Azulão, um pássaro especial

Azulão um pássaro especial

Metabolismo e as penas

Azulão: Como evitar problemas de penas

Frequentemente, tenho me deparado com pessoas que estão tendo problemas de penas com seus azulões. Dessa maneira, vi a necessidade de estudar o assunto e escrever este artigo, de forma que passe a servir como consulta para os mantedores de azulões, minimizando a ocorrência de problemas de plumagem.

De início, temos de frisar que as diferentes espécies de aves nativas do Brasil divergem muito quanto a sua dieta em estado natural. As espécies chamadas de oní­voras, como é o caso do azulão, têm variáveis na sua dieta em estado selvagem, variando de acordo com a disponibilidade, exigências, eficiência de aproveitamento, palatabilidade, predadores, etc.

As diferenças anatômicas entre espécies que ingerem diferentes dietas são grandes. Uma espécie que se alimente de néctar, por exemplo, tem um aparelho digestivo mais curto e simples do que uma espécie que se alimenta de vegetais ou insetos. Vale ressaltar que o fato de as aves voarem traz vantagens no sentido de encontrar alimentos e percorrer grandes distâncias, porém um melhor aproveitamento alimentar nem sempre seria vantajoso, pois isto implicaria num sistema metabólico mais complexo, e consequente menor capacidade de voar e menor agilidade.

Observar o que a espécie ingere em estado selvagem seria uma forma de se tentar formular uma dieta adequada, porém hé limitações quanto a essa prática, pois numa espécie oní­vora como o azulão, a dieta é muito variável, além das condições domésticas serem muito diferentes das selvagens – Em domesticidade os pássaros estão num ambiente termoneutro, e tem uma exigência energética menor pelo fato de estarem confinados.

Muitos dos proprietários de azulões têm se espelhado no tratamento oferecido com sucesso há décadas para bicudos e curiás para tratar de seus azulões. Porém, temos observado que essa prática não é a mais indicada, pois com esse tratamento notamos ocorrência de problemas de plumagem, principalmente após a muda dos azulões. Em reprodução doméstica de azulões, em alguns casos foram notadas penas brancas nas asas dos filhotes, sendo esse também um sintoma de desbalanceamento de aminoácidos da dieta, em especial da lisina. Baseado na informação de que existem grandes variáveis anatômicas dentre as espécies de acordo com seus hábitos alimentares, e com base nos sintomas apresentados, podemos concluir que os azulões devem receber um tratamento diferenciado, que seja mais adequado à  espécie.

Além da água, energia, vitaminas, minerais, etc que devem estar presentes na dieta dos azulões, notamos que os nutrientes diretamente envolvidos com os problemas de penas dos azulões são os Aminoácidos. Dos 20 aminoácidos contidos na proteína, nove são chamados de essenciais, isto é, não são sintetizados pelos pássaros, devendo estar necessariamente presentes na dieta. São eles: Arginina, Isoleucina, Leucina, Lisina, Metionina, Fenilalanina, Treonina, Triptofano e Valina. Histidina, Glicina e Prolina são sintetizados por pássaros, porém em quantidades pequenas, que em alguns momentos podem passar a ser essenciais, devendo ser suplementados pela dieta.

Esses nutrientes devem estar presentes todos os dias na dieta de um azulão, porém, notamos que em alguns momentos da vida, os requerimentos são maiores, como por exemplo, no desenvolvimento do filhote, período no qual ocorre intensa deposição muscular e formação de penas. Durante a muda, há formação de novas penas, formadas em mais de 90% de proteínas na matéria seca. Outra fase em que a demanda por aminoácidos essenciais cresce é durante a fase de postura de uma fêmea.

Predizer qual a quantidade fornecer de cada aminoácido para um azulão na mantença ou nas fases de maior exigência é quase impossí­vel. O que nos resta, é utilizarmos algumas práticas simples que têm dado resultado:

– Mistura de sementes: A mistura de sementes deve ser bem variada. Utilizar maior proporção de alpiste, e jamais exagerar na quantidade de girassol, semente que os azulões adoram, mas que é muito oleosa (altamente energética).

– Farinhada: O fornecimento de uma farinhada de excelente qualidade é indicado durante todo o ano. Dar preferência aquelas farinhadas secas que possuem ovo e insetos na sua fórmula.

– Fornecimento de Ovo: Principalmente durante a fase de procriação, o fornecimento de ovo cozido, além de uma excelente farinhada, tem proporcionado aos filhotes pleno atendimento das exigências, não aparecem penas brancas nas asas e o desenvolvimento é muito satisfatório.

– Ração extrusada: Segundo os fabricantes, este produto é completo e balanceado, atendendo totalmente as exigências dos pássaros. Vale ressaltar que não possuímos informações sobre seu fornecimento contínuo durante anos seguidos e que no caso de fornecimento, deve-se procurar por produtos de empresas idôneas.

– Banho e Frutas: Importante lembrar, que a alimentação pode ser complementada com o fornecimento de frutas, legumes e larvas, sem exageros (ex: pepino, maças). Além disso, devemos proporcionar banhos de água e de sol pela manhã, fundamentais para a beleza, qualidade e brilho das penas.

Concluindo, podemos afirmar que, utilizando algumas simples práticas, não notamos qualquer dificuldade com os azulões. Pelo contrário, podemos dizer que o azulão é um pássaro fantástico, de lide muito fácil, temperamento calmo na proximidade humana, um verdadeiro companheiro!

Fonte consultada: KLASING, K.G., Comparative Avian Nutrition, University of Califórnia, 2000.

