Investir na legalidade

Publicidade negativa

Precisamos parar de investir na ilegalidade , divulgar….falar…..dizer……mostrar na mídia só o lado negativo ; é uma irracionalidade sem par; mas é disso que o povo gosta, infelizmente; o escândalo, a sensação de sangue , do absurdo – matar os pais para caçar os filhos, cegar os animais para torná-los mansos, oferecer pinga aos pássaros, quebrar os ossos do peito dos bichos; são bilhões de dólares o fruto do tráfico ilegal de animais; são essas frases que fazem sucesso na mídia, o que fazer. Lembra-se daquela recomendação trazida de um grupo de discussão na Internet: influenciar a mídia no sentido que ela nào divulgue em hipótese alguma a cultuação pela população de animais nativos de origem silvestre- ; e isto está ocorrendo na realidade e muito. Só que o rame-rame e esse blá-blá-blá sem lógica, acabam por desgastar a quem se baseia neles para defender seu ponto de vista; não constrói nada, não resolve nada e não traz nenhuma contribuição >>>>>>> só tumultua e confunde. O pior, quantos recursos são desperdiçados >>>>>>>>>; ora, combater o tráfico ilegal deve, é e tem que ser a nossa maior tarefa, nós que queremos sobreviver, já que é ele que mais prejudica a nossa imagem>>>>>>>>>>, nosso trabalho na realidade tem que ser aquele de nos organizar, ter transparência , agir com seriedade e buscar um entendimento com todos os segmentos de atuam na área com o objetivo de acabar com a discriminação contra nós. Temos, ainda, muita coisa errada no meio, reconhecemos, notadamente a legalização indiscriminada de pássaros capturados>>>>>> , isso tem que acabar e vamos atuar muito para que acabe na realidade – capturamos anteriormente muitos bicudos, curiós e canários, hoje há mais de duzentos criadores, de norte a sul do Brasil, que reproduzem em larga escala, não se precisa de nenhum da natureza para a procriação doméstica e para oferecer à demanda, – vamos incrementar a reprodução dos outros pássaros , trincas, coleiros , cardeais , azulões>>>>>>, ou se faz ou se para, temos que ter esse compromisso com a sociedade, não podemos conviver mais com mentiras, com acobertamentos, estamos na era da informação, da internet, dos grupos de discussões e ninguém pode mais sustentar qualquer tipo de improbidade. Nossas legítimas atividades, contudo tem que ser divulgadas….aí reside nosso principal problema ……temos que nos concentrar nisso …..; Vem por aí instrumentos maravilhosos que vão nos ajudar muito >>>>>..nosso classe vai atuar decisivamente, podemos esperar. . Vamos investir na racionalidade e na legalidade, com paz , união e seriedade.

Escrito por Aloísio Pacini Tostes, em 2/9/2003

Um abnegado criador

Criação

DE UM CRIADOR OBSTINADO – UMA LIÇÃO DE VIDA – (10/04/2003).

Estive em Itajubá e vi uma coisa maravilhosa.

Fui com um amigo visitar um curiozeiro na estrada entre Itajubá e Piranguçu. Pessoa muito humilde, ganhando pouco mais que um salário mínimo. Foi aposentado por invalidez por ter uma degeneração progressiva da retina, atualmente tendo somente visão de 2% num olho e uns 3 ou 4% no outro.

O criadouro é surpreendente, com três cômodos, simples mas bem confortáveis: um para as fêmeas criadeiras, outro para vetorização de canto e outro para os machos e as fêmeas que não estão criando. Uns 40 m2 de construção. Telhas de barro e caiado, pois, segundo ele, dando uma caiação duas vezes por ano acaba com os parasitas.

Encontramos ele dormindo no criadouro. Recepção carinhosa, bem mineira.

Ele fez o criadouro e cuida sozinho dos pássaros. Tem até uma aparelhagem de som para tocar o CD do Ana Dias.

Filosofando disse que o criador de canto clássico perde a liberdade porque vive em função da procura obstinada de um pássaro bom de canto. E esquece do resto.

A higiene estava dentro do possível para o seu grau de cegueira. Alimentação de mistura de sementes e broa com ovo, receita, segundo afirmou, do Picinini. E água.

Tem um macho, o Itamonte, que estava com a gaiola com capa no cômodo dos filhotes porque quer que ele corrija algumas notas do canto.

Informa tudo sobre os filhotes apontando com o dedo para as gaiolas e pedindo para lermos o escrito em pequenos papéis colados nelas.

Tem também 4 fêmeas, a Irene, a mãe da Irene, a Rosinha e a Nariguda.

Conhece a genética dos seus pássaros.

A broa do Picinini deve ser boa porque criou 17 filhotes, muito uniformes em tipo e com ótima saúde.

Não falou em medicamentos, mas também não foi perguntado.

Havia duas fêmeas chocando dois ovos cada uma. Como o assunto foi para o como fazia as galas, pegou o Itamonte e levou para perto de uma das fêmas que chocavam. A fêmea “pediu gala” e ele, somente usando o tato, abriu os passadores e o macho galou “numa tacada” e voltou para a sua gaiola. Disse saber que tudo foi bem vendo a sombra do Itamonte voltar para a sua gaiola ou contava até cinco ou seis, tempo suficiente para o macho entrar, galar e voltar.

Portanto, manejo todo no escuro e com muita habilidade.

E olhe que o Itamonte está numa muda danada!

Disse-lhe que tinha muito material sobre curiós e ficou “aceso” para mandar-lhe porque uma neta poderia ler para ele.

Emocionou-se às lágrimas quando nos prontificamos a levá-lo até Matias Barbosa para conhecer o Picinini, o seu ídolo.

Voltei do céu quando afirmou que é cadastrado no IBAMA, mas não havia recebido todas as anilhas pedidas.

* * *

(José Carlos Pereira é paulista, médico pediatra na cidade de Cruzeiro e criador de canários-da-terra).

Escrito por José Carlos Pereira, em 2/9/2003