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Solução para o Tráfico Ilegal ?

A SOLUÇÃO PARA O TRÁFICO DE AVES BRASILEIRAS?

Por que existe o tráfico de aves? Porque há quem o pratique, há a impunidade e, principalmente, porque há na ponta da linha quem compra e quem se interessa pelo produto (no caso, as nossas aves brasileiras). Dizem que são milhões de indivíduos retirados da natureza, dizem que são bilhões de dólares transacionados, dizem de inúmeras crueldades que são praticadas, dizem que há um morticínio extraordinário (de cada dez, só um sobrevive). Afora muitos exageros – para provocarem exclamações, impactos na opinião pública, ou para vender sensacionalismos que a mídia tanto adora passar -, a verdade é que o tráfico existe, muito forte, e com a conivência de muitos.

Agora, querer efetivamente acabar com o tráfico não é tão simples assim. Ficar nessa de denúncias, dedurismos, reuniões, discussões, palestras, debates, enfim pura retórica. E é daí que surgem mensagens misturadas e poéticas para opinião pública, que não acrescentam nada que é de proveitoso em favor da vida e da preservação de nossas aves. Muito dinheiro gasto e nada de solução. Esse tipo de prática não deu e não dá certo.

Ademais, que moral tem essa mídia de achar que as pessoas devem fazer o que na sua opinião que está certo. Ela, especialmente a televisada, deveria mudar o seu enfoque também e parar com as cenas de sexo em horário nobre, filmes de violência, programas de auditório de baixíssima qualidade, novelas grotescas e assim por diante. É muita droga e muita hipocrisia.

Chega de tanto falar, chega de tantas evidências e chega de tanto bate-papo. Hoje, todos sabemos, o que está acontecendo e o tamanho do estrago que já foi feito; valeu. Doravante temos que partir para ação, realizações, trabalho conjunto, mãos dadas e parar com poesias e sonhos da existência de pretensos paraísos. Estamos em um mundo real: guerras, imperialismos, terrorismos, massacres, opressões, pedofilias, pornografias e desigualdades sociais – onde a população humana mundial é de 6 bilhões de pessoas com tendência a aumentar. A degradação do meio ambiente é cada vez maior e não vai parar; no Brasil, de 170 milhões de pessoas, a devastação dos últimos 20 anos é de estarrecer. No Sul, Sudeste, Nordeste e grande parte do Centro Oeste já não se encontram na natureza inúmeras aves silvestres, antes abundantes. A situação é gravíssima. Temos que tomar cuidado e agir, senão daqui alguns anos vamos ser acusados de irresponsáveis de imprevidentes e até de criminosos. De pensar morreu um burro.

Hoje, os técnicos, as autoridades e quase todas as pessoas que de uma forma ou de outra estão envolvidas com a questão, estão começando a perceber que só denúncias e sensacionalismos não vão resolver o problema. Já temos alguns exemplos: o jacaré (cadê aquelas reportagens sobre coureiros paraguaios?) , os peixes (são produzidos e consumidos milhões de pacus, piau uçus, lambaris, tambaquis, entre outros) e, o melhor, a comunidade científica participa efetivamente desse serviço. São notadamente biólogos, zootecnistas e veterinários em ação. Faculdades, fundações e outras respeitáveis entidades também contribuem. Todos esses animais – de origem silvestre – estão sendo servidos à mesa. Mas agradecendo: estão preservados. Está dando certo! Muita gente ganhando dinheiro, de forma legal.

Estamos na era da responsabilidade social. Tudo que fazemos tem que ter qualidade, tem que ter conteúdo, tem que ter uma visão abrangente da questão, isenta de sofismas. Temos uma constatação em nossas mãos: uma quantidade enorme de aves domesticadas, em poder das pessoas e que em sua maioria não podem – e não devem – ser soltas na natureza. São milhares de aves que estão aos poucos morrendo em depósitos inadequados. O que fazer com esse banco genético, então ? Ou vamos fechar os olhos e tampar os ouvidos? Vamos praticar um cruel crime ambiental e continuar deixando nossas aves domesticadas morrerem sem executar a sua reprodução. Vejam um exemplo , a ararinha-azul-de-spixi é criada exaustivamente pelo filipino Antônio de Dios e nós aqui admirados. Será verdade que uma Arara (não sabemos de qual espécie) é vendida no Exterior por U$10.000,00? E nós aqui estupefatos. E assim por diante. Existe um mercado dito de bilhões de dólares e comprador. Mas não dizem que é movimentado pelos traficantes. Por que não podemos explorar essa fábula de dinheiro, legalmente? Não importa que o consumidor não vá matá-lo e comê-lo e sim conviver carinhosamente com ele. Do lado de nossa proposição está a Eco 92-Agenda 21, que considera animal silvestre um “Recurso Natural Sustentável”. Então é só trabalhar! Está provado que há locais que mais de 60% da população mantém bicho de origem silvestre em casa, o que prova também o uso, costume e tradição do homem há séculos e que ninguém tem o direito de questionar.

