprovação de projeto complementar (Portaria 118N/97).

Quanto maior a quantidade de criadores de aves nativas, mais o preço dos exemplares em geral tende a cair, e somente aos criadores que almejarem a qualidade será dado cobrar o justo valor por uma ave de boa linhagem, inacessível para a maioria.

Cesar Kato

Curitiba PR

Escrito por Cesar Kato, em 12/4/2005

Aditivo nas Rações

Informações importantes

Informações encontradas no site: http://cavalocompleto.com.sapo.pt/nutri09.htm – Nutrição animal on line

ADITIVOS I

INTRODUÇÃO:

São substâncias adicionadas intencionalmente às rações com o objetivo de conservar, intensificar ou modificar as suas propriedades químicas, sem prejuízo ao seu valor nutritivo (Lei 6198 de 26/12/1974).

TIPOS DE ADITIVOS ÀS RAÇÕES:

a) Aditivos que influenciam a estabilidade do alimento, seu processamento ou propriedades físicas e nutritivas

– Anti-fúngicos

– Anti-oxidantes

– Aglutinantes

b) Aditivos que modificam o crescimento animal, a eficiência alimentar, o metabolismo e seu desempenho

– Flavorizantes e aromatizantes

– Modificadores da digestão:

Enzimas

Tampões

Inibidores da produção de metano

Probióticos

Acidificantes orgânicos

Isoácidos

Compostos ionóforos

Indutores da salivação

Agentes defaunadores

– Modificadores metabólicos

– Hormônios

– Agentes repartidores de nutrientes (compostos b-adrenérgicos)

– Promotores de crescimento

– Antobióticos

– Quimioterápicos

– Saponinas

c) Aditivos que modificam o estado de saúde do animal

– Drogas

– Substâncias ambientalmente ativas

– Imunomoduladores

d) Aditivos que alteram a aceitação do produto pelo consumidor

– Xantofilas

– Saponinas

CONDIÇÕES PARA O USO DOS ADITIVOS:

– Intensidade de produção

– Forma de utilização

– Uso combinado de aditivos

– Período de carência

– Não deixarem resíduos nos produtos animais

– Serem biodegradáveis

– Relação custo: benefício

ANTIBIÓTICOS:

Definição: São princípios ativos derivados de substâncias bacterianas, utilizados em doses bastante reduzidas, que não sejam recomendados para a terapêutica humana ou animal, biodegradáveis, não terem ação mutagênica para bactérias, sem acumular resíduos no organismo animal ou humano.

Modo de ação: inibem ou destroem microorganismos agindo junto às mucosas aumentando a capacidade digestiva e absortiva.

Exemplos: bacitracina de zinco, avoparcina, colistina, flavomicina, virginiamicina, licomicina, tilosina, enramicina, etc.

Tabela: Eficiência dos antibióticos como promotores de crescimento para suínos.

Controle

Antibióticos

Aumento (%)

Fase inicial (7-25 kg)

· Ganho de peso (kg)

0,39

0,45

16,4

· Conversão alimentar

2,28

2,13

6,9

Fase de crescimento (17-49 kg)

· Ganho de peso (kg)

0,59

0,66

10,6

· Conversão alimentar

2,91

2,78

4,5

Fase de crescimento- acabamento

· Ganho de peso (kg)

0,69

0,72

4,2

. Conversão alimentar 3,30

3,23

2,2

Fonte: Miller et al. (1991).

Tabela: Efeito de agentes antimicrobianos na dieta sobre a digestibilidade aparente de energia, do nitrogênio e do fósforo em suínos.

Digestibilidade

aparente (%)

Nº de

experimentos

Agente antimicrobiano1, ppm

Variação

percentual

0

11-50

Energia

4

79,1

84,2

+ 5,1

Nitrogênio

7

81,6

83,4

+ 1,8

Fósforo 2

56,6

60,0

+ 3,4

1Avilamicina-40ppm, Avoparcnia-20ppm, Carbadox-20-50ppm, Tilosina-40ppm, Virginiamicina-11-50ppm.Fonte: Stahly, 1995, citado por Miyada, 1996.

QUIMIOTERÁPICOS, NITROFURANOS E SULFONAMIDAS:

Têm função semelhante aos antibióticos, mas com uso bastante restrito, visto alguns princípios ativos terem sido proibidos para uso em rações.

Exemplos: olaquindox, furazolidona, sulfadimetoxina, carbadox.

ARSENICAIS:

Tem ação inibidora do desenvolvimento dos microorganismos, ou ação sinérgica outros aditivos, como por exemplo os anticoccidianos. O principal é o ácido 3-nitro 4-hidróxi fenil arsônico, e o ácido arsanílico.

