Postagens relacionadas com Ornitofilia

Nossa Viagem pelo Norte

Visita à região Amazônica

Aloísio Pacini Tostes – Ribeirão Preto SP

Nosso país é muito grande, maravilhoso, individido, uma só língua, uma só gente, somos todos iguais e por isso temos que cuidar muito bem dele e promover sua integração; o segmento ornitofílico não pode ficar alheio ao fato, foi por isso que se criou a FENOB – Federação dos Criadores de Pássaros do Norte do Brasil, tendo Catarino Lima como seu presidente filiada à COBRAP e que nasceu para representar, promover a integração e o congraçamento dos passarinheiros da região. Constatamos em nossa viagem por Belém, Macapá, Manaus, Boa Vista, Rio Branco e Porto Velho, que embora com realidades diferentes das outras regiões, somos um só corpo, levar a informação, promover a troca de idéias e sobretudo saber dos anseios e das dificuldades porque passam os criadores/mantenedores de pássaros locais, é tarefa das mais importantes para a nossa sobrevivência. Todos querem e pretendem continuar com o hoby de manter os pássaros em domesticidade e é preciso que a grande maioria esteja sabendo devidamente da conseqüente responsabilidade inerente a essa atividade e que por lei é proibido capturar animais na natureza e não se aceita mais essa prática. É muita gente envolvida, são muitos milhares de pessoas aficionadas pelo curió, em especial. Embora ninguém possa dizer que desconhece a lei há uma realidade, e é uma prática que requer muitos cuidados e o respeito à natureza para não haver a exploração além dos limites. O impressionante é constatação que na Amazônia há ainda milhões de curiós, em todos os lugares pode-se vê-los nas baixadas e nas beiras do regatos e igarapés, a tiririca – o alimento básico – é abundante e nasce em todos os lugares com a chuva intermitente, o que vem provar que mesmo depois de tantas agressões, da caça predatória e do tráfico ilegal, a população silvestre não foi afetada, especialmente pelas condições naturais favoráveis que há naquelas regiões e que não acontece no Brasil mais para baixo, onde as áreas rurais estão sendo usadas por extensas plantações de cereais, atividades muito perniciosas ao habitat natural dos animais silvestres, além da horripilante poluição das águas dos rios – muito comum por aqui – a maior agressão que se pode fazer ao meio ambiente. Outro fato: ficou evidente a excelente qualidade do curió paraense, em todos os estados visitados a voz corrente entre os criadores: o melhor curió é oriundo do Pará, isso nos deu um tranqüilidade porque hoje em Belém estão se estabelecendo grandes criadouros de curiós e de bicudos com o objetivo de atender à demanda crescente. Importante dizer que, com a nova postura do IBAMA quanto à normatizacão a respeito da criação amadorista de pássaros, as mudanças foram muitas; acabou aquela indiscriminada distribuição de anilhas que revoltava os passarinheiros de lá que viam suas aves, notadamente o curió sendo levado para vários outros lugares “de forma legalizada” como se fossem filhotes domésticos, um absurdo e um crime ambiental inominável que se praticava. Um novo procedimento está sendo adotado, os IBAMAs regionais agora estão assumindo o controle no cadastramento das aves, ao contrário de há pouco tempo, numa situação esdrúxula, quando não se tinha localmente qualquer informação a respeito disso. Notamos, em todos os locais visitados que, há agora uma visão de futuro; com os que conversamos, todos eles, querem ajustar os procedimentos conforme o que está sendo exigido pela nova normatizacão. A consciência coletiva de que se alguém quiser um curió ele deve ser oriundo de criação doméstica, de um criadouro legalizado e de alta qualidade. Daí, o nosso trabalho nas visitas, mostrar à sociedade que explorar um recurso natural de forma sustentada é válido, legal e natural. Não medimos esforços para ir às universidades, às autoridades públicas para levar a nossa mensagem de investir no legal e mostrar que a atividade gera renda, empregos e vidas, a exemplo do que há na Bélgica que exporta para o mundo todo, aves criadas e produtos correlatos, faturando bilhões de dólares, a despeito de sermos chamados de atrasados e de desalmados, país de terceiro mundo. Trocamos idéias com muita gente, no meio acadêmico, conversamos com estudantes de biologia, veterinária, engenharia florestal e agronomia; debatemos e mostramos que estamos precisando do apoio e da ajuda de todos do meio acadêmico para que juntos possamos buscar um equilíbrio e uma melhor direção para tratar toda a questão que diz respeito à manutenção da biodiversidade e possibilidade de se ter uma consciência ambiental de sustentabilidade. Deixamos claro a todos que nós criadores conscientes, somos os maiores inimigos do tráfico, porque é ele que mais prejudica a nossa imagem e que muita gente continua tentando misturá-lo conosco, estamos esperando a punição dos grandes responsáveis. Não vamos conseguir, em lugar nenhum nos livrar disso, tão cedo – a depuração está sendo feita, gradativa mas continuada, depende muito de um trabalho de convencimento e de esclarecimento que tem que ser feito, de discussão, de conversa, de debate e do olho no olho. O desafio foi lançado, lá no norte do Brasil, mas ele tem que ser levado a todos os cantos. São muitas as questões que tem que ser discutidas, o que fazer com os milhões de animais que estão em poder do público, a maioria não pode ser solta na natureza. É a vida de um ser que está em jogo, matá-los, incinerá-los, enviá-los para um centro de triagem, depósitos de aves – onde vão morrer – ou aproveitar todo esse patrimônio genético. E aí fica a pergunta, alguns que se acham juízes, donos da verdade, dizem que não devemos deter aves nativas, muito bem, se isso fosse possível num passe de mágica, para onde iremos remeter o que está em poder da população tantos os legais nascidos domesticamente que estão nos criadouros registrados e os ditos não legalizados, o estrago que fizemos nesse país nos últimos 500 anos – se podemos assim dizer – já foi feito. A questão de intocabilidade que serve muitos aos interesses de outros países que estão de olho gordo em nossa Amazônia, no Pantanal e assim por diante, nós que não ocupemos sustentadamente nossas terras, além da venda de grandes áreas – muitos são os lugares onde brasileiro não pode mais entrar – há ainda a ameaça eminente da ocupação pura e simples por nações poderosas com a desculpa de ser um patrimônio internacional. Compete a todos nós cidadãos num esforço conjunto, sem sofismas, radicalismos, sensacionalismos e hipocrisia, cuidar do nosso problema ambiental, em todo o território nacional, com inteligência e com racionalidade: RPPNs, reservas ecológicas, respeito à natureza e criação em domesticidade de forma sustentável.