Acresce dizer que as aves em ambientes domésticos vivem muito mais, reproduzem 4/5 vezes por temporada. E na natureza apenas uma vez. Ainda podemos utilizar o regime de poligamia: um macho para cinco fêmeas, incluindo que cada um doméstico vale por dez capturados (“nove morrem”, é o que dizem) – bem como podemos utilizar artifícios como chocadeiras inteligentes, estufas, rações especiais para filhotes etc. Em suma, manejos que adotam técnicas das mais avançadas e aí produzir – para venda – milhares, quem sabe milhões de indivíduos e suprir a demanda de bilhões de dólares. Não é esse o montante transacionado pelo tráfico?

Para que tudo isso tenha êxito é preciso,contudo, que setores da sociedade cessem de se fingir de puros, de anjos, de bondosos, de conscientes e de avançados e parem de falar de forma mística e demagógica, sem realizar nada e as aves apreendidas continuem morrendo em depósitos de extermínios. A comunidade dita científica pode e deve, com seus técnicos, colaborar para que montemos inúmeros projetos de reprodução de aves. Não seria maravilhoso que o Poder Público (Embrapa……?), junto com as ONGs, pelo poder que têm, iniciassem um trabalho junto às comunidades carentes de cidades, como Cruz das Almas BA, considerada um dos maiores locais de captura de animais silvestres? Por que não destinar para lá aves domesticadas apreendidas e, ao lado de biólogos, veterinários e outros profissionais – e num sistema de cooperativas??? – reproduzir para fins comerciais aves e movimentar a economia local como forma de subsistência dessas populações? Seria um exercício de civilidade e tornaria cidadãos todos dali. Todo o trabalho seria feito com o maior controle e transparência possível, com utilização da informática – Microchips, DNA – Banco de Dados Internet, de forma que os trabalhos pudessem ser acompanhados à distância por entidades e órgãos competentes interessados.

E se esse processo irradiasse por todo Brasil o tráfico iria sendo eliminado. Assim, vendo pelo lado de negócio: geração de emprego para muita gente, bem como rendas/riquezas. E pelo lado preservacionista: segurança da conservação das aves envolvidas. Que lição daríamos ao mundo com o trabalho!

Perplexos com o tamanho do movimento do tráfico, estamos todos sentindo que o momento é esse. O prejuízo é enorme e nossas aves sendo levadas ao extermínio sem utilização. Está na hora de fazermos um tipo de Plano de Manejo Sustentado para nossa avifauna. É só direcionarmos nossos esforços produtivamente para o lado inteligente da questão.

Há outras medidas pertinentes e paralelas que precisam ser tomadas para acompanhamento de todas as atividades desenvolvidas. Providências essas que envolveriam ações permanentes de prevenção, fiscalização e controle sobre todo o processo, sem desprezar o resguardo que a sociedade tem que tomar com as demais questões ligadas ao meio ambiente.

Dito isso, estamos conscientes, e para ilustrar a nossa proposta vejamos abaixo uma síntese de documento elaborado pela COCPAN – Cooperativa Nacional dos Criadores de Pássaros Nativos, entregue em palestra realizada na OAB que demonstra a gravidade da situação no sentido de mudarmos nosso enfoque e efetivamente resolver a difícil situação. Na oportunidade, notamos que as autoridades, e mesmo as ONGS presentes, estão mudando o seu posicionamento, convergindo para um objetivo global. Quem sabe agora, com um clima de entendimento possamos encontrar a saída que é uma só uma solução para o tráfico de aves brasileiras.Vejamos o documento da COCPAN.

COCPAN – Cooperativa Nacional dos Criadores de Pássaros Nativos

Documento entregue na OAB-SP – 11º Encontro – Fórum de Debates “Tráfico de Animais Silvestres” – Dias 10 e 11 de abril de 2002

 

I – QUEM SOMOS

Somos criadores de pássaros nativos, criados em ambiente doméstico. Nossa atividade é regulamentada por lei e pertencemos a três categorias: Criador Comercial, Criador Amadorista e Criador Conservacionista. Os Criadores Comercial e Amadorista, principalmente, vêm sofrendo injusta perseguição de alguns setores da sociedade, pela falta de informação por parte da mídia a respeito da nossa verdadeira identidade. Pela incompreensão de alguns, e descaso de outros, não raras vezes somos confundidos com traficantes de pássaros. O tráfico ilegal não somente atinge a nossa imagem perante a sociedade, como nos causa grandes prejuízos pela concorrência desleal e criminosa. Enquanto lutamos com muito trabalho, perseverança e despesas incontáveis, para produzir cada vez mais, melhores crias, porquanto oferecemos uma opção àqueles que querem ter um pássaro legalmente, os traficantes vendem pássaros retirados da natureza sem qualquer trabalho ou despesa. Eis a razão por que queremos também ajudar no efetivo combate ao tráfico de animais silvestres.

