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Criação de Canário-da-Terra

Pequeno Manual

Sicalis flaveola

PECULIARIDADES

 

O canário-da-terra é uma das aves com a qual o povo brasileiro mais se identifica. Vastamente citado em músicas, poesias e outras manifestações culturais, ele é visto como um “amigo” do sertanejo, pois além de habitar todo o território nacional (exceto a Amazônia), é resistente, bravo e aguerrido como o povo do campo, que luta a cada dia para superar as dificuldades que a natureza impõe. Isto tudo faz do canário-da-terra “a cara” do homem sertanejo. Provavelmente o canário foi um dos primeiros pássaros nativos a ser mantido e reproduzido em ambiente doméstico.

Pássaro de territorialismo muito evidente, tanto os machos como as fêmeas de CT não pensam duas vezes antes de defender seu território utilizando o combate físico, caracterí­stica essa que chegou a provocar o surgimento de rinhas de CT. Felizmente esta atividade criminosa praticada por pessoas inescrupulosas já faz parte do passado dos passarinheiros no Brasil.

Por ocupar áreas próximas às sedes de propriedades rurais, não foi difí­cil dominar as técnicas de reprodução do CT em ambiente doméstico, pois estes sempre eram observados procriando, na cumeeira da mangueiras do gado ou nos buracos em mourções de cerca. Desde o início da reprodução dos CT’s em ambiente doméstico, a alimentação e o manejo em geral vêm sendo aprimorados em busca de melhores resultados na criação.

 

INSTALAÇÕES

 

Para criar o canário-da-terra, as características exigidas do local são as mesmas dos outros nativos: boa iluminação, se possí­vel com luz solar direta pela manhã; embora o CT se mostre bastante tolerante com relação a variadas temperaturas, é bom abrigá-lo em locais sem grandes variações dela entre o dia e a noite, também protegido das fortes correntes de ar, etc. Este pássaro pode ser mantido e reproduzido tanto em gaiolas como em viveiros, mas estes últimos são menos adequados por dificultarem o manejo de ovos e filhotes.

As gaiolas podem ser de metal ou madeira, à  escolha do criador. As de madeira são mais difí­ceis de higienizar, exigindo maior trabalho para isso, mas por outro lado, parecem ser mais “aconchegantes” nas baixas temperaturas. As gaiolas ideais para as fêmeas (no caso de criação no sistema de poligamia – o macho só é colocado com a fêmea no momento da cópula) devem ter de 50 a 70 cm de comprimento, cerca de 30 a 40 cm de altura e profundidade. Recomenda-se que estas tenham duas portas no nível do piso, para a introdução e remoçao da banheira, por exemplo, e duas na parte superior, onde, numa delas, será encaixada a caixa ninho. É recomendável que possuam a “divisória”, para facilitar o manejo com os pássaros. Os comedouros, se forem internos, devem estar sempre no ní­vel dos poleiros mais altos para evitar que as aves defequem sobre os alimentos. Para abrigar os machos, tanto na criação quanto para o manuseio (passeios, treinos, etc.), geralmente utiliza-se gaiolas tipo “piracicaba”, de madeira e arame. Para machos que serão utilizados apenas como padreadores, existem “galadores” confeccionados de arame galvanizado, com passadores laterais e outras características adaptadas ao manejo reprodutivo.

Os poleiros devem ter calibres variados e nunca serem totalmente lisos em sua superfí­cie. De tempos em tempos, deve-se, utilizando uma serra de metal, esfregá-la transversalmente no poleiro, fazendo sulcos que acompanham o comprimento do mesmo. Estes sulcos ajudarão na frenagem quando da movimentação de um poleiro para o outro, e este atrito remove as células mortas da planta do pão da ave, e impedindo a formação de calos e outras deformidades. Os diâmetros variados fazem com que o pássaro exercite melhor as articulações dos “pés” e dedos. O número e a posição dos poleiros varia conforme a condição física do pássaro, mas deve haver na gaiola espaço suficiente para vôos longos, entre os poleiros que estão em lados opostos. O vôo é importante tanto para machos como para fêmeas, pois desenvolve a musculatura (o que é importante para evitar problemas de ovo preso nas fêmeas), confere preparo físico e promove melhor atividade respiratória, itens que nos machos estão intimamente ligados à atividade canora, refletindo positivamente sobre ela.

