Necessidade do uso do grit para pássaros e psitacídeos

Útil ou perigoso???

Grit

Grit, definido como um material mineral insolúvel granular, denso, (geralmente granito ou quartzo) é requerido em pássaros que consomem, sementes intactas, ou seja, que não descascam as sementes antes de as deglutirem. Exemplos de pássaros que requerem friccionam são pombos, espécies galináceas e Struthioniformes (avestruzes). Estas espécies comem grãos como uma porção variada em suas dietas. Por causa da natureza inerte da camada fibrosa de muitas sementes (particularmente milho, ervilhas), as enzimas digestivas são relativamente ineficazes contra elas. O grit no ventrículo (moela) age na moagem das sementes inteiras, provendo assim, um substrato no qual as enzimas digestivas podem agir.

O uso do grit para pássaros é controverso.

Esta prática é vista com ressalva nos EUA, especialmente se houver livre acesso, que pode produzir excesso de consumo e gastrites obstrutivas. Na Austrália, o grit freqüentemente é oferecido aos pássaros com poucos efeitos deletérios; porém, pássaros alimentados com dietas formuladas têm pouca necessidade do suplemento. A uma ave do tamanho de um psitacídeo médio podem ser oferecidos cinco grãos de grit bianualmente; a uma cacatua – pode ser oferecido meia-colher de chá de grit bianualmente Osso de siba pode ser disponibilizado como uma fonte suplementar de cálcio; porém, com o surgimento de dietas formuladas, estes, já não são exigidos. Adicionalmente, osso de siba pode acumular níveis altos de toxinas (metais pesados), e com a severa e continua degradação e poluição do ambiente, este produto pode levar perigo aos pássaros.

Grit não é requerido em psitacídeos saudáveis, ou em pássaros. Psitacídeos e pássaros geralmente removem a casca fibrosa, permitindo que a porção ingerida possa estar facilmente em contato com as enzimas digestivas. É provável, porém, que no caso de um pássaro com pancreatite, ou outros problemas que envolvem a digestão física do alimento, o grit poderia prover um benefício por aumentar a área de superfície para enzimas digestivas agirem. Existem numerosos exemplos de pássaros sem grit durante 15 a 20 anos e ainda não mostraram qualquer sinal de desempenho diminuído ou digestão pobre.

Papagaios Amazona que não receberam grit por mais de cinco anos ainda mantêm alto digestibilidade das sementes de girassol, mostrando a pequena importância do grit para manutenção de uma ave saudável. Numerosos relatos de pássaros, especialmente com problemas de saúde e distúrbios de apetite, consumindo quantidades copiosas de grit desenvolvendo impactação gastrointestinal e no papo.

O Carvão que é usado adicionado em alguns grits pode interferir com a absorção de vitaminas A, B2 e K e contribuindo para a deficiências dessas vitaminas.

Considerando o pequeno benefício e o risco potencial, o fornecimento ad libitum de grit deveria ser desestimulado.

Fonte: AVIAN MEDICINE: PRINCIPLES AND APPLICATION ,1994 by Wingers Publishing, Inc.; RITCHIE, HARRISON &HARRISON,

