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Curió – Programa Mais Você / Rede Globo

Divulgação da Criação

Curiós

O curió é um pássaro muito usado em torneios de cantos. O macho adulto apresenta uma coloração predominantemente negra. O ventre tem uma cor castanha e o lado inferior das asas é branco. Já as fêmeas e os curiós mais novos possuem uma coloração parda. O bico, tanto no macho quanto na fêmea jovens, é negro, de cúlmem reto e de tamanho variável.

Seu nome, na linguagem indígena, significa “amigo do homem”. O pássaro mede, aproximadamente, 13 cm. Essas aves vivem à beira da mata e de pântanos e podem ser encontradas desde o México até a Bolívia, no Paraguai, na Argentina e em todas as regiões do Brasil.

O curió desenvolveu ao longo de sua evolução uma grande variedade de dialetos. Devido essa diversidade, foram criadas competições onde o curió treinado deve entoar cada nota de um determinado canto.

Quanto à alimentação, se alimenta de insetos e sementes, principalmente as de capim navalha em seu ambiente natural. Em cativeiro, pode ser alimentado com rações especiais ou com insetos criados em casa (tenébrio, gafanhotos, cupins). Pode-se dar também pão umedecido com água e milho verde. Frutas e verduras devem ser bem lavadas e estar em ótimas condições para evitar a intoxicação da ave.

É necessário um ambiente arejado e claro, sem correntes de ar nem excesso de calor ou frio e que receba o sol da manhã para criar os curiós.

Para a reprodução, é aconselhado plantar pequenas árvores dentro do viveiro. Nas gaiolas, devido ao espaço menor, devem ser colocados alguns ramos ou corda de sisal para estimular a fêmea a complementar a construção do ninho.

Macho e fêmea não devem viver juntos, por terem um acentuado instinto territorialista e por correrem o risco de perderem o interesse mútuo e não acasalarem. Eles só devem ficar na mesma gaiola na época de reprodução.

Cada fêmea coloca de um a três ovos que são chocados durante 12 dias. Após o nascimento dos filhotes, deve-se retirar o macho da gaiola.

As novas aves começam a sair do ninho após duas semanas de vida e ganham sua independência com um mês.

Em Goiânia (GO), conhecemos um curió campeão em canto e em namoro. É o Realengo. Ele já teve 150 filhos.

Seu Valdir, dono do pássaro, cuida, atualmente, de 438 pássaros, entre curiós, bicudos e sabiás. Para dar conta de tanto serviço, quatro funcionários trabalham o dia inteiro, cuidando da limpeza, de vacinas, exames, alimentação balanceada com sementes, ração e um preparado especial com ovos cozidos.

Realengo tem 17 anos já foi o grande campeão de vários torneios. Os troféus conquistados estão espalhados pela casa.

Todas as manhãs, o pássaro faz exercícios e vôos mais longos. O primo famoso do Louro José é capa de revista e tem até um CD gravado.

Para evitar fraudes, Realengo tem o DNA identificado em laboratório. O grau de parentesco pode ser comprovado com facilidade. Ele já tem, pelo menos, 200 descendentes.

Já em Florianópolis, é comum ver donos de curiós levando os pássaros para passear no final da tarde. Dizem que os curiós ficam estressados dentro de casa. Muitas vezes, para relaxar, eles vão para o curiódromo, onde curiós e criadores se encontram. Cada um tem um cantinho para colocar a gaiola, separada por uma parede do curió vizinho.

O curió pesa menos de 100 g e pode valer até R$ 20 mil.

No estúdio, Ana Maria conversou com Edílson Guarnieri, criador de curiós há 20 anos. Atualmente, ele tem 12 curiós (um deles está sendo especialmente treinado para os campeonatos de canto).

Programa Mais Você

Ana Maria Braga – Rede Globo

em 09.11.04

Escrito por Aloísio Pacini Tostes, em 9/11/2004

Pássaros… Estranha Paixão

Uma doidura total

Dizem que paixão é uma fase que pode ou não anteceder o amor. Conseguir manter o estado de paixão é uma arte, os filmes sempre acabam antes que se transformem em algo maior, os livros tem seus epílogos sempre em um desfecho da paixão, os versos sempre são inspiração de algum apaixonado.

Mas e o que tem a ver isso com as aves? Podem dizer que uns se encantam com elas, outros com outros, os mal amados dizem que as aves foram feitas para voar… Livremente…Com o que concordo…Parcialmente…

Cuidar das aves é cuidar dos nossos vôos, tal Ícaro em seu ideal…São nossos sonhos, que acalentamos quando cuidamos de nossos alados. É vê-los dependente de nós, alimentando os, tratando, medicando, auxiliando as fêmeas a alimentar seus filhotes, é ver a vida: Nascendo! Crescendo! Amadurecendo! Reproduzindo! Morrendo! Não, não se choquem, é o ciclo da vida que conseguimos acompanhar!

É o nosso lado lúdico: comprar, trocar…Em linguagem passarinheira, um rolinho…

É o nosso lado polivalente, meio biólogos, meio veterinários, meio nutricionistas, outros tantos \”meio\”, enfim, uns auto didatas metidos a besta…….Que às vezes quase sempre mais atrapalham do que ajudam.

Ah, se nos cuidássemos como cuidamos dos nossos alados! É aqui que a hipocondria que todos temos se manifesta. É medicamento aqui, outro acolá, um amigo me disse que saiu uma novidade! Ei, traz um pra mim também. Sim, é pra mim mesmo, vou dar aos pássaros, mas por transferência é de mim que estou cuidando.

A paixão nos cega. Quantas vezes nos sentimos arrependidos por uma aquisição? Ela nos torna ainda mais compulsivos. Que bom!

O passarinheiro deveria ser tema de uma monografia. Mas não uma qualquer. Com acompanhamento de uma bancada composta por psiquiatra, neurologista, psicólogo e de um bom advogado, que me parece que hoje é o que mais precisa. Ou um contador, aquele dos bons, pois dá mais trabalho cuidar da papelada do que dos bichos. Meu tratador, ops, o tratador dos pássaros, está forrando os fundos das gaiolas com as relações de passeriformes: Cada atualização, mais papel. Estou guardando as licenças de transporte, escondidas, pois senão tem o mesmo destino. O bom é que em cada uma delas eu rascunho uma breve história: se foi para um passeio, como foi; se foi para padreador, quem galou; se foi para algum torneio, que último lugar ele tirou. Se foi para transação, ou um rolin, aí jogo fora mesmo…Quero esquecer mais uma fubecada que tomei.

Passarinheiro que se preza faz visita rápida. No mínimo fica para o almoço e vai embora depois da janta.

Tem aquele que é juiz também. Ou jurado. Não sabe ver um passarinho no prego do visitado que começa a julgar. Acho que está mais para promotor: Sempre acusando algum defeito. E o pobre do anfitrião tem que se arvorar de advogado.

Tem o filão: Fila uma farinhada, um pedaço de jiló, e ainda mastiga da maçã que é pro passarinho!

Tem o passarinheiro cantor: Canta mais que o pássaro que está ofertando.

Tem o exagerado: Passarinheiro não mente, ou omite ou aumenta.

Tem o palpiteiro (esse sou eu), não consegue ficar quieto sem dar uma opinião, mesmo naquele criame que está tudo correndo bem.

Tem diversos tipos. Merece realmente um estudo. Mas qualquer que seja o resultado, já está perdoado. Afinal, é um apaixonado!

Rogério Fujiura

Escrito por Rogério Fujiura, em 21/10/2004