 

MATRIZES E REPRODUTORES

 

O criador, quando da composição de seu plantel, deve optar por matrizes dóceis, acostumadas ao manejo (pássaros que se debatem quando são carregados dificultam o processo da reprodução) e também por pássaros de boas qualidades, para que os frutos da criação recompensem o trabalho do criador. É preferí­vel fazer um investimento inicial um pouco mais alto, mas ter qualidade nas crias produzidas, a criar pássaros razoáveis, pois como o CT é um pássaro muito prolí­fero, o mercado está cheio de exemplares “comuns”. É preciso ter um diferencial nas aves produzidas, para que estas sejam bem aceitas e procuradas, valorizando o nome e o trabalho do criatório.

São boas qualidades transmissí­veis aos filhotes:

– a postura e a “beleza fí­sica”: procurar sempre trabalhar com pássaros esguios, “elegantes”, de bom porte e aparência saudável.

– o porte: o CT é um dos pássaros cria dos em ambiente doméstico que sofre com o alto grau de mestiçagem entre suas diferentes sub-espécies e variedades, resultado em pássaros de mau porte e heterogêneos, portanto, é bom que o criador defina o porte que mais lhe agrada e mantenha a uniformidade do plantel.

– a capacidade maternal: boas mães geram boas mães. Na hora da aquisição de filhotas, procure descendentes de fêmeas que botem não menos que cinco ovos.

– a disposição para cantar: pode ser “medida” pela contagem do número de cantadas em um determinado tempo.

– o andamento do canto: pássaros de canto rápido são adequados à modalidade “fibra”, não sendo adequados como reprodutores se o objetivo da criação for o canto clássico.

– a voz: para o canto clássico, as melhores vozes são as intermediárias, nem muito altas, nem muito baixas, nem muito graves, nem muito irritantes.

Há dois principais modos de reprodução dos pássaros nativos em geral: monogamia ou poligamia. No primeiro, o casal permanece junto. No segundo, o macho só é colocado com a fêmea no momento da cópula (cruza), ficando ela incumbida de chocar e tratar os filhotes, o que é perfeitamente capaz de fazer. A poligamia é sem dúvida o sistema mais recomendável, pois além de eliminar o risco de incidentes como briga entre o casal e ataques aos filhotes por parte do macho, possibilita a redução do número de pássaros no plantel, pois um macho pode ser usado como padreador de muitas fêmeas, geralmente na proporção de 1 para 5 ou 6. Neste tipo de manejo, também temos maior controle sobre a fase do ciclo reprodutivo que está sendo vivenciada pelos pássaros (ex.: sabemos se o macho galou ou não a fêmea, se foi mesmo ela ou o macho quem construiu o ninho, se está pronta, etc.). No caso de poligamia, é recomendável que o macho que será usado como galador, além de possuir as características desejadas, de acordo com a modalidade para qual o criador deseja direcionar o plantel, cortejar as fêmeas quando é exposto à  elas.

 

ALIMENTAÇÃO

 

O canário-da-terra é um pássaro graní­voro por excelência, mas aprecia também verduras e até algumas frutas. A base da alimentação é constituí­da por uma mistura contendo alpiste, paínços variados, senha e níger, sendo o primeiro em maior quantidade (50% a 60%), ou então, por ração extrusada, fabricada sob medida para atender às necessidades nutricionais dos pássaros. Como guloseima, na hora do passeio com os machos (hábito importante para aproximar pássaro e dono), pode-se oferecer cachos de semente de capim, como colonião, braquiara, entre outros. O pepino é um ótimo complemento alimentar pois é rico em colágeno, um importante componente dos tecidos de revestimento, conferindo elasticidade e resistência às penas, evitando que elas se quebrem facilmente e mantendo a plumagem bonita por mais tempo após a muda. O almeirão também é um ótimo complemento, pois contém caroteno, pigmento que realça o colorido dos machos.