 

I I – NOSSO PAPEL NA SOCIEDADE

Nosso mais importante papel – com relação ao tráfico – é, justamente, a oferta no mercado, de pássaros nativos domésticos, há décadas criados em nosso convívio, sem qualquer contato ou prejuízo aos nativos em estado silvestre. Evitamos, assim, que o enorme número de aficionados por pássaros os adquiram do tráfico, dando sustentação a esse mercado cruel e nefasto. Temos, ainda, importante presença na indústria, no comércio, na área de transportes, na Ciência e na Medicina Veterinária. Isso porque a criação doméstica de nativos envolve todo esse complexo de atividades. Desde a fabricação de rações até a entrega do pássaro ao adquirente. Promovemos, portanto, uma fonte de riquezas a toda a sociedade, com oferta de empregos e arrecadação de tributos, envolvendo, também, em toda a extensão desse processo, a atuação constante dos profissionais do Direito.

 

III – ANTECEDENTES

No seminário Normatizacão e Controle da Fauna Silvestre, patrocinado pela Renctas, Rede Globo e Secretaria de Meio Ambiente, realizado em 26/06/2001, reclamamos que nos eventos organizados seria necessário que representantes dos criadores tivessem a oportunidade de expor as suas opiniões, para evitar que acusações infundadas e desprovidas de origem legal fossem levantadas. Queremos combater o tráfico. Queremos ajudar e não podemos! Os criadores detêm informações importantes a transmitir; querem trocar idéias sobre as atividades e ajudar na efetiva tarefa de combate ao tráfico. Todo esse trabalho precisa ter conteúdo e, assim, todas as partes envolvidas devem participar e expor os seus pensamentos, até para que sejam cobrados ou, quem tiver algum tipo de suspeita, possa ser responsabilizado publicamente. Mas que tenha a oportunidade de defesa, tempestiva, como deve, aliás, funcionar um fórum de debates; em especial na sede da OAB.

 

IV – HISTÓRICO

Desde os primórdios da humanidade os homens convivem com os animais. No Brasil são 22% dos lares que mantém aves – cerca de 6 milhões de brasileiros. São quase meio milhão de pessoas registradas legalmente como criadores. É uma minoria muito significativa, portanto. Quem é que tem o direito, numa democracia, de classificar os ornitófilos como indivíduos cruéis, desalmados e atrasados? Há tanta coisa errada nesse mundo. Se as pessoas comuns passassem a ser os juízes uns dos outros, iríamos também começar a nos matar uns aos outros. Se há dois lados, ambos devem ser ouvidos. Desprezar o direito das minorias é o caminho para a opressão.

 

V – SITUAÇÃO MUNDIAL E SITUAÇÃO BRASILEIRA

Enquanto a Bélgica, Itália, Alemanha e França faturam milhões de dólares exportando; enquanto os Estados Unidos arrecadam com o peru; o mundo com o avestruz, com os periquitos e com as cacatuas, a nossa ema, o nosso curió estão mortos de vergonha. Por quê se pode criar exóticos, sem constrangimentos, e com os nativos há um sem número de dificuldades? Por quê, se a lei permite, se a Eco92 considera animais de origem silvestre como um recurso natural sustentável? Além disso, está provada que a criação doméstica é efetivamente uma das mais importantes formas de conservação; importante dizer ainda que, as matrizes existentes hoje no Brasil, em ambientes domésticos, são suficientes para o desenvolvimento das atividades, salvo raríssimos casos.

 

VI – A ATUAÇÃO DAS ONG´s

O exemplo Taleban, que começou proibindo a criação de aves e pombos – depois pôde observar todo aquele povo oprimido – deu no que deu. Aqui no Brasil a invasão de residências, para apreender aves, por pressão de certas organizações, para depois entregá-las a outras pessoas, sem nenhum critério, é uma violência ao cidadão. E as aves, sem nenhum cuidado são colocadas sob a tutela de quem sequer conhece seus hábitos. Não seria necessário um procedimento mais organizado para se oferecer um destino mais adequado a todo esse patrimônio genético, com a responsabilização somente dos verdadeiros culpados? Até hoje a maioria dos depósitos de aves são campos de extermínio, especialmente daquelas aves menos solicitadas. As solturas efetuadas – que exigem monitoria – quase sempre não têm a participação de técnicos habilitados e necessários. Há um enorme patrimônio genético de aves em domesticidade e elas precisam estar em poder de pessoas ou organizações que estão comprometidas com a sua reprodução e mesmo com o seu aproveitamento. Consumi-las sem utilização é crime ambiental e puro radicalismo.

 

VII – ÓRGÃOS DE NORMATIZAÇÃO, CONTROLE E FISCALIZAÇÀO

As leis e portarias vêm sendo interpretadas de formas diferentes por diversos órgãos do Poder Público, em especial por aqueles que têm a obrigação de fazer cumprir a regulamentação ambiental. Combater o tráfico é tarefa de toda a sociedade. Mas é preciso ter-se cuidado para não haver direcionamentos incorretos que possam acabar por perseguir ou dificultar a vida dos efetivos criadores que, na realidade, estão realizando um notável trabalho de preservação, que é o interesse maior da sociedade.