Escrito por Aloísio Pacini Tostes, em 6/10/2003

Nomes Populares e Científicos de Algumas Aves

Classificação

Nomes populares e científicos de algumas aves brasileiras

1) Anacã – Deroptyus fuscifrons

2) Arara azul e amarela Ara ararauna

3) Arara azul grande Anodorhynchus hyacinthinus

4) Arara azul pequena Anodorhynchus leari

5) Arara vermelha Ara chloroptera

6) Arara vermelha + amarela Ara macao

7) Ararinha maracanã Ara maracana

8) Araponga Procnias nudicollis

9) Avoante – amargosa Zenaidura auriculata

10) Azulão Passerina brissonii

11) Azulinho Cyanoloxia glaucocaerulea

12) Bem-te-vi Pitangus sulphuratus

13) Bico-de-lacre Estrinda astrild

14) Bico de pimenta, batuqueiro Saltator atricolis

15) Bico de pimenta azul Pytilus fuliginosus

16) Bico de Prata – veludo Ramphocelus carbo

17) Bicudo – espécie típica Oryzoborus c. maximiliani

18) Bigodinho Sporophila lineola

19) Brejal – golinha Sporophila albogularis

20) Caboré Speotyto cunicularia

21) Cigarra Sporophila cinereola

22) Cigarra preta Tiaris fuliginosa

23) Codorna Nothira maculosa

24) Coleira do brejo Sporophila collaris

25) Coleiro Sporophila caerulescens

26) Coleiro Bahiano amarelo Sporophila nigricollis

27) Coleiro Bahiano branco Sporophila melanops

28) Coleiro laranjeira Sporophila ardesiaca

30) Canário da terra Sicalis flaveola

31) Canário Tipio Sicalis citrina

32) Canário do Campo Sicalis luteola

33) Canário do Amazonas Sicalis columbiana

34) Catatau – Pichochó Sporophila frontalis

35) Cardeal Paroaria coronata

36) Caboclinho de cor Sporophila ruficollis

37) Caboclinho do brejo Sporophila palustris

38) Caboclinho branco-fradinho Sporophila bouvreuil

39) Corrupião – sofrê Icterus jamacaii

40) Coruja Ciccaba virgata

41) Curió Oryzoborus angolensis

42) Curica cabeça azul Pionus menstruus

43) Curica roxa Pionus maximiliani

44) Curica urubu Gypspsitta vulturina

45) Ema Rhea americana

46) Fogo apagou Scardafella squammata

47) Galo da campina Paroaria dominicana

48) Galo campina do pantanal Paroaria baeri

49) Gaturano fim-fim Tangara cyanocephala

50) Gaturamo rei Euphonia violacea

51) Gaturamo verdadeiro Euphonia musica

52) Gaturamo ferro-serrador Euphonica pectoralis

53) Gurundi Tachyphonus coronatus

54) Graúna Gnorimopsar sulcirrostris

55) Guaxe Cacicus haemorrhous

56) Inhambu canela roxa Chrypturellus atricapillus

57) Inhambu chororó Chrypturellus parvirostris

58) Inhambu chintã Chrypturellus tataupa

59) Inhambu guaçu Tinamus major

60) Iratauá Gymnomystax mexicanus

61) Iraúna Scaphidura oryzivora

62) Jacu Penelope schrogaster

63) Jandaia Aratinga jandaya

64) Jandaia cabeça azul Aratinga solstitialis

65) Jandaia testa vermelha Aratinga aurifrons

66) Jacamin Psophia crepitans

67) Japu preto Psarocolius decumanus

68) João congo-Xexéu Cacicus cela

69) João pinto Icterus croconotus

70) Juriti Leptotila verreauxi

71) Juriti vermelha Geotrygon montana

72) Macuco Tinamus solitarius

73) Maria preta Molothrus boinariensis

74) Marianinha Pionites leucogaster

75) Marianinha cabeça preta Pionites melanocephalus

76) Maritaca Aratinga leucophthalma

77) Marreco verdadeiro Dendrocyna bicolor

78) Marreco paturi – irerê Dendrocygba viduata

79) Marreco real Dendocygna autumnalis

80) Papagaio trombeteiro Amazona xantopteryx

81) Papagaio campeiro Amazona ochrocephala

