Nomes Populares e Científicos de Algumas Aves

Classificação

Nomes populares e científicos de algumas aves brasileiras

1) Anacã – Deroptyus fuscifrons

2) Arara azul e amarela Ara ararauna

3) Arara azul grande Anodorhynchus hyacinthinus

4) Arara azul pequena Anodorhynchus leari

5) Arara vermelha Ara chloroptera

6) Arara vermelha + amarela Ara macao

7) Ararinha maracanã Ara maracana

8) Araponga Procnias nudicollis

9) Avoante – amargosa Zenaidura auriculata

10) Azulão Passerina brissonii

11) Azulinho Cyanoloxia glaucocaerulea

12) Bem-te-vi Pitangus sulphuratus

13) Bico-de-lacre Estrinda astrild

14) Bico de pimenta, batuqueiro Saltator atricolis

15) Bico de pimenta azul Pytilus fuliginosus

16) Bico de Prata – veludo Ramphocelus carbo

17) Bicudo – espécie típica Oryzoborus c. maximiliani

18) Bigodinho Sporophila lineola

19) Brejal – golinha Sporophila albogularis

20) Caboré Speotyto cunicularia

21) Cigarra Sporophila cinereola

22) Cigarra preta Tiaris fuliginosa

23) Codorna Nothira maculosa

24) Coleira do brejo Sporophila collaris

25) Coleiro Sporophila caerulescens

26) Coleiro Bahiano amarelo Sporophila nigricollis

27) Coleiro Bahiano branco Sporophila melanops

28) Coleiro laranjeira Sporophila ardesiaca

30) Canário da terra Sicalis flaveola

31) Canário Tipio Sicalis citrina

32) Canário do Campo Sicalis luteola

33) Canário do Amazonas Sicalis columbiana

34) Catatau – Pichochó Sporophila frontalis

35) Cardeal Paroaria coronata

36) Caboclinho de cor Sporophila ruficollis

37) Caboclinho do brejo Sporophila palustris

38) Caboclinho branco-fradinho Sporophila bouvreuil

39) Corrupião – sofrê Icterus jamacaii

40) Coruja Ciccaba virgata

41) Curió Oryzoborus angolensis

42) Curica cabeça azul Pionus menstruus

43) Curica roxa Pionus maximiliani

44) Curica urubu Gypspsitta vulturina

45) Ema Rhea americana

46) Fogo apagou Scardafella squammata

47) Galo da campina Paroaria dominicana

48) Galo campina do pantanal Paroaria baeri

49) Gaturano fim-fim Tangara cyanocephala

50) Gaturamo rei Euphonia violacea

51) Gaturamo verdadeiro Euphonia musica

52) Gaturamo ferro-serrador Euphonica pectoralis

53) Gurundi Tachyphonus coronatus

54) Graúna Gnorimopsar sulcirrostris

55) Guaxe Cacicus haemorrhous

56) Inhambu canela roxa Chrypturellus atricapillus

57) Inhambu chororó Chrypturellus parvirostris

58) Inhambu chintã Chrypturellus tataupa

59) Inhambu guaçu Tinamus major

60) Iratauá Gymnomystax mexicanus

61) Iraúna Scaphidura oryzivora

62) Jacu Penelope schrogaster

63) Jandaia Aratinga jandaya

64) Jandaia cabeça azul Aratinga solstitialis

65) Jandaia testa vermelha Aratinga aurifrons

66) Jacamin Psophia crepitans

67) Japu preto Psarocolius decumanus

68) João congo-Xexéu Cacicus cela

69) João pinto Icterus croconotus

70) Juriti Leptotila verreauxi

71) Juriti vermelha Geotrygon montana

72) Macuco Tinamus solitarius

73) Maria preta Molothrus boinariensis

74) Marianinha Pionites leucogaster

75) Marianinha cabeça preta Pionites melanocephalus

76) Maritaca Aratinga leucophthalma

77) Marreco verdadeiro Dendrocyna bicolor

78) Marreco paturi – irerê Dendrocygba viduata

79) Marreco real Dendocygna autumnalis

80) Papagaio trombeteiro Amazona xantopteryx

81) Papagaio campeiro Amazona ochrocephala

82) Papagaio boiadeiro Amazona aestiva

83) Papagaio de coleira Deroptyus accipitrinus

84) Papagaio moleiro Amazona farinosa

85) Pássaro preto/melro Gnorimopsar chopi

86) Pássaro preto soldado Pseudoleistes guirahuro

87) Pintassilgo Carduelis magellanicus

88) Pintassilgo goiano Carduelis alleni

89) Pintassilgo baianinho Carduelis yarrellii

90) Patativa do campo Sporophila plumbea

91) Patativa do bico amarelo Sporophila aurantrirostris