 

VIII – A INFLUÊNCIA DA MÍDIA

Em geral a mídia quer sensacionalismo, quer “sangue”. E, no Brasil, as mensagens veiculadas não traduzem a realidade e a verdade; é quase impossível ou mesmo são raríssimas as aparições de extraordinários criadores que praticam uma efetiva ação de preservação, porque está mais do que provado que se faz preservação de animais ameaçados, em especial com: a) manutenção em seu hábitat natural; b) reprodução em ambientes monitorados (zoológicos, conservacionistas particulares e criadores comerciais); c) reintrodução em unidades de conservação com indivíduos criados domesticamente. Os maiores prejudicados são os criadores com a imagem deturpada que é passada para a opinião pública.

 

IX – CLUBES E FEDERAÇÕES DE CRIADORES AMADORES

São excelentes organismos de iniciativa privada que estão aí, à disposição do Poder Público, para servir de parceiros e forma de aglutinação. Todavia a experiência colocada em prática, com muitos resultados positivos, careceu de uma melhor orientação – ou mesmo de fiscalização tempestiva. Muitos excessos foram cometidos. Supõe-se que, com as medidas de controle e fiscalização, que ora estão sendo tomadas, em breve, poder-se-á contar com o trabalho das entidades retomando a credibilidade necessária às suas existências.

 

X – OS CRIADORES COMERCIAIS

Reproduzir aves para vender (com respectiva nota fiscal) é um processo legítimo e deve ser estimulado pela sociedade. A excessiva burocracia, a demora em regular o funcionamento, a alta taxa de impostos e a imagem prejudicada pelos traficantes, tem prejudicado enormemente as atividades dos criadores ditos comerciais. A atividade é legal, prevista na legislação, gera empregos – especialmente para técnicos da área e de profissionais do direito, que atuam nos processos judiciais e administrativos, em toda a extensão abrangida por essa atividade -, gera rendas para a sociedade, gera impostos (e muito) e assegura plenamente a preservação dos espécimes criados. Com o advento da Instrução Normativa n. 5, de 18/05/2001, publicada no DOU de 04/06/2001, muitos criadores, até então considerados amadores terão, por força de lei, que se ajustar a nova ordem legal, transformando-se em criadores comerciais. Com isso, aumentará em muito a necessidade de atuação de todos os setores envolvidos desde a produção até a distribuição, gerando, destarte, muito mais empregos e arrecadação aos cofres públicos. Haverá, assim, uma participação muito maior do setor na economia nacional.

 

XI – O PROJETO RENAVES

Visando dar transparência e testemunhar a seriedade, está aí pronto o RENAVES – sistema integrado à Internet www.renaves.com.br – que pretende cadastrar todas as aves que estão em domesticidade no Brasil – por iniciativa de alguns criadores particulares. Égratuito e para todo o tipo de criador ou mantenedor de aves nativas – é necessário o apoio do Poder Público e das ONGs para tanto.

 

XII – SAÍDAS PARA A CRISE

Combater o tráfico é tarefa de toda a sociedade. Mas é preciso ter-se cuidado para não haver direcionamentos incorretos que possam acabar perseguindo os criadores. Não é por falta de leis e regulamentação. Elas existem e são consideradas as melhores do mundo. Só que é preciso que elas sejam cumpridas e que o Ministério Público exerça sua função fiscal da lei e de guardião dos interesses da sociedade, atuando mais efetivamente no processo, com a transparência necessária. Os criadores têm o maior interesse em participar de toda a ação que vise combater o tráfico; é questão de sua sobrevivência. De final, colocamo-nos à disposição de todos: Ministério Público, ONGs, Órgãos ambientais oficiais e da Imprensa em geral – para prestar as informações que possam ajudar na solução de algum tipo de problema. Queremos participar! COMBATER O TRÁFICO É TAREFA DE TODOS NÓS.

Escrito por Aloísio Pacini Tostes, em 2/9/2003

Biossegurança

Biossegurança em plantéis de matrizes de corte

(Por: Fátima Regina Ferreira Jaenisch)*

Através de programas de biossegurança, objetiva-se reduzir os riscos de infecções em uma população específica, aumentar o controle sanitário dos plantéis, minimizar a contaminação do ecossistema e resguardar a saúde do consumidor. Para tal, faz-se necessário desenvolver e implementar normas e procedimentos rígidos em todos os segmentos da produção.

Na avicultura, o controle das enfermidades é feito através do uso correto de medidas sanitárias e programas de imunoprofilaxia cuidadosamente elaborados, que visam prevenir a instalação de doenças nos plantéis e proteger o consumidor, usuário final do produto avícola.

Existe grande interdependência entre as etapas do controle sanitário, uma vez que os programas de vacinação e de biossegurança por si só, não asseguram 100% de eficácia. Cabe ressaltar que o homem é um dos fatores importantes na disseminação e transmissão de doenças para as aves.