Uma fonte de cálcio deve ser fornecida o ano todo, principalmente para as fêmeas, que utilizam grandes quantidades deste mineral na composição da casca dos ovos. A farinha de ostra e o “osso de ciba” são as melhores alternativas para o fornecimento de cálcio. Pode-se ministrar polivitamí­nico e um complexo de aminoácidos na água algumas vezes por semana quando for necessário, por exemplo, em alguma época da muda de penas ou quando há filhotes no ninho ou recém-separados.

Se o criador optar pelo uso da mistura de sementes ao invés da ração extrusada, na muda de penas e na época de reprodução deve ser fornecida uma farinhada, seca ou umedecidas misturadas com ovo cozido floculado (passado pela peneira), que constitui uma grande fonte de proteí­na, elemento importantí­ssimo para a formação das novas penas e desenvolvimento dos filhotes. No caso do uso da ração, somente ração e água o ano todo são suficientes.

O CT é um pássaro que gosta muito de alimentos vivos, sendo que na natureza, consomem grande quantidade de insetos, adultos e larvas. Em cativeiro, o fornecimento de alimento vivo é opcional, sendo de bom grado se o criador puder fazê-lo, sobretudo na época em que as fêmeas estão com filhotes. A atenção máxima deve ser dada à  alimentação no perí­odo em que as fêmeas estão tratando de suas ninhadas. Especialmente nesses dias, a alimentação deve ser abundante e diversificada, com verduras, legumes e farinhada, afim de estimular os pais a tratarem dos filhotes. Nesse período consomem grandes quantidades de larvas de Tenebrio molitor para alimentar suas crias. Essas larvas são uma grande fonte de proteína bruta, que contribui para o bom desenvolvimento dos ninhegos, e o Tenebrio pode ser criado em uma vasilha plástica, com tampa e alguns cm de profundidade de substrato, que pode ser ração de codorna, farelo de trigo, e outros. Cobrir o substrato com 2 ou 3 folhas finas de papel toalha. A caixa ou vasilha de criação deve ficar em lugar escuro, preferencialmente, e não precisa ter grande circulação de ar em seu interior.

 

REPRODUÇÃO

 

Os canário-da-terra, na natureza, reproduzem-se na primavera e no verão, e por volta do início de abril as famí­lias (pais e filhotes) juntam-se formando bandos, que perduram até o iní­cio da próxima primavera. Aí­ os casais se formam e se separam, cada qual em seu território. Em cativeiro, podem criar praticamente o ano todo, porém, convém reproduzi-los de outubro a março e deixar que descansem o resto do ano.

Os ninhos utilizados são do tipo caixa, devendo ter cerca de 12 cm de altura e 12 de largura, no mínimo. Existem vários modelos, com um ou dois cômodos, e isso faz variar o comprimento do mesmo. Pode ter um orifí­cio ou dois, na parte da frente; no caso de dois orifícios, um é menor e localiza-se mais superiormente, na parede do cômodo onde será construí­da a cama, e servirá apenas como saída.

Machos e fêmeas devem ser mantidos em confinamento visual durante o ano todo, sendo que as fêmeas podem ver-se somente durante a estação de descanso. Ao se aproximar o início da época de reprodução, as fêmeas devem ser transferidas para gaiolas individuais. Não é bom que muitos machos permaneçam no ambiente do criatório, preferivelmente, apenas o(s) galador(es). Com as fêmeas já cada qual em sua gaiola criadeira, o criador deve fornecer material para a construção do ninho, que pode ser fibra de coco, corda de bacalhau ou juta (tecido a venda em casas de armarinhos) desfiada, todos cortados a 8 ou 10 cm de comprimento. O criador pode também, opcionalmente, prender um quadrado de 10cm na lateral da gaiola e deixar que a fêmea mesma puxe os fios e desfie o tecido. Assim, além de evitar o desperdício de material, ela ganha tônus muscular, que irá ajudar a expelir o ovo. Quando a fêmea começar a carregar o material, deve-se disponibilizar a caixa ninho, fixando-a numa das portas mais altas da gaiola. Atenção redobrada quando for vistoriar a caixa ninho, abrindo com cuidado para evitar fugas!