82) Papagaio boiadeiro Amazona aestiva

83) Papagaio de coleira Deroptyus accipitrinus

84) Papagaio moleiro Amazona farinosa

85) Pássaro preto/melro Gnorimopsar chopi

86) Pássaro preto soldado Pseudoleistes guirahuro

87) Pintassilgo Carduelis magellanicus

88) Pintassilgo goiano Carduelis alleni

89) Pintassilgo baianinho Carduelis yarrellii

90) Patativa do campo Sporophila plumbea

91) Patativa do bico amarelo Sporophila aurantrirostris

92) Patativa chorona – Chorão Sporophila leucoptera

93) Perdiz Rhynchotus rufescens

94) Periquito tuim Forpus crassirostris

95) Periquito bandeira Brotogeris versicolorus

96) Periquito cabeça coco Aratinga aurea

97) Picapau amarelo Celeus flavus

98) Picapau topete vermelho Dryocopus lineatus

99) Polícia inglesa Leistes militaris

100) Pomba asa branca Columba picazuro

101) Pomba azul Columba plumbea

102) Pomba trocal Columba speciosa

103) Pomba do bando Columba cayenensis

104) Principe negro Nandayus nenday

105) Rolinha Columbina talpacoti

106) Rolinha minuta Columbina minuta

107) Rolinha carijó Columbina passerina

108) Rolinha branca Columbina picui

109) Rolinha azul Columbina pretiosa

110) Rei congo – Recongo Psarocolius decumanus

111) Rouxinol do Rio Negro Icterus chrysocephalus

112) Sabia branco – pocao Turdus amaurochalinus

113) Sabiá barranco Turdus leucomelas

114) Sabiá coleira Turdus albicollis

115) Sabiá da mata – bahiano Turdus fumigatus

116) Sabiá laranjeira Turdus rufiventris

117) Sabiá correntina – azul Turdus subalaris

118) Sabiá da praia Mimus gilvus

119) Sabiá una – preta Platycichla flavipes

120) Saira andorinha Tersina viridis

121) Saira beija flor Cyanerpes cyaneus

122) Saira sete cores Tangara seledon

123) Saira bico fino Decnis cayana

130) Saira coleira Tangara cyanocephala

131) Saira cambada de chaves Tangara mexicana

132) Saira prateada Tangara cyanomelaena

133) Saira bandeirinha Chlorophonia cyanea

134) Saira lagarta Tangara desmaresti

135) Saira canário Piranga flava

136 Saira sapucaia Pipraeidea melanonota

137) Sanhaço do coqueiro Thraupis palmarum

138) Sanhaço do encontro Thraupis ornata

139) Sanhaço frade Stephanophorus diadematus

140) Sanhaço cabeça negra Schistoclamys melanops

141) Sanhaço rei Thraupis sayaca

142) Sanhaço papa-laranja Thraupis bonariensis

143) Saracura Aramides saracura

144) Seriema Cariama cristata

145) Siriri Tyrannus melancholicus

146) Soldado – pega – Inhapim Icterus cayanensis

147) Tangará chifrudo Antilophia galeata

148) Tangará do amapá Piptra rubrocapilla

149) Tangará do Recife Chiroxiphia pareola

150) Tangará rendeira Manacus manacus

151) Tangará verdadeiro Chiroxiphia caudata

152) Tangarazinho Ilicura militaris

153) Tejo – sabiá do campo Mimus saturninus

154) Tico-tico Zanotrichia capensis

155) Tico-tico rei cravina Coryphospingus pileatus

156) Tico-tico rei vermelho Coryphospingus cucullatus

157) Tico-tico da mata Arremon taciturus

158) Tiê preto Tachyphonus rufus

159) Tiê sangue Ramphocelus bresilius

160) Tiê sangue amazonas Ramphocelus nigrogularis

161) Tiê tinga Cissopos leveriana

162) Tiriba Pyrrhura leucotis

163) Tiziu Volatina jacarina

164) Trinca ferro – pixarro Saltator maximus

165) Trinca ferro – Temp.Viola Saltator similis

166) Tucano – acu Ramphastos toco

167) Uru Odontophorus capoeira

Escrito por Gabriel Andrade, em 2/9/2003