Temperamento

Grande Docilidade

Dentre os pássaros nativos criados em ambiente doméstico no Brasil, o Azulão se destaca, não somente pelo seu canto, sua coloração exuberante, de brilho intenso, sua postura esbelta e imponente, mas também pelo seu temperamento.

É um pássaro manso por natureza, permanece tranquilo com a aproximação humana. Podemos dizer que, se forem manejados corretamente, com o passar do tempo se aproximam cada vez mais de quem os manuseia. Com o uso de alguns artifícios, como o oferecimento de alguma guloseima, por exemplo, as Tenébrias, vamos conquistando a confiança deles aos poucos, e, em algumas semanas, já observamos resultados expressivos. Por experiência própria posso afirmar que em pouco tempo quase todos passam a pegar as larvas das mãos de quem os trata. Essa afinidade pode ir aumentando, além de pegar comida na mão, eles podem empuleirar-se sobre os dedos, ser manuseados sem ressentimentos, e em alguns casos passam até a sair da sua gaiola, tomando-se o cuidado de faze-lo dentro de um ambiente fechado.

A docilidade do Azulão também pode ser visto nas fêmeas. É muito comum ver fêmeas de Azulão tratando filhotes de outras espécies, principalmente de Bicudos e Curiás. Esses exemplares, apesar de não terem participado do processo de choca, quando colocados junto dos filhotes, respondem ao pedido de comida dos mesmos, atendendo prontamente.

Interessante também o comportamento de um casal durante o perí­odo de cortejamento. O macho trata da sua fêmea no bico com frequência. Se o casal for mantido junto durante o período de incubação dos ovos, também é comum ver o macho alimentando a fêmea no ninho.

Por fim, gostaria de dizer que quem tiver a oportunidade de poder conviver com um Azulão, que o faça de maneira carinhosa e delicada. Deixe-o num lugar movimentado, perto das pessoas, ele fará parte da família. Logo terá muito mais do que um lindo pássaro de canto, terá um verdadeiro companheiro.

Escrito por Rob de Wit, Diretor de Criação de Azulão “COBRAP em 04/06/05

rdw_usp@yahoo.com.br

Escrito por Rob de Wit, em 6/6/2005

Fundar uma Associação

A documentação necessária

Retirado do Livro – Criação de Curió e Bicudo

FUNDAÇÃO DE SOCIEDADE ORNITOFÍLICA

 

Definição

 

Só deve criar ou manter pássaros em ambientes domésticos, a pessoa que se associar a uma sociedade ornitofílica formada com este objetivo. Sociedade ou Associação são nomes é nome e possuem efeito legal para a atividade. O que interessa é o conteúdo que está escrito nos respectivos estatutos. Independentemente do nome escolhido, assim dispostos, os associados passarão a ser respeitados pelas representações civis e pelo próprio poder público, como acontece com qualquer outra forma de sociedade organizada.

Consiste no agrupamento de no mínimo 20 pessoas em torno do objetivo comum que é criar pássaros nativos em ambientes domésticos, no sentido principal de protegê-los e preservá-los. Outros objetivos visados são o congraçamento entre cidadãos e suas respectivas famílias, o lazer, a troca de experiências e a faculdade de participações em campeonatos com seus pássaros.

 

Fundação

 

A tarefa de fundação de uma sociedade ornitofílica está completa quando é conseguido o competente alvará de funcionamento.

É preciso analisar com muito cuidado quando da fundação, a questão de proximidade com outros Clubes similares para não haver conflito quando de eventuais transferências de associados ou invasão de área de atuação a fim de que não se crie um clima desfavorável. Os passarinheiros devem sempre procurar a união para se tornarem cada vez mais fortes e respeitados.

As providências para a fundação são simples, na realidade, mas dependem de muita dedicação, porque obriga a quem está à frente da questão ter um pouco de persistência até conseguir terminar todo o processo.

A documentação necessária para a total legalização é a seguinte:

a) relação de no mínimo 20 sócios fundadores, qualificando-os com número do RG, profissão e endereço;

b) ata de fundação, registrada em cartório;

c) ata de eleição e posse da primeira diretoria, registrada em cartório;

d) estatutos sociais, registrados em cartório;

e) cópia do extrato dos estatutos publicado em jornal;

f) número de CNPJ;

g) endereço comercial;

h) alvará de funcionamento fornecido pela prefeitura.

 

Exemplo de Estatutos

 

Como exemplo básico demonstraremos a seguir, de forma resumida, os capítulos mais importantes, cujas disposições deverão ser adotadas pelos associados e, portanto, constarão dos estatutos, a saber:

Capítulo I – A Sociedade ………………… é uma entidade civil, sem fins lucrativos, regida por este Estatuto, com sede e foro na cidade de ………………., estado de……………, com prazo de duração ilimitado e tendo as seguintes finalidades:

a) promover, juntamente com sociedades congêneres e autoridades competentes a defesa da fauna, flora e recursos naturais renováveis existentes na região;

b) difundir os conhecimentos necessários ao êxito na criação de pássaros em ambientes domésticos;

c) promover treinos e torneios de canto e de fibra de pássaros canoros para aprimoramento dos cantos e seleção dos melhores pássaros para a procriação; e

d) estimular o congraçamento entre os criadores de pássaros.

Capítulo II A sociedade……….. terá como órgãos e poderes diretivos:

a) Assembléia Geral;

b) Diretoria;

c) Conselho Deliberativo; e

c) Conselho Fiscal.

Nos Capítulos III, IV e V se descreverão os poderes de cada órgão diretivo.

No Capítulo VI serão mencionados os tipos de associados, as condições para se associar, obrigações e direitos de cada um, forma de registro no livro próprio e pagamento de taxas.

O Capítulo VII é destinado a registrar as penalidades a que os associados estarão sujeitos no caso de infringência de qualquer disposição do Estatuto.

O Capítulo VIII listará, finalmente, as disposições gerais tipo: procuração para votar em assembléia geral, não participação em eventos de caráter político, religioso, racial ou de classe, regulamentação das eleições (obrigatório) e casos omissos.

 

Legalização

 

Os passos a serem seguidos terão que obedecer a uma ordem natural, porque uma documentação depende de outra. Assim, a liderança deve primeiramente contatar os passarinheiros para, de maneira informal, montar um estatuto que tenha uma prévia aprovação de todos. Após isso, marcar uma data para a fundação, eleição e posse da primeira diretoria e aprovação dos estatutos.

Realizada a assembléia e de posse de toda essa documentação, é preciso levá-la até o cartório para registro. Em seguida retirar um número de CNPJ na Secretaria da Fazenda, montar um extrato dos estatutos e publicá-lo em jornal de circulação da cidade. Agora é a vez do alvará de funcionamento, fornecido pela prefeitura, que exige todos os papéis antes citados, que provarão terem sido providenciados os procedimentos obrigatórios. Para esse fim é necessário que a sociedade fundada tenha, obrigatoriamente, um endereço comercial.

Após isso é obrigatório o registro do CTF – Cadastro Técnico Federal do IBAMA , entrar no respectivo site obter o respectivo número de inscrição.

Escrito por Aloísio Pacini Tostes, em 2/6/2005