92) Patativa chorona – Chorão Sporophila leucoptera

93) Perdiz Rhynchotus rufescens

94) Periquito tuim Forpus crassirostris

95) Periquito bandeira Brotogeris versicolorus

96) Periquito cabeça coco Aratinga aurea

97) Picapau amarelo Celeus flavus

98) Picapau topete vermelho Dryocopus lineatus

99) Polícia inglesa Leistes militaris

100) Pomba asa branca Columba picazuro

101) Pomba azul Columba plumbea

102) Pomba trocal Columba speciosa

103) Pomba do bando Columba cayenensis

104) Principe negro Nandayus nenday

105) Rolinha Columbina talpacoti

106) Rolinha minuta Columbina minuta

107) Rolinha carijó Columbina passerina

108) Rolinha branca Columbina picui

109) Rolinha azul Columbina pretiosa

110) Rei congo – Recongo Psarocolius decumanus

111) Rouxinol do Rio Negro Icterus chrysocephalus

112) Sabia branco – pocao Turdus amaurochalinus

113) Sabiá barranco Turdus leucomelas

114) Sabiá coleira Turdus albicollis

115) Sabiá da mata – bahiano Turdus fumigatus

116) Sabiá laranjeira Turdus rufiventris

117) Sabiá correntina – azul Turdus subalaris

118) Sabiá da praia Mimus gilvus

119) Sabiá una – preta Platycichla flavipes

120) Saira andorinha Tersina viridis

121) Saira beija flor Cyanerpes cyaneus

122) Saira sete cores Tangara seledon

123) Saira bico fino Decnis cayana

130) Saira coleira Tangara cyanocephala

131) Saira cambada de chaves Tangara mexicana

132) Saira prateada Tangara cyanomelaena

133) Saira bandeirinha Chlorophonia cyanea

134) Saira lagarta Tangara desmaresti

135) Saira canário Piranga flava

136 Saira sapucaia Pipraeidea melanonota

137) Sanhaço do coqueiro Thraupis palmarum

138) Sanhaço do encontro Thraupis ornata

139) Sanhaço frade Stephanophorus diadematus

140) Sanhaço cabeça negra Schistoclamys melanops

141) Sanhaço rei Thraupis sayaca

142) Sanhaço papa-laranja Thraupis bonariensis

143) Saracura Aramides saracura

144) Seriema Cariama cristata

145) Siriri Tyrannus melancholicus

146) Soldado – pega – Inhapim Icterus cayanensis

147) Tangará chifrudo Antilophia galeata

148) Tangará do amapá Piptra rubrocapilla

149) Tangará do Recife Chiroxiphia pareola

150) Tangará rendeira Manacus manacus

151) Tangará verdadeiro Chiroxiphia caudata

152) Tangarazinho Ilicura militaris

153) Tejo – sabiá do campo Mimus saturninus

154) Tico-tico Zanotrichia capensis

155) Tico-tico rei cravina Coryphospingus pileatus

156) Tico-tico rei vermelho Coryphospingus cucullatus

157) Tico-tico da mata Arremon taciturus

158) Tiê preto Tachyphonus rufus

159) Tiê sangue Ramphocelus bresilius

160) Tiê sangue amazonas Ramphocelus nigrogularis

161) Tiê tinga Cissopos leveriana

162) Tiriba Pyrrhura leucotis

163) Tiziu Volatina jacarina

164) Trinca ferro – pixarro Saltator maximus

165) Trinca ferro – Temp.Viola Saltator similis

166) Tucano – acu Ramphastos toco

167) Uru Odontophorus capoeira

Escrito por Gabriel Andrade, em 2/9/2003

Sabiá coleira

Criação

Vamos falar sobre a criação de sabiás. Embora haja inúmeras outras formas, iremos nos restringir à espécie que consideramos a mais popular e a mais cultivada pelos passarinheiros, o sabiá laranjeira (turdus rufriventris). Conhecido também como sabiá peito-roxo, sabiá gongá, sabiá vermelha, e sabiá amarelo. O macho pode ser o sabiá ou a sabiá, tanto faz. Sem dúvida, são dos melhores cantores que existem em todo o mundo. Foi motivo – com muito merecimento – de inspiração para renomados poetas elaborarem seus famosos versos, como escreve Gonçalves Dias “minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá – as aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá” e nosso poeta e músico maior, Chico Buarque “vou voltar para o meu lugar – e é lá – que eu hei de ouvir cantar – uma sabiá” .