Quando a fêmea começar a construir a cama dentro da caixa ninho, o macho deverá ser colocado frente à gaiola desta fêmea de uma a três vezes por dia durante um curto espaço de tempo, sendo que os melhores momentos para essa apresentação são o amanhecer e o entardecer. O criador deve observar a reação e o comportamento das fêmeas durante o momento em que estão vendo o macho. Geralmente as que vêm correndo para a tala da gaiola, com ar de interessadas, na verdade são as primeiras que hostilizam com a presença do macho em seu “território”, por isso se aproximam.

Geralmente no terceiro dia da construção da cama, a fêmea começa a pedir gala. É a partir deste momento que, ao verem o macho, irão abaixar, solicitando cópula. O macho, então, será introduzido na gaiola da fêmea, e caso esta ainda não aceite a cruza, ele deve ser induzido a voltar à sua gaiola. Novas tentativas podem ser feitas posteriormente. O criador deve ter a paciência necessária para esperar que a fêmea aceite o macho. Uma vez que ela aceite ser cruzada, uma única cruza é suficiente, mas podem ser realizadas algumas mais, a título de confirmação e principalmente, para “treinar” o galador a entrar e sair sozinho na gaiola da fêmea. Elas costumam efetuar a postura entre no 2º dia depois de cruzadas, mas podem demorar mais, e o número de ovos varia de quatro a seis, havendo casos mais raros de sete ovos por ninhada. É muito importante, como dito acima, selecionar nas fêmeas do plantel a capacidade maternal, que pode ser observada no número de ovos, na dedicação no trato dos filhotes, no temperamento, etc.

A banheira deve estar presente na gaiola todos os dias do ano, sobretudo no perí­odo de choco. Aconselha-se retirá-la apenas quando os filhotes nascem, até que sejam separados, para evitar afogamentos. Os ovos eclodem com 13 dias de choco a contar a partir do segundo ovo posto, data em que normalmente começam a chocar, e os filhotes podem ser anilhados do 4º ao 6º dia, dependendo do desenvolvimento da ninhada. Saem do ninho por volta do décimo quinto dia, fase importante porque é quando começam a ouvir e assimilar os primeiros sons. Ainda com a mãe, os filhotes machos já começam a gorjear bem baixo, tentando reproduzir o que estão ouvindo. A vetorização, que vai aproximadamente do 15º ao 30º dia de vida, é muito importante na formação do canto do filhote, uma vez que este irá “memorizar” o canto que ouvir para reproduzi-lo mais tarde, criando o que chamamos de memória sonográfica. Neste perí­odo, é de suma importância que se administre aulas de canto, com um canário professor ou CD do canto desejado, se for o caso. Os canários-da-terra podem ser separados da mãe por volta dos 30-35 dias de vida, quando já deverão estar se alimentando sozinhos. É normal que a fêmea comece a construir nova cama enquanto ainda trata dos filhotes, portanto, por volta do 17º dia de vida deles, o ninho deve ser retirado e higienizado, e disponibilizado novamente no dia seguinte, juntamente com mais material. Se houver escassez de material para preparar o novo ninho a fêmea irá depená-los para forrá-lo, o criador precisa ficar atento a isto. Convém, a partir desta data, mantê-los separados da mãe pela grade divisória para que estes não atrapalhem-na na nova chocada. A fêmea irá continuar a alimentá-los pelos buracos da grade, enquanto é cruzada novamente com o mesmo procedimento e efetua nova postura. O criador deverá observar com frequência os filhotes, e quando estes começarem a alimentar-se sozinhos, deve transferí-los para uma gaiola maior, na qual possam voar bastante e assim desenvolver bem a musculatura.

