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O Tráfico deve acabar

Depende de nós

Pessoalmente, vejo a diminuição da depredação da Natureza e específicamente a avifauna, passando por 4 elementos de sustentação, tão importantes um quanto o outro.

1- A educação. Estar premanentemente trabalhando a conciência de toda a população sobre a gravidade do processo suicida que está ocorrendo no momento e o alerta que isso representa. Apresentar a realidade dos fatos crua e nua, e as formas como o sugeito pode minimizar essa situação.

Levada ao campo da ornitofauna, parece obvio aquilo de ressaltar de não comprar aves do tráfico, explicar para o leigo a legislação vigente (Ibama, etc. etc.), explicar para o produtor rural a devastassão causada ao ecosistema pelo desmatamente e o uso de “defensores agrícolas” etc. etc.

2- A fiscalização Uma vez todo mundo ciente da legislação vigente, dos males que o homem está causando à natureza, etc. etc., um poder de fiscalização, policiamento, e punição para quem viola a lei (tráfego, desmatamento, envenenamento indiscriminado, etc. etc.)

3- Preservação do ambiente natural embora íntimamente ligado ao ítem anterior, este é um assunto de sobrevivência e vital para a existência de gerações futuras de todas as espécies. Mesmo que à partir de hoje não se caçe um animal sequer, e se criem milhões de espécies em cativeiro, se não há habitat, não há animais.

4- Cria em cativeiro A história recente do ser humano mostra uma tremenda migração e formação de imensas metrópoles, um verdadeiro divisor de águas até com denominações diferentes onde o homem da cidade é chamado de “civilizado” e o das matas de “selvagem”.

O homem, embora adaptado á morar numa quitenente (leia-se gaiola) de 30m2, carrega dentro dos seus gens, um impulos, uma necessidade profunda de contato com a Natureza. Todo e qualquer ambiente feito pelo homem, casa, local de trabalho, etc. precisa ter uma plantinha, um aquário, um passarinho, um cachorrinho, etc. É um desejo quase que incontrolável da companhía de um pedacinho da Natureza. O homem não concientiza isso, não quer saber, e lá vai ele para a Feira de Caxias, compra o seu animalzino de estimação. Compra um curió pego por R$ 20, sem ter amenor idéia do mal que está fazendo, ou se tem idéia, acha que um grão de aréia não faz falta na praia.

Assim sendo, ocorrre também com os animais um divisor de águas com denominações diferentes, qual seja, se chama animais “domésticos” os que se adaptaram e reproduzem em cativeiro, e animais “selvagens” aqueles que vivem normalmente na Natureza.

O canário doméstico, o periquito australiano, o diamante de gould, o agapornis, o degolado, o mandarim, o manon, etc. etc. etc. hoje não mais são capturados, nem procurados, pois o homem num trabalho de mais de 500 anos, multiplicou, selecionou ao seu gosto, e evoluiu genéticamente de tal forma, que ninguém mais pensa ou deseja capturar qualquer um desse pássaros para si.

O grandioso momento histórico que pessoalmente vejo no momento, o grande desafio, é conseguirmos “domesticar” as espécies nativas brasileiras, criando-as em cativeiro, selecionando-as para melhor cantar ou agradar aos olhos, ao ponto de reduzir a quase zero o interesse pelos selvagens. Creio que o curió e o bicudo são belíssimos exemplos de que tudo isso é possível, mas ao mesmo tempo vejo um imenso horizonte ainda por conquistar, conquista esta que depende de nossas atitudes.

Escrito por Alvaro Blasina, em 11/10/2003

Cantando na Arquibancada

Pura verdade

Estávamos em Inhumas-GO, todos eufóricos para mais um Torneio de Canto e Fibra, válido pelo Campeonato Goiano-2003.

O dia anterior já havia mostrado o aconchego da Cidade e seu povo acolhedor como de costume. A noite foi brindada com uma bela recepção na encantadora chácara Recanto das Águas, do simpático casal Teresinha e Beroni.

O torneio prometia ser disputadíssimo, já que os hotéis da Cidade estavam lotados com passarinheiros de várias cidades, incluindo Brasília, é claro, de onde veio o grande amigo Siqueira, acompanhado de suas duas paixões: sua neta Thuanny e seu bicudo Pit-bull.

Pois bem, começou o torneio, todos os pássaros já devidamente alinhados nas estacas, o tradicional calor da cidade contribuindo para que os pássaros cantassem muito e os passarinheiros tomassem muita água.

Chegou a hora da tão esperada primeira marcação. Siqueira se colocou atrás do marcador de seu Bicudo, aguardando ancioso pelo sinal de início. Deu-se o sinal. Acostumado com seu Bicudo largando na frente, questionou ao marcador:

E aí, já está valendo, não vai marcar? Calmamente, vira-se o marcador para ele e diz: só poderei marcar com o pássaro na gaiola.

Cadê ele?

Sem acreditar, Siqueira aproxima-se um pouco mais da gaiola e vê o passador aberto e a gaiola vazia.

Desesperado, lança um olhar sobre os arredores e vê o Pit-bull dando um show à parte, cantando na arquibancada do ginásio.

Pega dali, pega de cá, o bicudo passeia sobre as outras gaiolas, briga um pouco, até que alguém consegue segurá-lo com a mão e devolve-lo à sua gaiola.

Com a permissão do chefe-de-roda, Siqueira leva o seu bicudo para uma rápida voltinha, mostra-lhe a fêmea e o traz de volta à estaca.

No final do torneio, Pit-bull cantou como nunca, classificando-se em 4o. lugar.

História escrita por José Nogueira – Brasília-DF, em 08.10.2003 (jnono@ig.com.br)

Escrito por José Nogueira, em 10/10/2003