A implementação de um programa de biossegurança, implica no cumprimento de normas e procedimentos que devem contar com a colaboração e participação de todos, devendo ser ressaltado que o constante aperfeiçoamento do programa é de vital importância.

É necessário conscientização e treinamento de todos os funcionários (com qualquer grau de responsabilidade na produção) quanto a necessidade de isolamento das instalações e implantação rigorosa das medidas que reduzam a probabilidade de introdução de doenças na granja.

Existem importantes aspectos que devem ser considerados em um programa de biossegurança, como:

Isolamento das instalações

O isolamento das instalações compreende aspectos macro e micro.

O Macroisolamento refere-se à localização geográfica da granja e à presença de barreiras sanitárias como reflorestamento e matas naturais de árvores não frutíferas, entre as unidades avícolas, que funcionam como filtro natural.

É necessário estabelecer os limites da granja e dos núcleos, através de barreiras físicas como cercas de tela para evitar o livre acesso. Compreende-se por núcleo a unidade com área física adequadamente isolada, de manejo comum, constituída de um ou mais aviários.

Todas as aberturas de acesso, como portões e portas, devem ser mantidas fechadas, adotando-se critérios rígidos para o controle do trânsito.

Devem ser respeitadas as distâncias mínimas entre a granja e outros estabelecimentos avícolas com objetivos de produtividades diferentes (Tabela 1).

Tabela 1. Distâncias mínimas a serem mantidas entre estabelecimentos avícolas

Estabelecimentos Distância mínima (m)

Entre granja e abatedouro 5.000

Entre bisavozeiro e avozeiro 5.000

Entre matrizeiros 3.000

Entre núcleos e limites periféricos da propriedade 100

Entre núcleo e estrada vicinal 500

Entre núcleos de diferentes idades 500

Entre recria e produção 500

Fonte: Instrução Normativa nº 4/1998, Ministério da Agricultura e Abastecimento.

As distâncias mínimas a serem consideradas entre os aviários do núcleo devem ser, no mínimo, o dobro da largura dos aviários. Em função da existência de barreiras naturais como reflorestamento, matas naturais e da topografia do local, essas distâncias podem sofrer modificações a critério do médico veterinário oficial responsável pelo estabelecimento avícola. As proximidades dos aviários devem ser mantidas limpas e com gramados aparados.

O Microisolamento abrange os cuidados dentro da granja.

É de fundamental importância restringir e monitorar visitas, entrada de veículos e equipamentos nas áreas internas do estabelecimento avícola. Quando for inevitável, deverão ser cumpridas rigorosamente as medidas previstas no programa de biossegurança. Os visitantes devem seguir as mesmas normas adotadas para o pessoal interno. A determinação desses limites delimita áreas distintas na granja, considerando os graus de contaminação, como:

– a área limpa que é constituída pelo acesso aos núcleos, vestiários e portões, por onde se faz o transporte de ração, aves e equipamentos;

– a área suja, que compreende a região externa da granja e o acesso de saída dos núcleos, pela qual se procede a retirada de camas e aves de cada núcleo.

Instalações

Em um programa de biossegurança também se define as áreas principais de atuação nas instalações da granja, como:

– área de apoio central: é o local onde inicia o acesso à granja. Nela estão localizados rodolúvio, rampa de lavagem e desinfecção de veículos, fumigadores, banheiros, sala de ovos, lavanderia, sala de armazenagem de maravalha e local de transferência das aves;

– área de apoio de núcleos: é formada pela construção que deve existir em cada núcleo, com os respectivos vestiários, sala de ovos (que deve manter-se em temperatura média de 20° C e umidade de 70%), fumigadores e silos.

Acesso à granja de matrizes

– funcionários e visitantes: como já mencionado, visitas devem ser restringidas.

. as pessoas que pretenderem entrar na granja deverão evitar contato com outros plantéis, pelo menos três dias antes da visita;

. os funcionários e visitantes podem entrar somente em um núcleo por dia;

. funcionários, visitantes ou técnicos, só poderão ter acesso à área limpa da granja, após tomarem banho completo e trocarem roupas e calçados previamente desinfectados e fornecidos pelo estabelecimento, na entrada de cada núcleo da granja;

. as pessoas devem se dirigir aos aviários pelo acesso limpo da granja. Ao saírem deverão fazê-lo pelo corredor da área suja, após novo banho e troca de roupas e calçados;

– veículos: carros particulares não poderão entrar na granja.

. veículos da granja para adentrarem à área limpa devem ser lavados com água sob-pressão, (inclusive a cabine) e desinfectados. A passagem pelo rodolúvio é obrigatória;

. o rodolúvio consiste em uma caixa com desinfetante em quantidade suficiente para atingir toda a roda do veículo, localizado na entrada da granja. Deve estar protegido da chuva. A solução desinfetante deve ser trocada semanalmente;

– equipamentos: rigorosos cuidados de limpeza e desinfecção devem anteceder a introdução de todos e quaisquer materiais e equipamentos na granja. Da mesma forma, todos os materiais ao saírem dos núcleos devem ser fumigados. Trocas de equipamentos entre granjas devem ser evitadas;

– trânsito interno: o fluxo de acesso aos aviários deve ser rigorosamente observado, considerando a idade e a situação sanitária das aves (visitar primeiro as mais jovens). Havendo suspeita de enfermidade em um lote, somente o funcionário do aviário e o veterinário responsável pela granja, poderão ter acesso a ele;

. todos os procedimentos utilizando veículos, como a entrega da ração, transporte de pintos e retirada das aves, esterco e cama, devem ser realizados após tomadas as respectivas medidas de limpeza e desinfecção, respeitando o fluxo entre a área limpa e suja.

