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Escherichia coli

Pesquisa investiva em granjas

Pesquisa investiga

bactéria de granjas

Escherichia coli provoca várias doenças e sua incidência é grande na produção de frangos e galinhas

RAQUEL DO CARMO SANTOS

 

A Escherichia coli é a bactéria responsável pela colibacilose aviária, uma das principais doenças da avicultura industrial moderna e que causa grandes prejuízos econômicos. A incidência estimada desta doença está em torno de 5% a 10% na produção de frangos e galinhas. Como é uma bactéria com diversas linhagens patogênicas e diferentes mecanismos de patogenicidade, podendo inclusive atingir o homem e outros mamíferos, seu estudo torna-se complexo. As pesquisas envolvendo essas linhagens para seres humanos começaram a ser elucidadas na década de 1970. Em aves, no entanto, os estudos são bastante recentes. Uma linha de pesquisa do Instituto de Biologia, coordenada pelo professor Wanderley Dias da Silveira, do Departamento de Microbiologia e Imunologia, tem se dedicado ao estudo desta bactéria com a finalidade de se entender melhor seus mecanismos de ação, com o posterior objetivo de desenvolver uma vacina capaz de controlar sua proliferação nas aves e, assim, diminuir os prejuízos que causam à indústria aviária.

Entre as moléstias mais freqüentes provocadas pelas linhagens de Escherichia Coli, Silveira e um grupo de estudantes de pós-graduação estão pesquisando especificamente aquelas que causam a onfalite, a síndrome da cabeça inchada e a coliseptcemia. A onfalite ataca o embrião e produz uma inflamação no cordão umbilical. As linhagens que causam a síndrome da cabeça inchada produzem em aves adultas uma inflamação nos ossos da face superior, com conseqüentes repercussões no sistema neurológico. Outra enfermidade, desta vez presente em qualquer estágio de crescimento do frango é a colisepticemia, que provoca infecção generalizada. Embora alguns destes tipos de doença muitas vezes não provoquem a morte das aves, elas se tornam inapropriadas para o abate e comercialização.

Por enquanto, o tratamento com antibióticos e quimioterápicos é uma das formas de diminuir o impacto destas doenças. Muitas das linhagens, no entanto, têm se mostrado altamente resistentes às drogas utilizadas, explica Tatiana Amabile de Campos, autora da dissertação de mestrado “Estrutura clonal e fatores de colonização de linhagens de Escherichia coli de origem aviária”, apresentada no IB.

O objetivo de Tatiana em seu estudo foi realizar um estudo comparativo com outras linhagens. Foi realizado um teste de adesão em traquéia. “A bactéria entra pelas vias aéreas superiores e adere ao tecido epitelial da traquéia antes de penetrar na corrente sangüínea”.

A farmacêutica Eliana Guedes Stehling também faz parte do grupo de pesquisa da Escherichia coli. Sua contribuição está em identificar outros fatores de adesão em diferentes tipos de células e as possibilidades de invasão do tecido. Eliana, por enquanto, se dedica à parte experimental de seu trabalho de doutorado que deverá estar pronto em seis meses. Gerson Nakazato é veterinário e pretende analisar os genes plasmidiais relacionados à patogenicidade da bactéria nos casos da síndrome da cabeça inchada. Seus estudos ainda são iniciais. Não se pode comprovar cientificamente ainda, mas a expectativa do veterinário é encontrar fatores de virulência da bactéria.

De acordo com Silveira, orientador de todos os trabalhos citados, pretende-se chegar à caracterização da maioria dos possíveis genes relacionados à patogenicidade destas linhagens bacterianas a partir das pesquisas envolvendo as moléculas de DNA, conhecidas como plasmídios. Para os experimentos financiados pela Fapesp, a equipe está utilizando uma coleção de bactérias, todas originárias de galinhas, isoladas e doadas por várias pessoas.

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Escrito por Raquel do Carmo Santos, em 11/4/2006

Ar puro, um bom ambiente

O segredo da criação

A sua saúde e a dos pássaros num ambiente com um bom ar.