São belos pássaros de médio tamanho cerca de 25 cm e por isso precisam de gaiolas e viveiros adequados para poderem sobreviver com plena saúde. A grande maioria dos passarinheiros que os mantém não costumam levá-los para passear como os bicudos, coleiros e curiós. O sabiá tem muita dificuldade em adaptar-se em ambientes estranhos, não se acostuma facilmente com objetos diferentes, a gaiola é muito grande e por isso é desaconselhável retirá-lo de locais daonde está ambientado. Além do que, uma vez assustado bate a cabeça nas hastes e nos ponteiros das gaiolas e chega a se ferir gravemente e cada vez com mais intensidade, e se matar se não for socorrido em tempo.

Para evitar isso, é bom que se coloque uma proteção de pano ou papel nos lados da gaiola para que ele se acomode melhor. Não há torneio de canto para esses pássaros, na realidade ficam restritos a conviver na residência dos mantenedores. Muitas pessoas – 20% dos lares brasileiros tem aves – querem tê-los perto de si e escutar o seu canto mavioso, é proibido capturar na natureza, então procriá-los em larga escala é única solução para atender a demanda. Temos que ser realistas e deixar de poesia, produzir domesticamente pássaros não é falar ou dizer é praticar efetivamente a preservação. Nada como ter-se o prazer de criar uma vida nova e é uma obrigação que temos, a de preservar de todas as formas possíveis os nossos pássaros nativos, os nossos pássaros autenticamente brasileiros. Se forem pássaros mansos e acomodados, especialmente a fêmea, reproduzem com muita facilidade em ambientes domésticos, dessa forma poderemos conseguir preservar os dialetos de canto de mais qualidade, esse é o principal estímulo.

A Portaria 118 do IBAMA, está aí para possibilitar criadouros comerciais e incrementar a reprodução doméstica, ganhar dinheiro de uma forma gratificante e fazer o que gosta, como é bom. Nos dias de hoje, para nossa sorte e surpresa a população da sabiá laranjeira – à medida da cessação/diminuição da caça predatória – tem aumentado muito, especialmente nas grandes cidades. A degradação das densas florestas, por incrível que pareça, tem favorecido a reprodução na natureza dos sabiás laranjeiras que apreciam florestas ralas e esparsadas. Podemos vê-los, em densas populações nas cidades de Belo Horizonte, Brasília, São Paulo, Curitiba, Campo Grande, Cuiabá, Porto Alegre, Rio de Janeiro, talvez pela falta de inimigos naturais ou muitas árvores frutíferas nos quintais. Nesses locais, infelizmente, os respectivos cantos são de péssima qualidade. Sua distribuição ocorre em quase todo o território brasileiro à exceção da floresta amazônica.

A coloração de suas costas é cinza-escuro, peito esbranquiçado, gola raiada de tons preto e branco e abdome vermelho alaranjado que pode mudar de tom conforme a região, a do nordeste brasileiro é bem mais claro, bem mais amarelado. Não há disformismo sexual, a fêmea é exatamente igual ao macho, não se consegue separar um do outro, facilmente. Na natureza, procria entre os meses de setembro e janeiro. Preferem as beiradas de matas, pomares, capoeiras, beiras de serras e estradas, praças e quintais, sempre por perto de água abundante. É um pássaro territorialista, e demarca uma área geográfica quando está em processo de reprodução e não aceita a presença de outras aves da espécie, a fêmea também é muito valente. Ao iniciarem-se as chuvas ao final do mês de agosto, cantam muito para estimular suas fêmeas e fixarem sua morada, notadamente ao amanhecer e ao entardecer.

