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Ele, Eles e Nós

Uma visão do primeiro grande evento

Saio de casa à 1 hora da manhã…Vou com 2 companheiros…Logo que passo por Ribeirão Preto vou descobrindo que pedágio da mais lucro que poço de petroleo…Tantos pedagios vao nos irritando, mas as expectativa do primeiro torneio oficial da COBRAP nos fazem esquecer as tristes mazelas dos nossos dirigentes… O pau come e as 11:00 estou no Hotel Colorado… Cheguei de prima sem saber o exato local. Almoçamos em frente e ja ouvia um picharro, bicudos, curios e tantos outros batendo firme num prenuncio do que vinha pela frente. Tomamos um banho pra trocar o frio daqui pelo saudavel calor de lá…Ligo pra ele, estou em um bar de parentes, ele atende e diz que ja vai me pegar pra uma rodada em criatorios de Brasília. O Onir chega pra me levar… O papo ta bom…Sou adotado juntamente com meus passaros pelo Onir que parou tudo e só me deixou quando os motores roncaramrumo ao frio novamente.

O suco de cevada rolou solto e à noite ao chegar ao Colorado os vejo…Ele e eles…Com a infinita paciencia que Deus le privilegiou, discutindo em telão os caprichos e egos da sua prole…Todos atentos…Vou falar, me cortam e ele intervem, me ajuda…me salva. Ai o outro ele, o Fernando tambem me ajuda e até quem dormia, acorda…bate palmas e diz: muito bem Magelão. to contigo e não abro…Os do contra perdem o rebolado… liderança é nata, não se adquire…E a noite não se dorme; o agito balança calmamente o Colorado…

Sabado; no almoço a coisa ferve, ele; agora o Airton, que ja na madrugada se movia, movido não se sabe por que força, lá esta a nos assessorar. O almoço…nem e bom falar sobre ele… é encantador…A floresta que “ele” fez em seu pequeno e nobre espaço, me encanta e vou aprendendo um pouco mais sobre capricho e dedicação… Ele o Fernando…Até Deus se comoveu e mandou uma garoinha de São Paulo esfriar os animos e nos ajudara a deglutir um menú exótico feito com carinho e regado a emoção. Dona Lucia e seu parceiros dão uma aula de recepção e talento. Se tivesse garçon estragava…foram perfeitos e me senti tão bem quanto em meu reduto. Pela primeira vez converso com o Efrem com uma visão e um futuro de esperanças… Aprendo e admiro…As caravanas vão chegando… Nosso circo esta quase armado. Cometo um delito…Volto pro bar dos parentes e com os Picinini e o Julio e o Carioca, mais o grande Onir fomos entornando o suco de cevada, mais os tira gosto mineiros sevidos por mãos habilidosas e do ramo. Atrasamos pro jantar, perdemos os ônibus e que jantar…Até cantar eu cantei…Voltamos e fomos ( e ai Ramatis ) so cantando coisas do Lupe. O Cleber descobri uma mãe e uma filha e na sacanagem ja sou seu sogro…safado…Cançado adormeço e acordo com a quizumba dos colegas de quarto em plena madrugada…. Tudo é festa…Viva Santo Aloísio…Amanhece e meu fiel escudeiro esta de plantão. e vamos pro colegio Marista…A coisa ferve…Vou reencontrando a velha e a jovem guarda…Um renomado me toca e pergunta: O que esta acontecendo? estou por fora…Só pode ser coisa dele; é da Cobrap! Puxa! Que saudades…Só ele mesmo pra conseguir…e olha que o ultimo que ele comandou foi em 1988 e só este pode servir de comparação…Temos que nos curvar à sua competencia e persistencia…Que Deus o ilumine e nos guie…Daqui a pouco, como estivessimos na Suécia tambem lá vem ele, desta vez o Fernando com todo o pessoal do Ibama…Se integram, conversam e orientam…Talvez uma coisa impar na história…Vieram ver de perto…sentiram e ajudaram…Deram um exemplo do que é ser servidores públicos, e mesmo não sendo passarinheiros, foram compreender nosso hobby e nossa história…Deram um grande exemplo…Sairam do gabinete e foram a campo…Poucos têm a grandeza do que fizeram…Gente comum com gente comum…Inacreditavel até há pouco…quanta democracia e esperança em servidores idealistas e promissores do progresso que apoiaram…Parece outro país…E nós ali…embasbacados…imaginando…Ele o Aloísio…que bela e singular representante nós temos…quanta paciencia, amor e dedicação…quanta perseverança…Ele o Fernando…que leva seus pares pra que nos vejam como cidadões contribuintes e adoradores de passaros…Ele o incansavel Airton…que não sabia mais o que fazer com tantas atribuições, mas queria o bem de todos…Ele… o presidente de todos, enfim conseguiu a proeza de reunir-mos a todos e fazer aquela festa…Os presidentes das federações deram mostra de liderança e compreenção…Só faltou chover passarinho de graça e de repetição…Nunca houve como antes…E pensar que ele dirigiu o ultimo em 98, em Uberaba e mostra sua força, timida e segura e tras o Brasil inteiro pra ali de 4 bater palmas…Imaginem se não estivessemos vivendo uma crise financeira sem precedentes…Bateriamos todos os recordes…Quantos Kms tem do DF até Belem? Se em todos os Ibamas do mundo, fossem a torneios e exposições, que nos conhecessem e nos orientassem…Se tivessemos muitos Aloísios, Fernandos e Airtons. Da barraca do sol nascente, fui vendo nascer um novo compromisso…uma nova possibilidade…sonhamos acordados…Na volta, como nas curvas das estradas de santos, a 128 por hora o guarda me perdoa; ao ver os passaros tao documentados, inclusive com gta. Ja estou com saudades do proximo…Precisamos falar dele, deles e que eles nos ajudem a todos nos…Aos invejosos e do contra ; se precisarem de ajuda…que Deus lhes ajudem…Ja temos os nossos…

