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Doença de Pombo, não existe

Elas são vítimas

Então, se formos falar das doenças “supostamente” transmitidas pelos pombos ou aves, seremos obrigados a expor ao ridículo os medos e os preconceitos referentes aos pombos. Pois, de tudo o que são acusados, ou é MITO ou PURO PRECONCEITO por falta de informações corretas. A saber:

A “DOENÇA DO POMBO” não existe;

A “TOXOPLASMOSE ADQUIRIDA DIRETAMENTE DO POMBO” é impossível de acontecer, já que o parasita no pombo não desenvolve o ciclo vital e reprodutivo, condição indispensável para se tornar infeccioso ao ser humano. E, além disso, sabe-se que a PRINCIPAL causa da toxoplasmose é a ingestão de verduras mal lavadas e carnes contaminadas mal passadas. Infelizmente, você não vai saber se estão ou não contaminadas, pois a aparência não modifica;

A “SALMONELOSE” é uma bactéria encontrada até num OVO DE GALINHA, que você pode estar comendo sem saber, e, é praticamente sinônimo de comida estragada;

A “TUBERCULOSE AVIÁRIA” difere-se da tuberculose humana e bovina. Comum a todas as aves, sua bactéria pode ser encontrada no solo, na serragem, nas ostras, nas minhocas e até no LEITE FRESCO. Embora o homem seja bastante resistente ao bacilo, suas principais fontes de contágio são a CARNE MAL COZIDA e LEITE MAL FERVIDO;

OS “PIOLHOS DE POMBO” são ácaros encontrados também em outras aves silvestres, específico das penas, mesmo que “eventualmente” passem para as pessoas que toquem em aves infectadas, não sobrevivem mais que algumas horas, ou seja, morrem de fome!!! Faltam penas ao homem para que possam alimentar os piolhos;

“HISTOPLASMOSE E A CRIPTOCOCOSE” são doenças transmitidas por fungos que se desenvolvem em dejetos, são originários também das fezes humanas, de outros animais, do solo orgânico e até de frutas podres. Esses fungos, não resistem ao sol e às altas temperaturas do nosso clima. As condições ideais para seu desenvolvimento são os ambientes fechados e com grande acúmulo de matéria orgânica;

“A ORNITOSE, PSITACOSE OU CLAMIDIOSE” atinge a muitas aves e mamíferos, inclusive o homem, mas para que haja contágio é necessário um contato íntimo com a ave doente, e, felizmente até 16/11/2003, não havia feito parte de nenhuma estatística. Daí, imagino que não deva ser fácil se contaminar!! !

Para concluir devo informar que: Não há o que temer dos POMBOS, pois, geralmente, as vítimas de doenças de aves são criadores que possuem grande quantidade de aves em ambientes SUJOS, ESCUROS, SEM CONTROLE VETERINÁRIO, SEM HIGIENE, e, ainda mantêm contato freqüente com pássaros doentes. POBRES DAS AVES QUE DEPENDEM DESTES IRRESPONSÁVEIS E INCONSEQÜENTES! ELAS, SIM, SÃO AS GRANDES VÍTIMAS!

Quanto à histoplasmose, toxoplasmose e criptococose, observe as opiniões profissionais de saúde:

“… não existem provas de que os pombos sejam um dos transmissores.

..” (Referência à toxoplasmose.)

“… são produzidos por fungos que existem dispersos na natureza.. .”

“… não existe nenhum caso registrado nos órgãos responsáveis. ..” (Referência à histoplasmose e à criptococose.) Dr. Paulo Bruxelas – Médico e Veterinário – Rio de Janeiro

JORNAL DO BRASIL DE 17/07/95

“… Há contudo, uma informação errônea: os pombos não são transmissores da toxoplasmose. Isso é uma crença antiga, infelizmente,ainda divulgada”. – Drª. Marilu de Noronha – Veterinária do Instituto Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaistman

JORNAL O GLOBO DE 13/ 09/01

“… Para que alguém pegue Toxoplasmose de um pombo, é preciso que essa pessoa COMA UM POMBO DOENTE MAL PASSADO, já que o microorganismo se aloja em seu tecido orgânico. Quero dizer com isso que não se pega toxoplasmose de pombo com o simples contato com o animal”. – Drª. Mariângela Freitas de Almeida e Souza – Médica veterinária – Rio de Janeiro

Escrito por Fátima Borges Ferreira , em 14/5/2010

Antibióticos

Uso indiscriminado é um dos maiores causadores de mortes nos criadouros.

