Início do Acasalamento

Procedimentos

Texto retirado do livro Criação de Curiós e Bicudos de Aloísio Pacini Tostes

Após escolhida a fêmea exclusiva, obedecendo à regra “para macho novo, fêmea nova”, podemos iniciar a fase do acasalamento, lembrando que cada um terá que ficar em sua gaiola. O processo deve ser gradativo. Os dois devem primeiro se habituar com o som e reconhecer de forma recíproca o canto do parceiro. O que implica em dizer que não se deve nunca mostrar a fêmea abruptamente, é preciso ir devagar. O ideal é colocá-la, de início, a uns dois metros de distância do prego do macho com um separador de tábua, evitando-se que se vejam durante dois dias. Depois se aproxima a gaiola da fêmea para a distância de um metro, pelo período de mais um dia. Em seguida, através de um buraco de 5 cm no centro do separador, deixe que eles se vejam pela primeira vez, sempre cada um em sua gaiola. Se a reação do macho for estourar, galanteando a fêmea, é um bom sinal; demonstra que, à primeira vista, ele gostou dela. Mas só isso não é suficiente.

É preciso muito mais. Ela também tem que gostar dele. O macho sente quando a fêmea não gosta dele, isso muito acontece quando o criador utiliza uma fêmea para dois machos ou mais, não faça isso, jamais. Os dois terão que se amar, e assim irão, daí para a frente, iniciar a troca de sinais de carinho que vão se intensificando com o passar do tempo. As demonstrações mais importantes de que o casal está se entrosando é um responder o quem-quem do outro e também o chiado de rato, emitido principalmente pelo macho. Se o criador perceber que um não gostou do outro, terá que repetir todo o processo com outra fêmea, até conseguir a formação do casal.

Depois de tudo isso ainda tem muita coisa a considerar na parte de acasalamento. Às vezes estão bem acasalados, mas o desempenho do macho deixa a desejar. Assim, é preciso tentar trocar a fêmea ou mudar o jeito de acasalar. Na verdade, a tarefa mais difícil em toda a preparação para torneio é formar o casal. Pássaro bom e valente, satisfeito com sua fêmea, é a segurança de bons resultados sempre.

Logicamente, estamos falando de regras gerais. Cada ornitófilo, pela sua experiência, deve agir como achar melhor, ainda mais se tudo estiver dando certo.

Escrito por Aloísio Pacini Tostes, em 2/9/2003

Prevenção e Profilaxia

Prevenção e Profilaxia

A muda crônica ou requeima é um mal que muito incomoda os passeriformes. Caracteriza-se por várias causas, entre elas: disfunção hormonal, problemas de estresse, manejo incorreto, mudança de alimentação e ambiente, que fazem com que haja um descontrole que provoca a muda fora de época.

O pássaro fica trocando de penas sem parar, termina uma muda e começa outra. Estará, assim, inutilizado para qualquer tipo de atividade. Quase não canta e não servirá para a procriação, caso não sejam tomadas algumas medidas.

As causas podem ser a carência da vitamina A, ácido fólico, ácido pantotênico, biotina, excesso de energia na ração – respectivo desbalanceamento, inclusive de proteína. Pode ser também carência de outros complexos de vitaminas e de aminoácidos para formação das penas, ou a submissão da ave a período prolongado em ambientes pouco arejados e muito quentes; e a falta de sol da manhã, piolhos das penas e dos canhões das penas e fungos.

Em geral, ataca pássaros mal tratados ou idosos, colaborando sobremaneira para o aparecimento de outras doenças pelo desgaste físico que provoca. Menos má é a requeima parcial de penas, que ocorre após algum estresse, como por exemplo o manejo antes do secamento da muda ou pela mudança de clima de uma cidade para outra ou troca de local do prego para outro local de temperatura mais alta na mesma casa.

A profilaxia é nunca deixar a ave em locais pouco arejados e excessivamente quentes (acima de 35 graus) e tomarem-se os cuidados devidos quando se trocar o local da morada e alimentar adequadamente as aves.

A melhor terapia para a muda crônica é soltar-se a ave em um viveiro onde possa tomar sol e chuva e fazer uma muda completa, inclusive a fase da secagem e lustragem das penas. Ministrar polivitamínico e tratar o problema específico.

Para a requeima de penas basta oferecer tranqüilidade, boa alimentação e resguardo até a fase final da lustragem das novas penas. Só se deve manusear o pássaro quando ele começar a cantar de novo sem qualquer tipo de estímulo.

Escrito por Stella Maris Benez, em 2/9/2003