Quando não estão em processo do choco ou na fase do fogo e que a libido está em alta, quase não cantam e podem ser vistos agrupados, especialmente no chão a comerem frutos e insetos. Consomem quase todas as frutas de pomares com preferência para o mamão e abacate e de árvores silvestres abundantes em nosso País. Apreciam também pimenta, amora, mariana e alguns legumes. Seu canto é longo e melodioso assemelhado ao som de uma flauta e dependendo do local pode-se escutá-lo a mais de um quilômetro de distância. Alguns repetem o canto e chegam a passar até dois minutos emitindo-o, sem parar. A frase musical de qualidade varia de 10 a 15 notas, sendo que ele costuma variar a seqüência das notas modificando-as para dar maior beleza ao canto, inserindo inclusive os curiangos “krom-krom” ou os joão-de-barro “quel-quel-quel”. . Uma maravilha da natureza, uma sinfonia, o canto do sabiá laranjeira. Existe uma infinidade de dialetos, cada região possui o seu próprio. A maioria são lindíssimos, os mais importantes são: o “cai-cai-balão”, o camboriú, o “to-to-ito” e o “piedade”.

Este último é o mais solicitado de todos, oriundo de Minas Gerais na região de Carmo do Paranaíba, Patrocínio e Patos de Minas. Nesse canto, o sabiá diz claramente: piedade-sinhô/piedade/tendó-de-nós/piedade/sinhô….. Muitos criadores estão procurando conservar este canto e a tendência, quem sabe, é considerá-lo futuramente como padrão. Existe também o canto “trinta e oito”, de frase curta e muito repetitivo são poucos os que gostam dele, muito comum, porém, no Estado do Rio de Janeiro.

Toda sabiá laranjeira emite ainda os cantos: a) peruzinho, em volume baixo quando está com raiva, assim: siri–fririri-serere-siriri-friri-sriri…. às vezes dura mais de dois minutos, estufa-se toda, vira uma bola, pula de um lado para outro e o emite para mostrar sua valentia ao rival e se for o caso partir para vias de fato ; b) a castanhola, assemelhado a um tá-tá-tá-tá, também é um canto provocativo; c) a corrida, em um volume alto, muito emitida no início do acasalamento – serve para marcar o território e desafiar pretensos rivais – seria um til-til-til-til-til-til bem forte. E o miado, o macho diz muito claro, parecendo um gato, “minhau” “minhau” várias vezes, é o sinal de sua presença para a fêmea. Tem-se que ter muito cuidado, no entanto, para ensinar canto aos filhotes, senão ele aprende a chamar cachorro e repetirá “tui-tui-tui-tui-tui…….”- sem parar, é horrível escutar este tipo de canto. O sabiá é uma ave longeva, vive até trinta anos, dependendo de sua saúde e do trato que se lhe dispensa, há registro de um que viveu 32 anos. A alimentação básica deve ser de ração – a da Trill é das melhores – complemente com frutas como maçã, pera, banana prata/marmelo verdoengas e abacate pouco amadurecido.

É salutar que de disponibilize, também, farinhada tipo broa com ovo e adicionando Mold-Zap® à base de 1 gr. por quilo. Três dias por semana administrar polivitamínico tipo Orosol®, Rovisol® ou Protovit®, este à base de 2 gotas para 50ml d’água. Já sua alimentação especial para a fase de reprodução deverá ser a seguinte: quando houver filhotes no ninho, em uma vasilha separada, colocar 3 vezes ao dia, farinhada assim preparada: 5 partes de milharina, 1 parte de farelo de soja torrado,/ 1 parte de germe de trigo, / premix F1 da Nutrivet® (4 colheres de sopa para 1 quilo), / sal 2 gr. por quilo, / Mold-Zap® 1 gr. por quilo, / Mycosorb® 2 gr. por quilo. Após tudo isso estar muito bem misturado, coloque na hora de servir, para duas colheres dessa farinhada, uma gema de ovo cozido e uma colher cheia de “aminosol®”. Dar-se larvas, utilizando a chamada Tenébrio molitor, oferecer até o filhote sair do ninho, à base de 5 de manhã e 5 à tarde para cada filhote.

Excelente também a utilização de minhocas, dessas da califórnia e de fácil criação. Muito importante, oferecer-se o Calcigenol 3 gotas junto com 5 de Aminosol em 50 ml para a fêmea enquanto os filhotes estiverem no ninho. Outra questão relevante diz respeito ao lugar adequado para que eles possam exercer a procriação. Esse local deve ser claro mas com setor bem sombreado, arejado e sem correntes de vento. A temperatura ideal deve ficar na faixa de 25 a 30 graus Celsius e umidade relativa entre 40 e 60%. O sabiá não gosta de muito sol direto, por isso deve-se ter muito cuidado com o calor excessivo que pode ser fatal. A época para a reprodução no Centro Sul do Brasil é de setembro a fevereiro, coincidente com o período chuvoso e com a choca na natureza. Pode-se criá-los em viveiros, grandes ou pequenos, todavia, não o aconselhamos.