. a entrega de ração deve ser feita no silo localizado na entrada da granja de onde será levada para os respectivos núcleos por graneleiros internos da granja.

. o carregamento das aves para descarte deve ser realizado por caminhões internos da granja até a área de transferência, localizada a pelo menos um quilômetro da área de apoio central da granja. Nesse local procede-se a transferência das aves para outro caminhão que as levará para o abatedouro.

. a retirada de esterco e maravalha deve ser realizada pelo corredor externo. Todo o material utilizado para o carregamento deve ser fornecido pela granja. Após efetuado o carregamento, a carga deve ser lonada.

. certamente existirão diversas situações no dia a dia de trabalho na granja, cuja tomada de decisão necessitará do uso de coerência e bom senso, visando sempre proteger o plantel dos riscos de contaminação.

– limpeza de desinfecção: esse item abrange os cuidados de limpeza e desinfecção extensivos a todas as construções da granja (banheiros, sala de ovos, aviários), bem como os equipamentos existentes nos respectivos locais. Os procedimentos de limpeza e desinfecção devem ser realizados diariamente.

. nos banheiros, lavar e desinfectar após a entrada (pela manhã) e após a saída dos funcionário (à tarde) e na sala de ovos, após a saída dos ovos do dia. Recomenda-se fazer inicialmente uma limpeza a seco para facilitar a posterior lavagem e desinfecção;

. nos aviários com aves alojadas, a poeira de locais como telas, ninhos e lâmpadas, deve ser removida pelo menos uma vez por semana;

. bebedouros devem ser limpos e desinfectados diariamente.

. após a saída do lote, os aviários deverão ser imediatamente limpos, fazendo-se a desmontagem dos equipamentos e retirada da cama. Aconselha-se umedecer a cama antes de retirá-la para diminuir a formação de poeira;

. comedouros e silos deverão ser esvaziados e as sobras de ração eliminadas;

. todos os equipamentos móveis deverão ser retirados, lavados e desinfectados;

. varrer o aviário, limpar ventiladores, painéis, motores e demais equipamentos para a retirada de pó. Após essa limpeza, é recomendado a passagem de lança chamas no piso e muretas, para queimar as penas restantes no aviário;

. a vegetação e o gramado próximo ao aviário devem ser aparados;

. na seqüência, proceder à lavagem do piso, paredes, teto, vigas e cortinas, com água sob pressão e detergente. Nesse momento também devem ser feitas limpeza e desinfecção das calçadas externas, do silo, da caixa d¢ água e das tubulações;

. após a secagem, proceder à desinfecção do aviário e recolocação dos equipamentos e cama. Para finalizar, proceder à fumigação, deixando o aviário fechado com as cortinas levantadas por 24 horas.

Mesmo após a avaliação laboratorial comprovando a eficácia da desinfecção, recomenda-se fazer um vazio sanitário de, pelo menos, 15 dias, antes de alojar outro lote. Os desinfetantes mais utilizados no processo de desinfecção são: formol, iodo, amônia quaternária, fenóis, cresóis e cloro (Tabela 2). Recomenda-se fazer o rodízio periódico do princípio ativo do desinfetante utilizado.

Tabela 2. Desinfetantes e seu uso.

Locais de uso Formol Iodo Amônia

Quaternária Fenóis e

Cresóis Cloro

Caixa de água – + + – ++

Encanamentos – + + – ++

Piso + + + + –

Paredes + + + + –

Telhados + + + + –

Telas + – + + –

Equipamentos + – + – +

Pedilúvios e Rodolúvios – + + + –

Matéria Orgânica – – – + –

Recomendado (+); Muito recomendado (++); Não recomendado (-).

Manejo sanitário

A implantação de uma política de idade única no mesmo núcleo é fundamental, para o êxito das medidas de biossegurança.

– respeitados os procedimentos de banho, troca de roupa e calçados e do fluxo de acesso aos núcleos, o funcionário deverá imergir os calçados no pedilúvio (recipiente com desinfetante para a desinfecção dos calçados), colocado na porta de todos os aviários, antes de entrar no aviário;

– noções básicas de higiene pessoal devem ser estimuladas entre os funcionários;

– a rotina diária dentro do aviário deve contemplar a limpeza dos bebedouros, retirada de aves mortas ou machucadas e coleta de ovos.