É conveniente providenciar a sexagem dos filhotes, mantendo as fêmeas juntas numa gaiola espaçosa para o exercí­cio e transferindo os filhotes machos para gaiolas menores, a partir dos 50 ou 60 dias, quando já estarão bem desenvolvidos fisicamente. Os filhotes começam a gorjear bem novos, tanto machos como fêmeas, e os machinhos ficam tentando reproduzir o canto que ouviram na fase de vetorização. A partir do primeiro ou segundo mês de vida irão começar a cantar com um pouco mais de volume e desenvoltura, tentando reproduzir aquilo que está em sua memória sonográfica, porém este gorjeado será embolado e sem frases nem notas definidas. Esse período é chamada de fase de espelhamento, pois nela o pássaro irá fazer aperfeiçoamentos do gorjeado que emite, comparando-o com os cantos que ouve no ambiente onde se encontra. Aqui é dada continuação ao trabalho de encartamento de canto, com aulas através de um pássaro de bom canto ou CD, para que o filhote aprimore sua vocalização. É durante essa fase que fazem a primeira muda, que é parcial e chamada de muda de ninho, ou muda de filhote, por volta dos 4 meses de idade. As notas e frases começam a ganhar clareza e definição por volta do sexto mês de vida, a partir do qual os jovens canários começam a emitir aquele que será seu canto definitivo.

Atingem a maturidade sexual por volta dos 8 meses, mas a pouca idade pode fazer com que não sejam boas mães, embora seja raro. Sempre que possível, convém esperar para utilizá-los na reprodução quando estiverem com um ano e meio de idade, ou seja, não utilizá-los na primeira temporada de reprodução de suas vidas.

Augusto Florisvaldo Batisteli

Técnico / consultor COBRAP

Estudante de Biologia – UFSCar / SP

augustofb@gmail.com (16) 97702921

Ibitinga, SP, Maio de 2006

Escrito por Augusto Florisvaldo Batisteli, em 19/2/2008

Sicalis de Cor

Sicalis de Cor – Ata da 1a Reunião de Fundação

Belo Horizonte, 07, 08 e 09 de abril de 2006

No dia 07 de abril de 2006, tendo como local o Criadouro Monte Alvão, em Belo Horizonte/MG de Paulo Rômulo, a primeira reunião do comitê de Canários da Terra mutação, estando presentes: O Sr. Paulo Rui de Camargo/SP -Capital – presidente do comitê-; O Sr. Aloísio Pacini Tostes/Ribeirão Preto-SP – Presidente da COBRAP e criador-; O Sr. Hélio de Guará/SP; O Sr. Álvaro Blasina/Niterói/RJ; O Sr. Mauro Gilberto Marques/Brasília-DF; O Dr. Claudiney dos Reis/ Belo Horizonte-MG; O Sr. Paulo Rômulo Belo Horizonte/MG e o Sr. Rogério Fujiura/SP-Capital.

Após a abertura dos trabalhos pelo Presidente, Sr. Paulo Rui, traçando os objetivos da reunião, passou a coordenação dos trabalhos ao Sr. Álvaro Blasina, pelo seu reconhecido conhecimento e qualificações como criador e Juiz internacional de canários de cor e hoje também criador de Sicalis Mutações. Fazendo jus ao local escolhido para esta reunião, o Sr. Paulo Romulo pos á disposição seus inúmeros exemplares para uma primeira classificação e parâmetros de cores, para servir como norte à exposição que ocorreria no dia seguinte. Baseados nesta análize preliminar, foram feitas as seguintes pré definições:

As cores que foram definidas foram as seguintes:

Canela (machos e Fêmas por separado)

Isabel

Verde Pastel (machos e fêmeas por separado)

Canela pastel oxidado (machos e fêmeas por separado)

Isabel pastel (machos e fêmeas por separado)

Verde opalino

Canela opalino

Feo oxidado (machos e fêmeas por separado)

Feo diluído (machos e fêmeas por separado)

Cor verde original que também será objeto de exposição como também a dos canários lipocrômicos.

Estas cores por sua vez, serão subdivididas e julgadas por

separado em 3 grandes grupos de acordo com a orígem de sua

ocorrência geográfica.