O manejo é difícil e controle do ambiente impossível, ali os filhotes costumam cair do ninho e morrem. Nunca coloque outros pássaros juntos com eles, são super agressivos e costumam matar sem piedade, sem dó qualquer outro pássaro, ainda mais se estiverem em processo de reprodução. Para quem optar por utilizar gaiolas – que tem a relação custo/benefício menor – elas devem ser de puro arame, com medida de 1m comprimento X 40cm largura X50 cm altura, com quatro portas na frente, comedouros pelo lado de fora para dentro da gaiola, e com um passador lateral. A do macho pode ser a metade disso. No fundo, ou bandeja da gaiola, colocar papel, tipo jornal, para ser retirado todos os dias logo que a fêmea tomar banho, momento que se deve retirar a banheira para colocá-la no outro dia bem cedo. Entretanto, da época da reprodução, coloca-se uma vasilha com terra molhada bem limpa misturada com raiz de capim de 12 cm., deixar a banheira, também, com água sempre à disposição para que ela se molhe na água e depois utilizar a terra molhada para fazer o ninho com barro e raízes que lhe estão disponibilizadas. Coloque vasos limpos e desinfetados de xaxim tamanho médio e certamente ela utilizará esse recipiente para fazer o ninho, tipo taça. Assim que ela botar os ovos, depois de dois dias que estiver deitada sobre eles, observe se o ninho não estiver bem feito – é comum que fique pontiagudo e cheio de ferpas, o que poderá ferir os filhotes -, nesse caso, arranje desses ninhos de belga dos grandes 14/15 cm de diâmetro (canários franceses ondulados) para colocar e proteger melhor os ovos, e tornar o ninho macio ela gostará e aceitará tranqüilamente.

O número de ovos de cada postura é quase sempre 2, às vezes 3. Cada fêmea choca 3 vezes por ano, podendo tirar até 6 filhotes por temporada. As sabiás fêmeas podem ficar bem próximas umas das outras separadas por uma divisão de tábua ou plástico, mas não podem se ver, de forma alguma. Senão, matam os filhotes ou interrompem o processo do choco, se isto acontecer. No manuseio do macho, o melhor, é colocá-lo para galar e imediatamente afastá-lo da fêmea. O filhote nasce aos treze dias depois de a fêmea deitar e sai do ninho também aos treze dias de idade e pode ser separado da mãe com 35 dias. Com 9 meses, já poderão procriar. As anilhas serão colocadas do 7O ao 10o dia, com 4,5 mm de diâmetro – bitola 7 a ser adquirida do Clube onde seja sócio. Pode-se trocar os ovos e os filhotes de mãe quando estão no ninho. Fundamental, porém, é que se tenha todo o cuidado com a higiene. Lembremos que os fungos, a coccidiose e as bactérias são os maiores inimigos da criação, e têm as suas ocorrências inversamente relacionadas com a higiene dispensada ao criadouro. Armazenar os alimentos fora da umidade e não levar aves estranhas para o criadouro antes de se fazer a quarentena, são cuidados indispensáveis. A título de informação para reproduzir o sabiá bahiano (Turdus fumigatus) e o sabiá coleira (Turdus albicollis) os procedimentos são praticamente idênticos.

Outra questão a mais importante na criação doméstica é que podemos produzir os cantos, isto é, escolher um determinado dialeto e encartá-lo nos filhotes nascidos, dando mais qualidade aos nascituros, aí é que está o segredo do sucesso. Isso é que nos anima. Muitos quererão possuir um pássaro diferenciado e que cante o seu dialeto preferido. Agradecemos, pelas informações recebidas dos criadores, Marcílio Picinini (032-2731346) e Gilberto Márcio (031-3981072), Zumari Lemos (048-9832888) e Zuri Lemos (048-2631111, e do cultivadores de canto “piedade” Dirceu Rodrigues (034-8314538) e Kleber Guarda (034-8311446).

Aloísio Pacini Tostes