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Selecionar é determinar

Consangüinidade um método de seleção

O simples ato de juntar casais para criar, chama-se Reprodução. Selecionar é determinar quais indivíduos serão os pais das futuras gerações. Tanto faz se essa seleção se processa por consanguinidade ou por acasalamentos de pássaros oriundos dos mais diversos criadores e localidades, sem a mínima possibilidade de existir qualquer percentual do mesmo sangue. E é aí que mora o problema.

A consanguinidade é apenas um dos métodos de seleção. Como em tudo, temos adeptos e contrários. Nem um nem outro está com a total razão, porém existem pontos que precisam ser mencionados para não fazer crer que o método de sleção por consanguinidade é um método de gerar monstros ou aleijados.

Em todas as espécies animais, de banco genético infinitamente menor que nossos nativos, foi utilizada a consanguinidade em menor ou maior escala. Como em tudo é preciso cuidados, observações, analises, etc. e está intimamente ligado ao ponto de partida.

Volto a manifestar um trecho de uma conversa com o Mestre Paulo Rui, onde foram elencados os predicados ou qualidades que deveriam ter os reprodutores, chegando a conclusão que mais importante que as qualidades canoras ou de fibra ou valentia, o principal é a integridade e higidez dos reprodutores. Seleção, que parte com pássaros doentes, portadores de patologias, defeituosos, só irá gerar problemas.

Mesmo em liberdade existe a consanguinidade, fato este observado e narrado pelo prof. Luiz Otavio Marcondes Machado, no livro “O Canário da Terra – Comportamento Reprodutivo e Social” .

Também o grande estudioso e selecionador de pássaros e galos combatentes, Orlando Rivera Gomes – Espanha, diz:

«tu crees que estos pajaritos que andan por ahí volando libres saben quien o cual es su madre, padre, hermano o hermana, tio o tía? »

A Consanguinidade, que defendo e divulgo, é para ser utilizada para a formação de um reprodutor ou raçador, portador de determinada qualidade que se queira fixar no plantel. Este consanguíneo, mesmo que F6, produzirá quando cruzado com outro pássaro de outra linhagem ou produto de exocruzamentos, um filhote com todo o vigor do híbrido, porém com grandes probabilidades de ter qualidades iguais à do reprodutor consanguíneo.

Convém lembrar que esse Reprodutor Consanguíneo é homozigoto para aquela qualidade selecionada. e Não para todas as qualidades.

Com o tamanho de nosso banco genético natural de nossos nativos, é tranquilo afirmar que essa “depressão endogâmica” jamais ocorrerá.

Para tanto, veja:

1 – No Brasil a raça de bovinos Nelore, com mais de 100 milhões de indivíduos, é tida e reconhecida pela grande rusticidade, resistência a endo e ecto parasitas, fertilidade, ganho de pêso, etc. Muito bem, a exeção de uns poucos animais importados por criadores do Rio de Janeiro (Lengrubrer e outros) a grande importação se deu até 1962 por criadores da então Sociedade Rural do Triângulo Mineiro, hoje Ass. Bras. dos Criadores de Zebu, que totalizou apenas 5.300 animais, sendo a grande maioria fêmeas. Nesta raça foi praticada, com sabedoria, muita consanguinidade especialmente com alguns poucos touros excepcionais e o resultado aí está. O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina.

2 – Todo o plantel norte americano de cavalos Puro Sangue de Corrida descende praticamente de 4 garanhões. Foi intensa a consanguinidade. Aí algum desavisado poderá dizer que transformaram-se em cavalos geniosos e que não se prestam à montaria. Mas quem falou que era para ser cavalos de sela??? o objetivo da seleção era e continua a ser exatamente este: Cavalos geniosos de grande explosão muscular e de índole imbativel. O objetivo é ganhar corridas e não ter cavalos de sela.

3 – Na raça Holandesa Preta e Branca, campeã absoluta em produção leiteira, também foi praticada a consanguinidade para se obter touros de extraordinária característica e transmissão de aptidão leiteira. Para terem noção da utilização, apenas do touro ” Lord Lilly” foram vendidas mais de 1 Milhão de doses de sêmen. Foi utilizado e reutilizado.

4 – Se quiserem podem tentar buscar qual o grau de sangue de “nosso” frango industrial (o que se vende para consumo). Esse produto é o resultado do cruzamento de duas ou mais linhagens de seleção fechadas e homozigotas. E quer maior exemplo de explosão de rusticidade (vivem 10 por m2) aos 48 dias já atingem peso de abate, o índice de mortalidade é baixíssimo, etc. Na verdade esse é um dos mais maiores sucessos da criação doméstica e um dos mais bem guardados segredos de seleção e acasalamentos.

Finalmente como em tudo é necessário o bom senso e a decisão individual de cada criador em determinar os objetivos ideais para seu plantel e qual o caminho que quer percorrer para chegar a ele.