Acompanhando os aficionados por pássaros nativos, sempre nos deparamos com um ato inadmissível, porém muito freqüente, o uso indiscriminado de Antibióticos. No passado já fomos alertados algumas vezes pelo Dr. José Carlos Luz Martins (Zeca – BH), e agora novamente pelo Dr. José Carlos Pereira, sobre os perigos desse ato. Retiramos partes de seu boletim sobre Cândida, para elaborar o texto abaixo:

Gostaria de fazer um adendozinho. Falei de passagem (“Numa boa parte das vezes a candidíase foi determinada pelo próprio criador pelo uso intempestivo de antibióticos. Diante da diarréia e do emagrecimento da ave o criador continua com o uso do antibiótico ou o troca por outro fechando o ciclo mortal: antibiótico-Candida-antibiótico”), mas gostaria de aprofundar um pouco. É muito comum entre os passarinheiros o uso de antibióticos, muitos deles de largo espectro, para “evitar”doenças. Inventam moda porque são raríssimos os casos na medicina em que há esta indicação para os antibióticos. Ainda por cima é comum o uso de antibióticos formulados para humanos e em doses e espaçamentos aleatórios. Além dos casos de intoxicações e reações alérgicas, os pretensos casos de sucesso serão pagos lá na frente, com juros e altíssima correção monetária, com duas moedas:

1- Aumento no criadouro das infecções por parasitas oportunistas, caso da Cândida;

2- Seleção na criação de bactérias resistentes aos antibióticos.

Daí, amigos, essa alta mortalidade e morbilidade encontrada na criação de pássaros. Dizem que de médico, no nosso caso, de veterinário, e de louco todo mundo tem um pouco. Só que esse pouco tem um alto preço. Numa criação mantida com rígidas normas de higiene ambiental, nutricional e psicológica, com os pássaros em perfeitas condições de saúde (e um pássaro vindo de uso de antibióticos em longo prazo jamais poderá ser considerado como saudável), o uso de antibióticos e/quimioterápicos será muito raro e, quando necessário, os resultados serão colhidos com poucos dias de uso.

Voltamos a afirmar que todo tratamento deve ser feito com a orientação do veterinário após o diagnóstico correto. Assim não sendo, irá se submeter o pássaro a medicamentos que apresentam, como todo medicamento, reações colaterais e toxicidades. Uma informação: a nistatina é antibiótico específico para infecções por Candida. É comum nos depararmos com informações do seu uso pelos passarinheiros em infecções nas quais nem ela mesma sabe que age. Jogar dinheiro fora e atanazar a pássaro.

-Usar os antibióticos, principalmente os de largo espectro, somente com a indicação de profissional habilitado após o diagnóstico correto e a indicação precisa. Esse negócio de ficar atirando a torto e a direito, tentando cercar os parasitas por adivinhação, jamais foi boa prática médica. Creio ser esse o maior erro cometido pelos passarinheiros com as suas aves. O desequilíbrio da flora e a criação de bactérias resistentes, com toda certeza, são as principais causas das altas mortalidades encontradas nos criadouros, principalmente entre os filhotes. Isso, aliado à desnutrição, torna inviável qualquer projeto de boa criação de pássaros. Hoje já são muitas as Candidas resistentes ao cetoconazol, um dos fungicidas mais usados pelos passarinheiros atualmente. Um patógeno resistente segue com o pássaro de um criadouro a outro, podendo se disseminar por todo o plantel. Isso mostra o quanto a ação de um único criador pode atrapalhar o trabalho de vários outros.

Vale ressaltar que, no próprio site da COBRAP, no link Documentos/VETERINÁRIOS há uma série de profissionais habilitados a prescrever o medicamento correto, em caso de necessidade. Pedir a ajuda a pessoas desabilitadas jamais é uma boa opção, pois uma pequena economia imediatista traz, posteriormente, enormes prejuízos.

Ainda: Oriente seus amigos e conhecidos a fazerem o mesmo. Essa ação deve ser conjunta.

Escrito por Rob de Wit – Zootecnista, em 14/4/2008