COMPOSOTOS CÚPRICOS:

Inibem o crescimento de microorganismos, sendo o sulfato, carbonato e o óxido de cobre os mais utilizados. Exigência para suínos:

50 ppm CuAção aditiva: 100 – 200 ppm

Cu Nível de toxidez: ³ 250 ppm Cu

ANTIFÚNGICOS:

Inibem o desenvolvimento de fungos nas rações e ingredientes de ração.

Exemplos: ácido propiônico, violeta de genciana, thiabendazole

TABELA: Níveis adequados e recomendados de produtos inibidores de fungos a base de ácido propiônico (> 60% de concentração) para milho armazenado em silos.

Umidade média dos grãos armazenados

Quantidade de ácidos orgânicos (%)

Quantidade de ácidos orgânicos (l/ton grãos)

11-12

0,10

1,0

13-14

0,20

2,0

15

0,25

2,5

16

0,30

3,0

17

0,40

4,0

18

0,50

5,0

Fonte: Santurio (1995).

AGENTES SEQUESTRANTES DE MICOTOXINAS:

São substâncias que se ligam às toxinas produzidas por fungos, inativando-as. As micotoxinas são substâncias produzidas por fungos e que são bastante tóxicos para o homem e os animais.

As principais micotoxinas são:

– Aflatoxinas: B1, B2, G1, G2, M1 – produzidas por Aspergillus flavus e Penicillium, sendo bastante comuns.

– Zearalenonas e Tricotecenos: produzidas por fungos do gênero Fusarium

– Ocratoxinas: produzidas por Aspergillus ochraceus

Exemplos: bentonitas,zeolitas, aluminossilicatos de cálcio e sódio hidratados

Tabela: Efeito de aluminossilicato de cálcio e sódio hidratados (HSCAS) e bentonita sódica para frangos que receberam aflatoxina nas rações.

Adsorventes

Aflatoxina – ppm

Peso às 3 semanas (g)

0

0

652a

0

5

438e

HSCAS – 0,5%

0

635ab

HSCAS – 0,5%

5

518d

Bentonita sódica – 0,5%

0

563a

Bentonita sódica – 0,5%

5

575c

Letras diferentes na mesma linha indicam diferença estatística (P<0,05)

Fonte: Wyatt (1991).

ANTIOXIDANTES:

Previne a produção de peróxidos e inativação de vitaminas nas rações, além de prejudicar a qualidade dos alimentos, pois farinhas de carne e ossos, de peixe, farelo de arroz integral, soja integral extrusada ou tostada, tem em sua composição lipídios de fácil oxidação.

Exemplos: etoxiquim, BHT (Butil hidróxi tolueno).

AGENTES ANTICOCCIDIANOS:

Previne o desenvolvimento de protozoários do gênero Eimeria (maxima, acervulina, tenella) que parasitam o intestino de aves criadas em condições de piso, tendo seu uso obrigatório nestas condições.

Tabela: Principais anticoccidianos, seus níveis de utilização e toxicidade.

Nome

Nível (ppm)

comercial

Recomendado

Tóxico

Lasalocida

AVATEC

75-125

125-150

Maduramicina

CYGRO

3-6

7,5-10

Monensina

COBAN

85-125

121-150

Narasina

MONTEBAN

60-80

80-100

Salinomicina

COXISTAC

60-75

100

Fonte: Dowling (1992) e Gonzáles (1995).

TRANQUILIZANTES E ANTI-ESTRESSANATES:

Utilizados antes e depois de atividades estressantes (transporte, vacinação, transferência). A vitamina C e a suplementação vitamínica em grandes quantidades funcionam nestes casos.

AGLUTINANTES:

Dão consistência às rações e mantém a qualidade dos pellets

Exemplos: caolim, bentonita de sódio

VERMÍFOGOS:

Exemplos: Levamisol, thiabendazole

ENZIMAS:

Melhoram a digestibilidade de compostos para animais, sendo varios os produtos utilizados em condições de avicultura e suinocultura.

Exemplos: fitases, proteinases, carboidrases, pentosanases, etc.

Tabela: Efeitos esperados da adição de enzimas em dietas de aves e suínos

Enzimas utilizadas (Resultados expressos

Aves

Suínos

pela relação entre o tratamento e o controle).

Ganho de peso

Conversão alimentar

Ganho de peso

Conversão alimentar

Proteases

1,05

0,97

Pequena

Pequena

Amilases

1,12

0,93

1,04

0,96

Pentosanases

1,17

0,93

1,05

0,95

b-Glucanase

1,18

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Escrito por Aloísio Pacini Tostes, em 4/4/2005