Luis Antonio Taddei

Escrito por Luis Antonio Taddei, em 19/7/2004

Regulamento Canto Trinca Ferro

Para a temporada 2004

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE PÁSSAROS NATIVOS

COBRAP

 

REGULAMENTO DE CANTO DE TRINCA FERRO

(Saltator similis)

 

A SER ADOTADO PARA A TEMPORADA DE 2004

1. CATEGORIA DE CANTOS E TROFÉUS

Categoria Premiação

Canto Trinca-Ferro Clássico……………………………………………03

Canto de Trinca-Ferro Repetidor …………………………………….03

Canto Trinca-Ferro Livre…………………………………………………03

1.1 – São três (3) as modalidades oficiais de Canto Trinca Ferro, que as Associações e Clubes, filiados à respectiva Federação devem patrocinar em seus torneios anuais da COBRAP.

 

1.2. Este regulamento foi aprovado conforme estabelece os estatutos da COBRAP e será fielmente aplicado durante os torneios a partir de 2004. Todo participante do torneio, no ato da inscrição de seus pássaros, compromete-se a aceitar e obedecer na íntegra as normas e rotinas determinadas pelo presente regulamento. Durante a realização do torneio, uma cópia deste regulamento, deverá estar a disposição dos juízes e expositores.

2. HORÁRIO DE INSCRIÇÃO DE PÁSSAROS

 

2.1. A venda de fichas, para inscrições dos pássaros no torneio, deverá ser iniciada, impreterivelmente, às 6:30 horas e poderá ser realizada a partir do dia anterior por ocasião da recepção.

 

2.2. Todos os clubes deverão dar início aos torneios, às 8:30 horas, permitindo-se uma tolerância de 15 minutos.

 

2.3. Os Clubes serão responsáveis pela montagem da Mesa julgadora, providenciado o material de apoio, para possibilitar boas condições de julgamento.

 

2.4. Os pássaros concorrentes deverão ser chamados pela ordem de inscrição, os que não se apresentarem na ordem de inscrição, ficarão para o final.

 

3. DOS PARTICIPANTES

 

3.1. Somente serão aceitas inscrições de pássaros cujos criadores sejam sócios de Associações Oficiais Ornitofílicas de todo país e registrados como criadores, e que estejam quites com as respectivas tesourarias dos clubes de filiação.

 

3.2. Pássaros híbridos não poderão participar dos torneios de canto.

 

3.3. Na ficha de inscrição deverão constar, obrigatoriamente, os seguintes dados:

 

a) Categoria de inscrição;

b) Nome do pássaro;

c) Nome Completo do Criador/Expositor;

d) CTF

e) Número de ordem de inscrição;

f) Clube de origem e cidade;

 

3.4.Somente poderão participar dos torneios de Canto, os pássaros devidamente anilhados e com plaquetas de identificação, com o nome do pássaro, dados do anel, nome do criador , CTF e clube de origem.

 

3.5. É proibida a inscrição do mesmo pássaro duas ou mais vezes no mesmo torneio, bem como em mais de uma modalidade, o criador/expositor que desrespeitar este dispositivo, além de ter seu pássaro desclassificado de todas as provas que participou, poderá ser punido pela COBRAP.

4. AMBIENTE DO LOCAL DOS TORNEIOS

4.1. Os torneios deverão ser realizados, de acordo com as exigências do IBAMA, em locais protegidos e resguardados do vento, sol e chuva.

 

4.2. As estacas usadas no torneio deverão ser simples, sem enfeites ou cores berrantes, deverão ser confeccionadas em madeira ou ferro, deverão estar firmes e bem assentadas no solo. Não será permitida a colocação de ganchos em galhos de árvores.

 

4.3. As estacas e a mesa julgadora deverão ficar protegidas por cordões de isolamento, de tal forma que as pessoas mais próximas fiquem a uma distância mínima de 5 (cinco) metros da estaca e 3 (três) metros da mesa julgadora.

5. CARACTERÍSTICA DO CANTO CLÁSSICO

5.1. Atribuição de Notas – Para ser considerado Trinca-Ferro Clássico, ele terá que emitir 4 notas mais o Boi, obrigatoriamente e será julgado conforme explicitado na tabela abaixo, constante da Cartela de Inscrição; o Trinca Ferro em julgamento receberá do juiz nota variável de 0 (zero) à 10 (dez), considerando-se as frações e notas conforme itens inerentes à qualidade de canto. A média final será lançada no mapa na respectiva coluna. .

Trinca Clássico Nota P

De 0 a 10 pontos xxxxx xx

Nota atribuída pelo Juiz 4

Voz/Melodia/Maviosidade 2

Andamento 2

Organização das Notas 2

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxx xx

Total 10

6. ANOTAÇÃO DE DEFICIÊNCIA

 

6.1 – O juiz deverá descontar 0,5 ponto, anotando na Cartela de Inscrição , cada vez que ocorrer notas de deficiência, conforme os itens abaixo:

 

a) Repetição da entrada ou da passagem;

b) Mistura de canto;

c) Chiado, com vícios, etc;

d) Perdidas (Distoação de canto);

e) Cortadas (interrupção de canto);

f) Boi roncado ou fino demais, do tipo “fuin”.

