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ATA da AGE de 16.08.03

Mudança nos Estatutos 

Ata da Assembléia Geral

Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada no dia 16 de agosto de 2003, na sede da Associação dos Criadores de Pássaros de Brasília – ACPB Parque do Guará,onde reuniram-se os presidentes das Federações do Pará,Mato Grosso do sul,Minas Gerais ,Goiás e Maranhão para aprovar a mudança do estatuto de acordo com a legislação vigente.

· Criação das novas diretorias de genética e mutação na qual será indicado o diretor com nível superior da área competente e o vice um profundo conhecedor da área, não precisando ter formação superior.

· Onde se lê primeiro diretor e segundo diretor muda-se para diretor e vice-diretor.

· Fica criada a diretoria de azulão e pintassilgo .

· Fica criado o conselho de ética o qual será composto por cinco conselheiros estando ligado diretamente ao conselho deliberativo.

A mesa foi composta pelo presidente Aloísio P. Tostes e pelo vice-presidente Claudemir Persona vice-presidente da confederação digo federação dos criadores e preservadores de pássaros do Mato-Grosso, Wilmar do Santos do qual será assinada pelos componentes da mesa ,pelos presidentes dos clubes pelos presidentes das federações e membros da diretoria do COBRAP eu Wládia P. Victor que redigir e assino a presente ata da qual participou o doutor Luís Antonio Furtado Brito que prestou assessória jurídica a essa Confederação digo o conselho de ética será um órgão instrutor de processo junto ao conselho deliberativo.

Abaixo assinado todos os presentes

Escrito por Helio Flávio Araújo, em 9/12/2003

Animais Urbanos

Esses desconhecidos vizinhos do homem

Animais urbanos, esses desconhecidos vizinhos do homem

José Roberto Miranda, 43 anos, é doutor em Ecologia e chefe da Embrapa Monitoramento por Satélite.

O crescimento populacional urbano e a expansão das fronteiras agrícolas nas últimas décadas têm sido os principais responsáveis pela erradicação ou transformação dos ambientes disponíveis para a fauna selvagem brasileira. A caça e a pesca predatória também contribuíram para o declínio das populações de animais selvagens em áreas próximas à aquelas onde o homem se encontra.

Existem porém, algumas espécies de vertebrados beneficiadas pelo aumento das aglomerações humanas. Obviamente os animais domésticos foram os primeiros favorecidos, mas outras espécies menos desejáveis, como ratos, camundongos, pardais, pombos, espécies exóticas para o Brasil, encontraram nas cidades excelentes condições de implantação.

Várias espécies de aves – como rolinhas, beija-flores, sanhaços, bem-te-vis, corruíras, quero-queros, periquitos, jandaias, corujas e até algumas espécies de gaviões e falcões – são toleradas pelo homem e encontram na vegetação das áreas verdes e jardins urbanos boas condições de abrigo e alimento. Outras espécies como gambás e morcegos, por exemplo, também acharam uma maneira de conviver com os seres humanos, através do comportamento noturno e discreto. As praças, parques, terrenos baldios e jardins residenciais servem igualmente de habitat de alimentação de várias espécies granívoras, frugívoras e insetívoras.

Em uma cidade como Campinas ou São Paulo existem centenas de espécies de vertebrados selvagens, constituindo enormes populações e mantendo relações entre si e com o homem.

Nos cinturões rurais, que circundam as grandes cidades, onde ainda restam alguns remanescentes de ambientes naturais, a biodiversidade de vertebrados aumenta e muitos predadores como a jaguatirica e até a suçuarana perambulam durante a noite. Circulam em busca de presas – tais como o ouriço cacheiro, gambás, cotias, macacos, micos, tatus e pequenos roedores – utilizando as manchas de matas como abrigo durante o dia. Dezenas de espécies de sapos, rãs e pererecas vivem igualmente nos arredores de áreas inundadas, tais como riachos, lagos, açudes, várzeas e banhados, servindo mesmo como indicadores, que atestam boas condições ambientais necessárias para a manutenção de suas populações.

A construção de barragens ao longo dos eixos hidrográficos, assim como a implantação de pesqueiros, seja para fins produtivos ou de lazer, favoreceu várias espécies aptas a essas condições e de hábitos alimentares piscívoros, como os martins-pescadores, biguás, garças, socós, frangos d´água e até cobras d´água. Mamíferos tais como capivaras e ratões do banhado também estão presentes nesses ambientes e devido à ausência de predadores, a proibição da caça e a disponibilidade de recursos alimentares.

Na última década, a proibição da caça permitiu às capivaras um aumento dos seus efetivos populacionais e provocou uma maior demanda por comida. Em áreas de lavouras, elas começam a causar prejuízos constantes e estão sendo consideradas verdadeiras pragas por alguns agricultores. Na verdade, a agricultura foi o grande responsável pela erradicação dos habitats de alimentação desses animais e a expansão da área cultivada continua propiciando conflitos dessa natureza. Sem opção, os herbívoros selvagens adotam as culturas como parte obrigatória de seu “cardápio” e não há possibilidade de mudanças repentinas nesse cenário.

Nos centros urbanos, alguns desses “hóspedes” tornam-se inconvenientes, aproximando-se das residências e até adentrando por portas e janelas abertas, na busca de restos de comidas e outros alimentos descobertos. No Brasil, os gambás estão entre os animais selvagens mais ousados. Nossos descuidos provocam incursões indesejadas desses visitantes noturnos no interior das casas. Os sótãos mal fechados também facilitam a implantação de colônias de morcegos insetívoros, que podem nos incomodar com ruídos e através do acúmulo de fezes e urina nos forros dos telhados.

Nosso desconhecimento em relação aos hábitos dos animais já gerou muitas crendices e mitos, através dos quais taxamos como perversos as cobras, lagartixas, morcegos, ou mesmo os gambás e outros “vizinhos indesejáveis”. Os conflitos entre a fauna e os humanos advêm desse desconhecimento e do nosso antropocentrismo. Se refletirmos sobre essa histórica relação, porém, veremos que, via de regra, os vilões somos nós, os humanos, e não a fauna selvagem.

Escrito por José Roberto Miranda, em 4/12/2003