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Onça apreendida no AM

O que fazer???

Onça apreendida no AM não pode voltar à natureza e não encontra lar definitivo.

Uma onça-parda de dois anos e meio que vive no Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama em Manaus é exemplo de um problema comum entre bichos apreendidos pela instituição. Batizado pelos tratadores de Shiva, o felino, que na verdade é um macho, chegou ainda pequeno ao órgão ambiental, e, por isso, não aprendeu a viver solto na natureza.

Segundo Carlos Abrahão, veterinário responsável pelo núcleo de fauna silvestre do Ibama, existem treinamentos que permitiriam readaptar o animal à vida selvagem, mas são tão caros e demorados que raramente são aplicados, mesmo em países ricos. Os custo para reintroduzi-lo é muito alto. Ele está fadado à vida em cativeiro. Veio como filhote e nunca aprendeu a caçar, diz Abrahão.

Por outro lado, o centro de triagem tampouco é pensado para ser o lar definitivo dos animais. O Ibama tenta encaminhá-los para zoológicos ou criadouros autorizados com instalações adequadas. Temos poucas instituições que podem recebê-lo legalmente, conta Abrahão. E a maioria deles fica no centro-sul do país, distante de Manaus.

O custo para a transferência, que precisa ser feita de avião, é alto. Além disso, a onça-parda existe em todo o país e, por isso, não há tantos locais interessados em receber espécimes de longe.

Em março, a irmã de Shiva, Krishna, foi levada para um criadouro particular em Santa Rita do Passa Quatro, no estado de São Paulo, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). As duas onças foram encontradas quando ainda tinham poucos meses, em Rio Preto da Eva (AM). Abrahão não sabe dizer o que aconteceu com a mãe das duas onças-pardas. Ele aponta, no entanto, que é comum, em casos como este, que caçadores matem a mãe, encontrem os filhotes e fiquem com pena de matá-los também.

Também são comuns os casos em que as pessoas levam os filhotes para casa, mas não conseguem mantê-los quando adultos, já que não podem ser domesticados. O animal vai crescendo e fica agressivo porque é selvagem, explica o veterinário do Ibama. O custo para manter uma onça como Shiva também é alto, já que chega a comer 2 quilos de carne ao dia. (Fonte: Dennis Barbosa/ Globo Amazônia)

Escrito por Dennis Barbosa, em 27/5/2009

Agricultores substituem pesticidas

Predadores naturais é a solução

Agricultores substituem pesticidas por corujas em Israel

Corujas e gaviões estão sendo empregados por fazendeiros no Oriente Médio para controlar pestes de roedores na agricultura.

Muitos fazendeiros estão instalando caixas para encorajar a construção de ninhos pelos pássaros, que são predadores naturais dos roedores.

Em Israel, onde há uma iniciativa para reduzir o uso de pesticidas tóxicos na agricultura, a prática foi transformada em um programa com financiamento do governo nacional.

Agora, cientistas e organizações pela conservação da natureza da Jordânia e dos territórios palestinos se uniram ao esquema.

Segundo a ONG BirdLife International, centenas de aves de rapina – entre elas várias espécies ameaçadas – foram mortas em Israel por comer roedores que haviam ingerido raticida colocados nas plantações para combater as pragas.

Mas os cientistas agora trabalham junto aos agricultores para combater o problema usando os pássaros em vez do veneno.

Sem fronteiras – Muitos fazendeiros acreditam que os pesticidas químicos são sua única opção. Eles usam grandes quantidades, borrifando a substância nas plantações com a ajuda de aviões, disse Motti Charter, pesquisador da Universidade de Tel Aviv e líder do Global Owl Project em Israel.

Temos procurado os fazendeiros para encorajá-los a diminuir o uso de raticidas e instalar as caixas para ninhos.

O esquema começou em 1983, quando algumas caixas para ninhos foram erguidas perto de um kibbutz, uma fazenda comunitária, no vale de Bet-Shena, ao sul do Mar da Galileia.

O projeto foi se expandindo gradualmente para incluir caixas que encorajem a construção de ninhos por gaviões.

Os gaviões caçam durante o dia e as corujas caçam durante a noite, disse Charter.

Esta ameaça constante de predadores 24 horas por dia causou mudanças no comportamento das pragas, resultando em menos danos à produção agrícola.

Segundo a World Owl Trust, que financiou parte da pesquisa de Charter, há cerca de 1.000 ninhos de corujas-de-igreja em vários locais em Israel.

A ONG chegou a instalar uma câmera em uma dessas caixas.

Como a sub-espécie de coruja-de-igreja em Israel é menos territorial do que as da Europa, e porque a população de roedores é estável durante todo o ano, as caixas para a construção de ninhos podem ser colocadas a uma distância relativamente curta umas das outras.

A Jordânia entrou recentemente a bordo do esquema, disse Tony Warburton, presidente honorário do World Owl Trust. Então o projeto está realmente unindo as pessoas.

Os pássaros constroem ninhos onde quer que haja comida e um habitat adequado. Eles não conhecem fronteiras nacionais, disse Charter. (Fonte: Estadão Online)

Escrito por Motti Charter, em 24/5/2009