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A COBRAP – Reunião 05.07.03

O Relatório da reunião COBRAP – 05/07/03

A reunião foi aberta pelo Dr. Aloísio Pacini Tostes, presidente da COBRAP. Iniciou lendo uma mensagem enviada ao Dr. Rômulo José Fernandes Barreto Mello, Diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros do IBAMA, a qual reproduzimos a seguir:

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Ofício PRES nº 04/2003 Taguatinga/DF, 03 de julho de 2003

Ao Senhor Diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros do IBAMA

Dr. Rômulo José Fernandes Barreto Mello

Brasília – Distrito Federal

Assunto: IN01/03 – Funcionamento da atividade da criação amadorista de passeriformes de forma organizada e regular –

Senhor Diretor,

Vimos até essa Diretoria de Fauna e Recursos Pesqueiros, solicitar o obséquio no sentido de colocar em funcionamento o Sistema SISPASS, o mais rápido possível, uma vez que está se iniciando um processo de obstaculização das transações que certamente poderá gerar grandes dificuldades adicionais futuras.

2. De um lado, a espera pelo funcionamento pleno do SISPASS está provocando o adiamento, pelos órgãos do IBAMA, do recadastramento e da homologação dos novos cadastramentos, impedindo a efetivação do Cadastro Técnico Federal dos criadores, determinado por lei, prejudicando a transação legal, prevista e autorizada na IN-01/03.

3. De outro lado, preocupa-nos o fato de extinção do CTP, visto que a absoluta maioria dos criadores não possuem acesso à Internet e como a senha é “pessoal e intransferível” esse fato poderá provocar situações de violação nos respectivos registros e arquivos, somos pela continuidade da existência do CTP ou documento similar.

4. Acresce ainda dizer que grande parte dos criadores está reclamando da inexistência nos escritórios regionais desse Órgão, de estoque de anilhas, para que sejam colocadas nos pés dos filhotes que estão nascendo, inclusive porque estamos à véspera do inicio da nova safra de criação a iniciar-se no mês de agosto e não há, segundo estamos sendo informados previsão exata do início da entrega desta peça de marcação.

5. Levando em conta que as questões, acima expostas, poderão agravar ainda mais a situação de certo descontrole, que já está havendo na criação amadorista, com o atraso na entrega das anilhas, talões de CTPs e, respectivamente, a homologação do cadastramento e o recadastramento dos criadores novos e atuais, pedimos-lhe encarecidamente, Sr. Diretor, que estude a possibilidade de atender, com a possível celeridade, as nossas solicitações e que assim possamos regularizar os procedimentos de muitos milhares de brasileiros que se dedicam à criação doméstica de passeriformes.

6. Considerando ainda, que criadores amadoristas de passeriformes estão empenhados em agir com seriedade, dentro do que determinam as normas vigentes, mas a falta de anilhas e CTPs, e o atraso nos cadastramentos e recadastramentos, estão dificultando a ação legal dos criadores, em proveito do tráfico ilegal, recentemente tratado pela CPI da Câmara Federal, onde ficou evidente a contribuição, legalidade e lisura que, tanto a sociedade civil, quanto as autoridades constituídas, esperam de nós.

7. Isto posto, afirmamos-lhe que o principal motivo do encaminhamento das presentes inquietações está no fato de que não podemos permitir que a COBRAP e o Poder Público se ausentem do problema, sob pena de corrermos o risco de estar contribuindo ou favorecendo a prática da ilegalidade.

8. Na convicção de que nossos argumentos serão acatados, aproveitamos a oportunidade para renovar nossos protestos de estima e alta consideração.

Atenciosamente AloísioPacini Tostes

Presidente da COBRAP

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Revista da COBRAP.

A seguir o Dr. Aloísio Pacini Tostes, comentou que desde a sua fundação, um dos objetivos da COBRAP foi ter um veículo impresso, por onde poderiamos propagar as ações, os objetivos e as realizações para todo o segmento ornitolófico, dando uma abrangência muito maior que a internet, já que nem todos a acessam, ocorrendo este fato mesmo entre aqueles que tem um computador em casa.

Continuando, disse que um investidor o Antonio Alves de Souza, acreditando que, uma revista voltada para as ações da COBRAP, visando difundir idéias e conhecimento teria sucesso sob a ótica de um empreendimento econômico e financeiro, propôs-se custear o lançamento do 1º número de uma revista. Esta proposta surgiu após estudos de viabilidade econômica, obtendo-se a certeza, que com a receita gerada no 1º exemplar, haverá recursos necessários, para que se torne um produto auto-sustentável, sem a necessidade de investimentos posteriores.

Manifestando o seu apreço por esta proposta, o Dr. Aloísio Pacini Tostes afirmou que seria uma excelente forma de levar a informação para todos as regiões do país e assegurando a integridade das mesmas. Desta forma estaremos evitando a propagação de informações desencontradas, que podem comprometer o nosso projeto de trabalho dentro do segmento ornitolófico e da própria sociedade.