Escrito por Geraldo Magela Belo, em 2/9/2003

Economista tem paixão por curiós

Criação

Rio Branco – Acre, domingo, 3 de agosto de 2003O economista que tem paixão por curiós

Criador de pássaros em cativeiro tem propostas para ecoturismo e repovoamento das matas

TATIANA CAMPOS

Pavarotti, Curisco, Paulistinha, Maria Bonita, Shirley, Maria Teresinha. Ao todo são mais de 50 curiós, devidamente “batizados”. Eles ocupam os espaços privilegiados da casa, como a varanda, corredores e até o quarto principal. Não gostam de pessoas com óculos, chapéus, vassouras e são terri torialistas, nada de vizinhos ao seu lado. Os pássaros do economista Celso Garcia Lima têm uma missão que vai além do canto mavioso: ajudar o dono a repovoar as matas com a espécie, uma maneira de pedir desculpas à natureza pela ação predatória do homem. Essa é a proposta que o criador quer levar ao Ibama.

Celso arrisca uma estimativa de quantas pessoas criam curiós em casa. A média, segundo ele, chega a duas mil. Porém, conhece apenas três que “tiram” o pássaro em cativeiro, o que muitos julgam uma tarefa impossível dada a sua dificuldade.

A criação de curiós em cativeiro, na qual o economista é o pioneiro, com a devida autorização do Ibama, é uma prática recente no Estado. Teve início em 1997. Vale lembrar que pegar o pássaro na mata é crime inafiançável, com penalidade prevista pela lei ambiental. Todos os passarinhos de Celso são anilhados pelo órgão.

“A criação em cativeiro tem suas vantagens. Além de aumentar a expectativa de vida dos pássaros, que pode chegar até 40 anos, enquanto na mata é de apenas 10, o canto deles se torna mais bonito pela alimentação e cuidados que recebem”, explica Celso, que é apaixonado pelos curiós desde os 14 anos.

Pássaro tem alto valor comercial

Para ter um curió macho em casa basta ter cuidados com alimentação à base de alpiste, água e higiene da gaiola, um dos passos mais importantes da criação. Já para criar os pássaros em cativeiro, com procriação da espécie, é necessária uma série de medidas.

Segundo Celso, a primeira é ter dedicação. O curió acorda às 5 horas. É preciso também que seja criado num lugar tranqüilo, ter cuidado com as crianças para que não mecham com os pássaros. A compra de vitaminas fora do Estado e muita higiene também são importantes.

“Eu tive que me virar sozinho em muitas coisas para cuidar melhor dos meus curiós. Aprendi a cozinhar uma broa de milho, que eles gostam, e até a costurar para fazer a proteção das gaiolas”, comenta o criador.

Celso não cria os pássaros com objetivos comerciais e diz que no Estado a pratica não tem muito retorno financeiro, o que dita o preço do passarinho, que em geral varia de R$ 100 a R$ 3 mil, são o canto e a valentia.

Em cada região, um canto diferente

A temporada de procriação dos curiós começa em agosto e dura toda a época das chuvas: o inverno amazônico. Celso tira 40 filhotes a cada ano. Quem comercializa tira mais de 50.

Em cada região do país o curió tem um canto específico. No Acre, Celso conta que os cantos mais bonitos são dos pássaros de Xapuri, Cruzeiro do Sul e Rio Branco. Ele gravou um CD em estúdio com o canto de seus curiós. Em outros estados acontecem torneios entre os pássaros, que competem para mostrar qual tem mais fibra (mais valentia) e canta mais bonito. “A nossa vontade é trazer essa prática para o nosso Estado também”, ressalta o criador.

No Acre, a exploração do pássaro e o contrabando para outras regiões e países parecem não estar tão descontrolado como em outros estados, segundo Celso. “No Pará, chegam a pegar 300 curiós de uma vez. Aqui temos a disque-denúncia do Ibama, e peço para os que verem esse tipo de crime denunciar. A fiscalização, pelo o que eu acompanho, tem sido eficaz.

Curiós atraem ecoturistas

Celso ressalta que os curiós têm um potencial turístico muito forte e são capazes de atrair turistas estrangeiros. “A prova de que é uma saída para o ecoturismo é que já existe em Rondônia um hotel aonde os gringos vão para ver e filmar o pássaro”, diz.

Outra proposta do criador é de criar uma parceria com o Ibama para que cada criador solte na mata uma quantidade de curiós, a fim de repovoar a natureza com o pássaro. “Antes, esses pássaros vinham nas janelas das casas. Eram comuns até mesmo na cidade. Hoje, ele não corre mais risco de extinção, mas não está numa condição muito boa”, explica.

SERVIÇO – Os interessados em criar o pássaro em cativeiro podem procurar o criador. “O investimento inicial é de aproximadamente R$ 500. Eu posso dar algumas orientações. Tenho livros e vídeos sobre os curiós”. O contato dele é 224-3549.

Escrito por Tatiana Campos, em 2/9/2003