Escrito por Anderson Moreira de Almeida, em 14/5/2005

Exportar, é preciso

A burrocracia é grande

Aloísio Pacini Tostes – Ribeirão Preto SP

A solução para os maiores problemas brasileiros é a exportação, é o que dizem as autoridades. Realmente, para que as conta públicas possam ser pagas, temos que vender nossos produtos para os outros países, fazer caixa e cada vez mais; a nossa dívida externa é astronômica, quase impagável. Na contra mão do processo, o Brasil importa milhões de dólares em produtos primários (sementes) e industrializados (rações, medicamentos e outros fármacos), alguns com similar nacional a preços excorchantes, tudo isso sem contrapartida, não mandamos quase nada para fora. Sabemos do grande interesse que eles tem em aves nativas da América do Sul, e sabemos que a partir de Países limítrofes são enviados milhares de animais silvestres para o exterior, quase a totalidade capturada na natureza, uma enorme agressão ao meio ambiente. No entanto, os enviados do Brasil estão numa menor proporção, embora possamos acreditar que esse absurdo tenha diminuído recentemente, a ação do tráfico ainda continua presente, pelo que dizem. Ainda bem que a ação dos “verdes” em todo o mundo tem pressionado a opinião pública, para que não se adquiram animais silvestres provindos do tráfico, acreditamos que as pessoas estão se conscientizando disso, fato que deveria favorecer a incrementação do mercado legal e ecologicamente correto. Em suma, existe uma demanda sempre crescente por “pets” legais em todo o mundo, claro está, que tem gente que quer comprar e paga bem. A nós, compete então, ser sagazes e rápidos em oferecer e fazer negócios regulares e transparentes com os interessados. Todavia, a realidade é bem mais intrincada que possa parecer. Embora aqui no Brasil, a criação doméstica de animais nativos esteja se desenvolvendo a passos largos, notadamente na produção de passeriformes (bicudos, curiós e canários da terra) e é sabido do grande interesse de bicudos e de curiós, não conseguimos atender essa demanda. Pois é, sobre esse assunto vejam o que escrevemos a respeito no “rápidas” deste Atualidades Ornitológicas n.104 há alguns anos: “Exportar é preciso, exportar ou morrer, só que o processo todo até efetivar a exportação legal e documentada para aves nativas é um suplício, é quase impossível fazer isso, demora, demora, demora e depois de tudo pronto, para entrar na Europa agora é preciso passar por um quarentenário, dá para desistir de tudo”; Mas nós, somos brasileiros, não desistimos nunca!!!! Risos……. Assim, depois de muitos dispendiosos contatos em diferentes idiomas, via Internet e telefônicos estamos prestes a efetivar uma remessa de curiós para os EUA, oriundos de um consórcio de três criadouros, pássaros sexados por DNA, de qualidade genética diferenciada, isentos de qualquer tipo de enfermidades, exigências prévias e que provém de um manejo adequado que tem toda uma complicada e dispendiosa estrutura que estamos obrigados a manter. O SEBRAE tem tido boa vontade e tem tentado ajudar induzindo os produtores a se juntar com o objetivo de unir forças para facilitar a realização de negócios, mas nada efetivado através desse caminho, porque se restringe a cada estado federativo sem poder fazer um trabalho a nível nacional. Outra que parece brincadeira, para uma firma conseguir registro no SISCOMEX – Sistema de Comércio Exterior – para exportação de animais o prazo é mais ou menos de 60 dias, um absurdo que só acontece neste nosso País. Junto ao IBAMA, tem que estar tudo certinho, marcação individual conferida e tem que ser aprovado previamente, tim, por tim…..; atestado do veterinário, carimbo do Ministério da Agricultura sobre não ocorrência de enfermidades, controle na Receita Federal, conta Bancária para depósito correspondente ao valor declarado, despachante aduaneiro, e o embarque em caixas especiais e tudo mais. De lá do exterior também são muitas providências a serem tomadas, aí vem a tal da quarentena, caríssima e tem que ser agendada e paga previamente, e ainda mais encontrarem um ácaro em algum pássaro do lote queimam todos eles sem nenhuma satisfação a dar, é assim que funciona. Fica então, muito fácil saber porque os traficantes têm tanto espaço para agir, não precisam se submeter a toda essa “burrocracia”, é só ter um pouquinho de coragem e ambição. Causando um enorme prejuízo ao meio ambiente, até hoje os milhares de curiós e bicudos que estão por lá quase todos são silvestres (capturados na natureza) na sua maioria oriundos das Guianas e de muitos outros países, do Brasil muito pouco menos. Em Nova Iorque há centenas de aficionados por curió e que sabem da alta qualidade dos curiós domésticos brasileiros, na Holanda e na Itália há muita gente que gosta de bicudos, já estiveram nos visitando, querem comprar e nós daqui temos todo esse embaraço para vender e gerar divisas. O que se tira disso tudo, a natureza agradeceria se o poder público conscientizasse que precisa desburrocratizar os processos; chega de tanta carimbação senão as iniciativas acabarão por ser desestimuladas ou vamos morrer em vez de crescer, ora, ora exportar, é preciso. lagopas@terra.com.br

Escrito por Aloísio Pacini Tostes, em 11/5/2005