7. CONTAGEM DO TRINCA FERRO REPETIDOR

7.1 – A contagem de repetição para a categoria do Trinca repetidor deve ser feita a partir de todos os cantos que houver mais de 8 notas; as repetições serão contadas pelo número de notas, acima de 8, que o pássaro emitir e será marcada no lugar próprio na Cartela de Inscrição.

 

8. CARACTERÍSTICAS DO CANTO LIVRE

 

8.1. Nesta modalidade o pássaro poderá ter qualquer linha de canto; poderá cantar em qualquer estilo e canto (desde que seja de Trinca-Ferro);

 

8.2. As cantadas, individualmente, serão computadas no lugar próprio da Cartela de Inscrição, quantas vezes forem emitidas a frase musical (canto), considerando-se sempre as cantadas que contenham duas notas ou mais;

 

8.3. Será vencedor o pássaro que der a maior quantidade de cantadas em 5 (cinco) minutos. Caberá ao juiz auxiliar, incumbência de lançar no mapa geral de notas o número de cantadas anotadas pelo juiz, inclusive lançando o nome completo do pássaro, criador, CTF e clube de origem. Devem ser lançados no mapa todos os Trinca-Ferro, mesmo aqueles não classificados.

9. CLASSIFICAÇÃO FINAL DOS TORNEIOS E TROFÉUS

 

9.1. Nas três categorias serão classificados os 3 (três) melhores pássaros, aos quais serão fornecidos 2 troféus e certificados para os classificados.

 

9.2. Se 02 (dois) ou mais Trincas totalizarem o mesmo número de pontos na soma geral será ganhador aquele que tiver viajado uma maior distância para participar da etapa; permanecendo a igualdade ganhará aquele do proprietário mais idoso.

10. TEMPO DE EXPOSIÇÃO DOS PÁSSAROS

 

10.1 Cada pássaro ficará exposto na estaca por um período de 5 (cinco) minutos; todavia, o Trinca que não cantar nos primeiros 3 (três) minutos será desclassificado.

 

11. JUÍZES E MESA JULGADORA

 

11.1. O Clube promotor do torneio deverá indicar, pelo menos 1 (um) juiz para cada modalidade e juiz auxiliar para formarem a mesa julgadora, ficando o Diretor da COBRAP para orientações gerais e dirimir dúvidas sobre Regulamento, canto, etc.

 

12. RECLAMAÇÕES

 

121. Qualquer reclamação deverá ser feita por escrito, diretamente, ao Conselho de Ética da modalidade que enviará documento com seu parecer ao Conselho Deliberativo da COBRAP.

 

12.2. No caso de qualquer desacato a autoridade dos Juizes, ou Diretores, o respectivo Conselho de Ética fará um relatório expondo os problemas surgidos e o encaminhará ao Conselho Deliberativo da COBRAP.

 

13. CAMPEONATO NACIONAL

 

13.1. Os 5 primeiros colocados, em cada categoria nas etapas do Campeonato, pontuarão em ordem invertida, ou seja, o primeiro colocado pontuará 10 pontos e o 5º colocado pontuará 2 pontos, sendo a variação em múltiplos de 2.

13.2. Em caso de empate no Campeonato o critério de desempate será o seguinte: 1) Quantidade de Classificações; 2) Quantidade de Classificações em 1o Lugar e 3) Proprietário mais idoso.

13.3.: Os pássaros que terminarem empatados, não receberão o mesmo lugar na mesma classificação geral neste campeonato, ficarão com o obtido após a aplicação dos critérios de desempate;

 

13.3. Só serão homologados os títulos do Campeonato para os pássaros que participarem em metade mais um dos torneios. Neste ano de 2004 serão cinco apresentações, no mínimo, para um total de 8 torneios.

1o . Lugar…………………….10 pontos;

2o . Lugar……………………. 8 pontos;

3o . Lugar……………………. 6 pontos;

4o . Lugar……………………. 4 pontos;

5o . Lugar……………………. 2 pontos;

14. CALENDÁRIO E REGULAMENTO

 

14.1. O calendário dos torneios será elaborado dentro do primeiro semestre do ano.

 

14.2. O presente regulamento será adotado na temporada de 2004 e deverá ser cumprido integralmente, podendo sofrer alterações a partir de uma reunião que deverá ser realizada com o apoio de todas as Federações e Clubes;

 

14.3. O Presidente do Clube promotor do torneio deverá, obrigatoriamente, dar ciência deste regulamento a todos seus associados de forma a possibilitar que todo criador/expositor, conheça detalhadamente suas obrigações e direitos, e deverá disponibilizar uma cópia deste regulamento aos participantes.

15. CASOS OMISSOS

 

15.1. Os casos omissos no presente Regulamento serão resolvidos dentro da seguinte hierarquia:

15.1.1. Pelo Diretor da COBRAP;

15.1.2. Pelo Presidente do Clube Promotor;

15.1.3. Pelo mais graduado Diretor da respectiva Federação;

15.1.4. Pelo mais graduado Diretor da COBRAP que esteja presente;

15.1.5. Pela Diretoria Administrativa da COBRAP, quando for o caso que não puder ser resolvido no momento do evento.

 

Aloísio Pacini Tostes

Presidente

Escrito por Aloísio Pacini Tostes, em 16/7/2004