– a coleta dos ovos no aviário deve ser feita com bastante freqüência (no mínimo 7 vezes ao dia), utilizando-se bandejas de plástico que são mais higiênicas. Quanto antes forem colhidos e fumigados os ovos após a postura, menores as chances de contaminação;

– a desinfecção dos ovos visa eliminar microorganismos na casca e, com esse procedimento, manter a população de microorganismos tão baixa quanto possível;

– o processo de fumigação com formol e permanganato de potássio, ou com paraformoldeído, ainda é o método úmido de higienização de ovos mais utilizado. Ambos devem ser executados observando-se o tempo de exposição e correta temperatura (de 25° C a 35° C) e umidade relativa do ar (acima de 75%);

– o funcionário deve providenciar sistematicamente o destino dos resíduos da produção (aves mortas, estercos, restos de ovos e embalagens). As aves mortas deverão ser incineradas, enterradas em fossa séptica revestida e coberta com laje de concreto ou utilizar a compostagem;

– a monitoria, quanto à presença de parasitas no plantel, deve ser um procedimento contínuo. Os vermes intestinais (helmintos) devem ser controlados através da administração de vermífugos. O controle da coccidiose pode ser feito através da adição de quimioterápicos na ração, durante o período de cria e recria;

– os aviários e os locais para armazenagem de alimentos ou ovos, devem ser mantidos isentos de insetos e roedores, não sendo permitido o acesso de animais silvestres ou outros animais domésticos;

– as instalações avícolas devem possuir proteção de tela para evitar acesso de pássaros. Essas aves podem ser “reservatório” de diversas enfermidades;

– o controle de roedores deve ser constante. Quanto mais limpo e organizado o setor, menor a possibilidade de proliferação dos ratos. Esse controle pode ser feito pelo método mecânico, através do uso de armadilhas e pelo método químico, administrando-se raticidas;

– o controle de insetos, especialmente de moscas, devem merecer um cuidado especial: para se reduzir a proliferação de moscas, deve-se manter o esterco seco. Para tanto, o funcionário do aviário deve estar atento, corrigindo imediatamente possíveis vazamentos de bebedouros ou de encanamentos. A administração de produtos químicos, como os larvicidas na ração, deve ser racionalizada para evitar o desenvolvimento de resistência à droga. O uso de adulticidas (produtos para combater moscas adultas), deve ser limitado à locais com excessiva presença de mosca, mas não deve ser aplicado sobre a cama.

Outros procedimentos

– cuidados com a água: a água fornecida na granja, deve ser abundante, limpa, fresca, isenta de microorganismos patogênicos. Captada em uma caixa d¢ água central para posterior distribuição. Para controlar o nível microbiológico da água, faz-se necessário monitorá-la freqüentemente e proceder à administração de um desinfetante que usualmente é o hipoclorito de sódio. A cloração da água é feita pela adição de um a três ppm de cloro à água de bebida. A avaliação dos níveis de cloro deve ser feita semanalmente, com o uso de clorímetro da água obtida nos bebedouros. Importante ressaltar que a água usada para vacinação das aves, não pode ser clorada;

– cuidados com a maravalha: é importante conhecer as condições de fabricação, armazenagem e transporte da maravalha adquirida de terceiros. Amostras da maravalha acondicionados em sacos plásticos e identificadas devem ser remetidas para exame microbiológico a cada nova carga;

– cuidados com a ração: cuidados com a qualidade das rações fornecidas às aves são imprescindíveis, tanto da qualidade nutricional quanto das características microbiológicas. No programa de biossegurança, a grande preocupação é evitar fontes de contaminação da ração. Para tanto, recomenda-se a não utilização de rações com adição de produtos de origem animal como farinhas de carne, vísceras, penas, ossos e peixes. Esses ingredientes têm apresentado alta freqüência de contaminação com agentes patogênico, principalmente os causadores de salmoneloses e clostridioses.

É necessário que a matéria-prima que irá compor a ração seja monitorada sistematicamente. As rações fornecidas às aves devem ser submetidas a um efetivo processo de descontaminação. Esse processo pode ser através da mistura de ácidos orgânicos (propiônico, fórmico ou acético) na ração, ou pelo tratamento térmico (peletização da ração). Independente do método utilizado, deve-se avaliar em cada partida de ração os níveis de contaminação por fungos e bactérias.

Vacinação

As técnicas para imunização das matrizes devem ser estabelecidas com base nos resultados do monitoramento sorológico do plantel e resultados da avaliação da própria performance do desempenho da sua progênie. O êxito de um programa de vacinação depende de fatores como estado sanitário e nutricional das aves, condições ambientais e de manejo do plantel. Cabe ao médico veterinário responsável pela granja a elaboração do programa de vacinação, que seja compatível com as condições locais (desafios regionais a campo), baseado nos resultados laboratoriais e técnicos.