Assim teremos:

Do Sul (pelzeni) (machos e fêmeas por separado)

Da regiâo central (brasiliensis)

Da regiâo norte (brasiliensis)

A descrição destas cores, assim como as fotos de referência serão objeto de um Manual a ser publicado no menor espaço de tempo.

Durante a reunião, pelo ineditismo desta e da exposição que ocorreria no dia seguinte, foi ressalvado por diversas vezes da importância dos pioneiros nesta vertente da criação, que por tentativas, erros e acertos, chegaram a resultados surpreendentes, conseguindo reproduzir em domesticidade os primeiros exemplares mutantes. Foi consensual de que em nada ofusca o feito, o fato de ter se conseguido os resultados de forma aleatória e empírica, cabendo agora uma responsabilidade maior a todos os criadores de mutantes, no sentido de aprimorar esta arte e de conseguir resultados programados. Para isto, é dever de todos os conhecedores de genética e sua implicação na formação de cores, a disseminação do conhecimento.

Esta reunião que teve início por volta das 16 horas, teve seu término às 22 horas, sendo ela preparativa para o dia seguinte.

§ No dia 09 de abril de 2006, na sede da Sociedade de Criadores de Bicudos e Curiós de Belo Horizonte, aonde ocorria a II EXPOMINAS, aconteceu a palestra do Sr. Álvaro Blasina a mais de cinqüenta criadores das mais diversas regiões, versando sobre: A COR DOS CANÁRIOS DA TERRA.. Como se forma a cor !

– O que é Mutação. Sua origem, sua manifestação, sua transmissão genética.

– Como se identifica uma nova cor de Canário.

– Critérios de julgamento

– Como se efetua o julgamento dos pássaros ornamentais; aonde todos os presentes puderam absorver do conhecimento deste que se dedica a mais de 30 anos à criação do canários de cor.

Em seguida à palestra, com a exposição montada no saguão nobre do clube, mais de 200 canários de diversos criadores estiveram expostos, aonde o Sr. Álvaro, auxiliado pelo Sr. Marco Tulio de Barros JR. Juíz ornitológico e assesor para canários de cor

da Ordem Brasileira, que inclusive cedeu gentilmente as gaiolas para exposição, facilitando sobremaneira os trabalhos. Com o aval do Presidente do Comitê, Sr. Paulo Rui de Camargo, os criadores presentes tiveram um comportamento ímpar, expondo seus pássaros e compreendendo os critérios de classificação de cores e da sua necessidade.

No dia 09 de abril de 2006, houve uma reunião de avaliação dos trabalhos pelo comitê, aonde por sugestão do Sr. Álvaro Blasina e acatado por todos os presente a renomeação da expressão Canarios da Terra Mutação por SICALIS DE COR. Foi enfatizado pelo Presidente Paulo Rui de Camargo que doravante a responsabilidade do Comitê vai ser de dar seguimento aos trabalhos com empenho ainda maior, com reuniões semelhantes por outras regiões do país, privilegiando aqueles que sejam pólos da criação de SICALIS DE COR. Para tanto, foi elaborado um cronograma de trabalhos, com atribuição de prazos e tarefas, para otimização de resultados. Foi salientado ainda que o presente trabalho seja um início, podendo ser revisto a qualquer momento e aberto a sugestões de todos os criadores.

O encerramento dos trabalhos se deu com um abraço emocionado dos integrantes do comitê, plenamente satisfeitos pelo dever cumprido, e cientes do verdadeiro momento histórico que esta jornada representou, onde cada um soube cumprir o seu papel para alavancar uma atividade que veio para ficar, e goza de um fantástico potencial. Eu, Rogério Fujiura, redigi a ata, subscrita por todos os presentes.

Rogério Fujiura

Paulo Rui de Camargo. Presidente do Comitê de Sicalis de cor

Aloísio Pacini Tostes. Presidente da COBRAP

Álvaro Blasina

Claudiney Daniel do Reis

Paulo Romulo

Mauro Gilberto Marques

Hélio de Paula.

Escrito por Rogério Fujiua, em 16/4/2006