Walerson Arcanjo escreveu em 6/4/2006 09:38

Amigos;

Creio que o artigo abaixo contribui para o crescimento técnico de todos no quesito instalações prediais para criadouros de pássaros de qualquer espécie. Alertando para a saúde de nossos pássaros e para a do criador.

P.S.: Não faço propaganda para qualquer fabricante e apenas manti os créditos do autor divulgando seu respectivo conteúdo na íntegra.

Um criadouro bem estruturado, em todos os seus parâmetros, é objeto de admiração de todos. Demonstra à primeira vista o perfil de seu proprietário, espelhando o prazer que decorre de uma paixão, uma eterna busca de novos conhecimentos, uma preocupação constante com a saúde de todos que vivem ou transitam por ele.

A saúde do criadouro esta ligada diretamente à renovação do ar, muitos criadores pensam, por desconhecimento, que abrindo uma grande janela em seu criadouro, ou duas janelas em posições apostas, resolverão de uma vez com os problemas decorrentes da renovação de ar. Porém, isso traria conseqüências desastrosas à saúde dos pássaros, decorrente da formação de uma corrente de ar contínua sobre os mesmos.

Estes procedimentos são totalmente incorretos. Para entender mais, observe o seguinte:

1. Ao entrar no criadouro pela manhã respire fundo e sinta se o ar está pesado, com um odor característico mais acentuado. Você espira seguidamente?

2. Verifique se existem fungos sobre as fezes dos pássaros e alimentos.

3. Verifique se existem fungos nos cantos do piso, nas paredes, principalmente nas curvas, abaixo e acima da janela.

4. Verifique se na pintura das paredes aparecem com sinais de Saponificação, que são manifestações de manchas na superfície pintada, ou Desagregamento, que se caracteriza pela destruição da pintura que se esfarela juntamente com partes do reboco.

Se um destes quatro itens for observado, sua renovação de ar esta inadequada.

A causa geral é a ocorrência de pressão estática, mantendo a umidade ambiental parada, dotando, o ambiente de condições ideais a instalação e proliferação dos mais diversos tipos de organismos alergênicos (organismos que produzem as mais diversas manifestações alérgicas em homens e animais). Além disso, um ambiente mau ventilado, diminui a vida útil de bens e utensílios existentes no local.

A solução será adotar no ambiente uma ventilação forçada, retirando assim o ar interior poluído, repondo e renovando-o, através de um ou mais ventiladores, de acordo com as necessidades apresentadas. Para tal, serão fundamentais os seguintes itens:

1. O criadouro deve ser fechado em sua parte superior for forro ou laje.

2. Calcular com precisão o número de renovações necessárias a cada hora, e definirmos qual tipo de ventilador será utilizado. Para isso, será necessário que tenhamos as medidas, cúbica dos ambientes e o lay-out de sua edificação.

3. O ventilador deverá estar acompanhado de um controlador cuja função, será liga-lo por um período de tempo de acordo com o número previsto de renovações/hora.

A razão de tais procedimento é evitar, através de sucção forçada, a concentração de micro partículas em suspensão no ar, como esporos e micélios de fungos, ácaros, etc., encontrados em abundância nos ambientes úmidos, fechados e rico em nutrientes, como é o caso dos criadouros, casas de campo, praia, porões, residências construídas no fundo do terreno, sem saída de ventilação, etc.

Os organismos alergênicos em suspensão ou alérgicos inalantes são os principais responsáveis pela inflamação alérgica respiratória dos pássaros e do tratador. É importante dotar-se de conduta preventiva, procurando eliminar os fatores de risco envolventes, não somente aos pássaros, como também o tratador, familiares, visitantes dentre outros.

E o que é a alergia? São reações exageradas que o organismo sofre quando entra em contato com determinadas substâncias (alérgenos), mesmo em quantidades pequenas. Os alérgenos estão presentes em praticamente todos os ambientes intra-domiciliar ou extra-domiciliar em menor ou maior quantidades, sensibilizando de imediato portadores de síndromes alérgicas ou induzindo nosso sistema imunológico a reações.