. diversos fatores podem interferir na eficácia das vacinas tais como, tempo necessário para imunização, duração da imunidade, exposição às enfermidades, títulos vacinais entre outros. Avaliação dos resultados do programa de vacinação deve ser feito através de exames laboratoriais e monitoria sorológica dos lotes;

. o esquema de vacinação deve atender às condições reais de cada empresa, de acordo com o desafio sanitário da região, portanto deve ser específico para cada situação e flexível para atender às demandas que se apresentarem durante o período de produção. Dessa forma, é impossível definir um programa único de vacina que atenda genericamente às diferentes situações;

. seja qual for a situação, o programa de vacinação deve dar condições imunológicas às reprodutoras de transmitirem suficiente imunidade materna para sua progênie, contra doenças como Gumboro, bronquite infecciosa e Newcastle. A vacinação para essas enfermidades devem ser realizadas nas fases de cria e recria com vacinas vivas, mas na fase de produção a vacina deve ser inativada. A vacinação para encefalomielite aviária, deve ser feita antes do início da postura. Dependendo do desafio regional, as matrizes devem ser vacinadas contra coriza infecciosa;

. é conveniente lembrar que todas as aves devem ser vacinadas contra a doença de Marek no primeiro dia de vida;

. além de um bom esquema de vacinação, é necessário observar certos cuidados no manejo de vacina. A vacinação incorreta ou inadequada pode ser tão prejudicial quanto não vacinar. Para que seja realizada com sucesso são necessários certos cuidados, tais como: planejar a vacinação com antecedência, seguir corretamente o cronograma de vacinação, observar o prazo de validade das vacinas, manejar a vacina corretamente quanto à via de aplicação, diluição, conservação (conserva-las a 4 ºC), evitar incidência direta do sol e evitar estressar excessivamente as aves. Recomenda-se vacinar em horários com temperaturas amenas. Aves doentes não devem ser vacinadas;

. todos os aviários devem ter uma ficha de controle com o histórico do lote onde devem constar informações sobre as vacinações;

Monitoramento Sorológico

O controle sorológico de um plantel tem por objetivo determinar os níveis de imunidade materna, determinar imunocompetência, avaliar e reajustar o programa de vacinação, diagnosticar surtos de doença e avaliar a biossegurança na granja. Deve-se ressaltar que para a comercialização nacional e para exportação de produtos avícolas faz-se necessário o monitoramento oficial dos plantéis avícolas (realizado em laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura) para salmoneloses, micoplasmoses e Newcastle.

A rotina do monitoramento sorológico deve considerar:

– os exames laboratoriais para o monitoramento do plantel são basicamente sorológicos e bacteriológicos. Isolamentos virais, exames histológicos e outros devem ser realizados sempre que se julgar necessário;

– recomenda-se não usar vacina preparadas com adjuvante oleoso, durante as quatro semanas que antecedam o teste sorológico e verificar a validade dos antígenos e soros controle;

– o responsável técnico pela granja deve estabelecer um cronograma da coleta de materiais para os exames. Esse cronograma deverá seguir a ordem cronológica do plantel de acordo com o exame requisitado. O número de amostras a serem colhidas deverá ser determinado pela prevalência da doença;

– na primeira semana de idade é recomendado o exame bacteriológico para Salmonella sp nas aves mortas e suabe de cama do aviário. A partir da quinta semana, proceder sistematicamente exames bacteriológicos (suabes cloacais, suabes de arrasto no aviário e pool de fezes frescas);

– os exames sorológicos para Salmonella sp compreendem aglutinação rápida ( SAR. Caso ocorra reação positiva, deverá ser complementada com soro aglutinação lenta em tubo. Persistindo a positividade sorológica, realizar isolamento bacteriológico. No incubatório, fazer o diagnóstico bacteriológico de ovos bicados e mecônio;

– exames sorológicos das principais doenças virais como Newcatle, Gumboro, bronquite Infecciosa, entre outras, devem ser realizados sistematicamente;

– o monitoramento das micoplamoses nos plantéis de matrizes consiste em exames sorológicos através de soro aglutinação rápida (SAR) e inibição da hemoaglutinação (HI) e Elisa. O isolamento do agente pode ser realizado a partir de suabes de traquéia ou da fenda palatina e dos sacos aéreos e articulações.

Considerações finais

Conforme apresentado, o Programa de Biossegurança é constituído por diversas ações interdependentes, cujo sucesso depende da realização consciente e rigorosa de cada detalhe, devendo contar com a colaboração e o comprometimento de todos.

Entendemos que sendo o Brasil grande produtor e exportador de aves, é cada vez maior a necessidade da implementação de medidas de biossegurança no setor produtivo, não só visando a obtenção de melhores resultados de produção, mas principalmente para agregar valor ao produto, uma vez que problemas sanitários graves podem comprometer a exportação dos produtos avícolas.

* MSc em Patologia Animal – Pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves

FONTE:

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Centro Nacional de Pesquisa de Suínos e Aves

Ministério da Agricultura e do Abastecimento

Caixa Postal 21 – CEP 89700-000 – Concórdia-SC

Tel: (49) 442-8555 Fax: 442-8559

E-mail: sac@cnpsa.embrapa.br

Escrito por Fátima Regina Ferreira Jaenisch, em 2/9/2003