Escrito por: Rob de Wit, rdw.usp@uol.com.br , Diretor de Criação de Azulão – COBRAP, em 03/10/04

Escrito por Rob de Wit, em 4/10/2004

SOL

Benefícios na saude dos nossos pássaros

Garantindo saúde dos nossos pássaros

Há tempos aprendemos que a luz do Sol é muito importante na manutenção e reprodução dos pássaros. Ela influencia várias funções fisiológicas e o processo de regulação hormonal. Quando a luz é captada pela retina, ocorrem estímulos nervosos no hipotálamo, que controla a maioria das funções reguladoras do organismo.

A luz solar

Todo o espectro de luz solar (que chega até nós) compreende três grupos: RUV – raios ultravioleta, LV – luz visível e RI – raios infravermelhos.

Nossa atenção sempre voltou-se para as inúmeras formas como nosso corpo recebe os raios ultra violeta. Por isto estamos acostumados com a saudável exposição à luz solar nas primeiras horas da manhã e no final da tarde.

A advertência para evitar a exposição ao sol entre as 10 horas da manhã e as 3 horas da tarde deve-se principalmente aos efeitos nocivos da radiação UVB.

Benefícios da luz do sol para a saúde

A radiação ultravioleta é divida em: UVA, UVB e UVC. O principal benefício da radiação UVB na pele é a sua participação na síntese de vitamina D, indispensável na prevenção do raquitismo e da osteoporose.

No entanto a quantidade de luz solar necessária para produzir vitamina D no organismo é extremamente pequena, e a maioria das pessoas obtém mais do que o suficiente, simplesmente cuidando dos seus afazeres diários.

Por motivos estéticos, acostumamos-nos buscar exposição direta à luz do sol, visando obter uma tez de pele mais amorenada (bronzeada).

Propagação da luz solar em ambientes

Do alvorecer ao crepúsculo, toda a claridade que podemos constatar deve-se à presença da luz solar. Alguns materiais e substâncias refletem a maior parte da luz que incide sobre eles. Outros atuam como filtros, retendo parte do espectro solar incidido.

Evidentemente, o vestuário determina a extensão da superfície da pele exposta ao sol. A RUV pode passar através dos tecidos.

Uma boa indicação é a seguinte: “se você puder enxergar o sol, ele pode ver você”. Segure um tecido contra o sol. Se o sol atravessar o tecido, significa que a pele irá receber alguma radiação através dele.

A título de exemplo: um brim (tipo jeans) fornece boa proteção; um tecido de algodão leve, de trama bem fechada, permite a passagem de aproximadamente 15% de RUV; algodão molhado é mais permeável (30% de penetração), de modo que nadar usando camiseta oferece pouca proteção. Uma meia de nylon deixa passar cerca de 75% das RUV para a pele.

O vidro de janela não é permeável à UVB, porém as radiações UVA passam através de todo vidro que não tenha sido especialmente tratado para refletir esse tipo de radiação.

A quantidade de RUV que atravessa os óculos de sol depende da composição das lentes. A maioria dos óculos de sol deixa passar RUV.

A água oferece pouca proteção contra RUV. À profundidade de 1 metro, a RUV ainda é 50% da radiação na superfície. Ao contrário do que normalmente se acredita, a água reflete apenas 5% da luz solar.

Areia reflete 17% das RUV, a grama 25%, e a neve, ponderáveis 85%.

Tintas utilizadas em residências são resistentes aos raios UV-B, deixando de absorve-la e refletindo-ª

Tendo em vista que tecidos de algodão são atravessados pelas RUV, e que tanto a grama como a areia refletem essa radiação, é perfeitamente possível sofrer queimadura solar sentado debaixo de um guarda-sol.

Como lidar com o Sol no manejo adequado dos pássaros ?

Lembrando que nosso objetivo jamais foi o de deixar os nossos pássaros amorenados (bronzeados), no manejo cotidiano, não existe a real necessidade dos costumeiros “banhos de sol”.

Podemos então enfatizar alguns pontos:

1 – Num ambiente com boa claridade, damos condições adequadas para o correto funcionamento do relógio biológico dos pássaros. Devemos evitar que a gaiola esteja posicionada em pontos escuros e com pouca claridade;

2 – É importante evitar que: a claridade que atinje o ambiente não esteja submetida à passagem por vidros que estarão filtrando a UVB e não contribuirão para a fixação da vitamina D;

3 – Para os pássaros que irão permanecer encapados, escolher tecidos que permitam a passagem da luz solar;

4 – Para ambientes confinados, cuja claridade esteja submetida à filtragem de vidros (janelas, portas e telhas), precisará recorrer às lâmpadas especiais que produzam UVB, ou efetuar a substituição parcial de vidros por telas.

Fontes de consulta

Informações gerais:

http://www.arquitetura.com.br/coluna/alfredo/alfredo_artigo4.htm

endereço http://www.solomujeres.com/Medicina/Sunlight.html

http://www.segment.com.br/segment/mont/uv400.htm

http://www.on.br/glossario/alfabeto/u/u.html

Não tratamos da função germicida da luz solar, mas para os interessados, poderão consultar no endereço:

http://www.technolamp.com.br/fatosemitos.htm

Conceitos de luminância e algumas tabelas poderão ser consultadas no endereço:

http://www.google.com.br/search?q=cache:dwYIbdmJW80J:editorial.cda.ulpgc.es/ftp/ambiente/01-Bioclimatico/10-Iluminacion/Referencias/Bases%2520escala%2520logaritmica%2520del%2520nivel%2520de%2520iluminacion-Monroy.DOC+Luminancia&hl=pt-BR

Escrito por Ivan de Sousa Neto/Campinas-SP, em 2/10/2004