FUNGOS e ÁCAROS

Os principais alergênicos encontrados no criadouro de pássaros são:

Fungos – Também conhecidos pelo nome de mofo, bolor ou bolores, podendo ser parasitas ou saprófitos, que se alimentam de substâncias mortas. Normalmente se instalam em ambientes com umidade estática (parda) e rico em nutrientes. Especialistas acreditam que estes são responsáveis por 2/3 das alergias respiratórias em decorrência da inalação de esporos ou micélios de fungos em suspensão no ambiente.

As toxinas de fungos são liberadas sobre as sementes, contaminando-as. Estas substâncias são excrementos de fungos, e altamente tóxicas para as aves. De acordo com o volume ingerido pela ave, a toxina poderá ser letal, e quando não, poderá trazer sérios problemas de saúde aos pássaros.

No tratador, a doença causada pelo fungo é chamada Aspergilose decorrente do fungo Aspergillus fumigatus. O tratador poderá ser acometido de Aspergilose broncopulmonar alérgica, resultante de uma reação inflamatória subaguda, podendo o quadro se evoluir para Aspergilose aguda evasiva, ou Aspergilose necrotizante crônica (mais rara).

Ácaros – São Ectoparasitas microscópicos que se proliferam em ambientes úmidos (acima de 60%) e em temperaturas entre 18 e 26o C. Sua alimentação se baseia em fungos, fibras orgânicas, descamação de pele humana, animal, penas dentre outros. O principal alérgeno dos ácaros é encontrado em suas fezes: São os esporos sua média de vida é em torno de 90 dias. Seu tamanho varia de 100 a 300 micrômetros. Dentre os Ácaros mais atuantes nos pássaros podemos citar:

Ácaro que ataca todo o corpo do pássaro (Dermanysus gallinae)

Causa sérios danos à criação. De acordo a quantidade de ácaros, que se infesta no pássaro, o animal pode ser levado rapidamente a anemia e, senão à morte.

Ácaro da sarna podal dos periquitos (Knemidokoptes pilae)

Há inflamação e exsudato inflamatório nas patas e bico que desaparecem, dando formação a um tecido esponjoso.

Ácaro da sarna podal dos canários (Knemidokoptes jamaicencis)

As fêmeas destes microorganismos escavam galerias nas patas, onde há a formação de crostas, sendo que estas ficam repletas de ácaros em diferentes fases de desenvolvimento.

Ácaro do canhão das penas das aves (Syrongophilus bipectinata)

As penas ficam repletas de material seco e acumulado, onde se encontram os ácaros. As penas caem e pode haver inflamação. No periquito, ataca a base das penas, ocasionando a queda das mesmas, deixando as áreas cheias de crostas.

Ácaro dos sacos aéreos (Sternostoma tracheacolum)

São os mais comuns, existindo pelo menos 38 espécies de ácaros isolados nestas vias. Instalando-se nos sacos aéreos, traquéia e narinas fixam-se na parede formando nódulos de inflamação. Produzem os seguintes sintomas: acesso asmático repentino, respiração penosa, sibilante, com assobio, acesso de tose com expectoração, plumagem em desalinho, abertura do bico sincronizado com os movimentos respiratórios, dentre outros.

Em relação às doenças causadas por esses microorganismos, podemos ainda citar a doença causada pela inalação do pó das sementes, fato que acontece diariamente por muitos tratadores, quando cuidam de seus criadouros. O pó das sementes, são agentes broncocostritores complexos, pois apresentam na sua constituição, além de seus componentes, contaminantes como fungos, ácaros, bactérias, insetos, excretas de roedores e pássaros, 5 a 15% de dióxido de sílica. Várias afecções respiratórias são atribuídas à poeira das sementes: asma, rinite, conjuntivite, doença pulmonar obstrutiva crônica, alveolite alérgica extrínseca e febre de cereais (“grain fever”) (WARREN et al., 1983).

Conclusão – É importante adotar uma conduta preventiva no criadouro, para que nosso hobby se torne um eterno prazer.

Wuttembergo Dantas Pereira de Melo

www.criativanet.com.br

Revista CMCP Junho/2001

Arquivo editado em 18/09/2001

Escrito por Walerson Arcanjo, em  06/4/2006