O Sr. Geraldo Magela Belo, um dos idealizadores desta proposta, lembrou que uma das preocupações está vinculada à perspectiva atual de auto-sustentação financeira junto aos Clubes que é assustadora, perigosa e catastrófica, já que na sua maioria estão ou estarão inviabilizadas a luz das tendências atuais. Desta forma, a revista, seria um benefício adicional que poderia estar disponibilizado através do Clube para os seus associados, com seu custo embutido dentro das anuidades a serem praticadas. Apresentou algumas estimativas orçamentárias iniciais, feitas considerando-se uma tiragem de apenas 10.000 exemplares, onde pressupondo-se o custo final para o assinante de R$ 5,00, uma revista com 52 páginas coloridas, já geraria receitas para os Clubes, Federações e a Confederação, antes de computarmos receitas adicionais oriundas da propaganda no interior da revista.

Defendendo o conceito, onde a maior parcela de participação nos lucros auferidos devam ficar para o caixa dos Clubes, já que serão os principais agentes de distribuição da mesma, voltou a afirmar que temos no momento a oportunidade de criar mais uma ferramenta estrategicamente importante para revitalizar a vida financeira dos Clubes, com uma revista de conteúdo informativo e instrutivo. Concluiu citando como exemplo a FOB – Federação Ornitológica Brasileira, que recentemente adquiriu uma área no município de Itatiba de mais de 5.000 metros quadrados, e construiu um enorme galpão para as suas atividades, com grande parte dos recursos oriundos da Revista Brasil Ornitológico.

Manifestaram-se outros Diretores presentes à reunião, mostrando-se todos de acordo em levar este projeto adiante, pois além de representar mais um passo na reorganização do nosso segmento, o fato de termos um investidor custeando a sua implementação em curto prazo, proporciona a comodidade de não ter que aguardar um momento posterior onde a condição financeira da COBRAP permitisse a implementação de um projeto semelhante. O acordo sobre toda a questão será firmado em Assembléia Geral a ser realizada em Brasília DF no dia 16.08.03 .

Renaves – O nosso banco de dados.

O Dr. Aloísio Pacini Tostes, descreveu o RENAVES, disponível neste momento na internet o www.renaves.com.br , como mais uma ferramenta que poderíamos incorpora-la na nossa atividade, pois além de já estar pronta e disponível, poderemos incrementar novas ações organizativas em nosso segmento.

Lembrando que ainda deparamos-nos com um problema de credibilidade, não valendo permanecermos na busca de identificar as culpas ou culpados, mas sim buscar assumir ações efetivas que possam reverter este aspecto nefasto do nosso segmento, o RENAVES daria a transparência necessária, suprindo lacunas presentes, e, mostrando aos órgãos públicos, a sociedade organizada e aos nossos próprios colegas de atividade, que trabalhamos em acordo com as leis vigentes.

Assim o RENAVES, apresenta-se como uma poderosa ferramenta, disponível para todos indiscriminadamente, que voluntariamente desejem participar do mesmo. Para o Criador ou Mantenedor de pássaros, servirá como um banco de dados, onde poderá ter registrado todo o seu plantel, a arvore genealógica dos mesmos, bem como divulgar disponibilidades para transações. Para os órgãos fiscalizadores, poderá servir para averiguação da composição de plantel, e, por ter sido desenvolvido na linguagem SQL, torna uma base de dados que poderá estar amigavelmente integralizada com o SISPASS.

Mesmo tendo conhecimento do projeto SISPASS elaborado pelo IBAMA, o RENAVES não conflita com o mesmo, uma vez que, além de compor com dados exatamente iguais, por tratar-se de uma estrutura modular e flexível, podemos ter vinculado novas informações, voltadas exclusivamente para o dia a dia da nossa atividade, tais como certificação de criadouros, genotipagem e sexagem de pássaros, disponibilidades para transações, tudo em tempo real, disponível para qualquer consulta.

Através de senhas, com níveis de acesso diferenciados, permitirá que o Criador e os Órgãos Fiscalizadores tenham acesso irrestrito a todo o plantel. Para a sociedade, o acesso será permitido apenas para informações previamente selecionadas, tais como, a arvore genealógica ou de pássaros disponíveis para transações.

Por tratar-se de um empreendimento privado e de participação voluntária, o custeio deste banco de dados, ocorrerá na forma de recolhimentos de taxas desde o cadastramento proporcional ao número de aves, até as ações efetuadas nas movimentações inerentes ao plantel do Criador. Como o custeio visa apenas a manutenção deste banco de dados, as taxas serão ínfimas, o que tornaria difícil o seu recolhimento toda vez que houvesse uma alteração no banco de dados. No entanto, através de um processo cumulativo, uma vez atingido o valor mínimo de boleto, seria emitido o mesmo para seu efetivo recolhimento em agencias bancárias.

O Sr. Geraldo Magela Belo, lembrou que este projeto foi financiado até agora por alguns empreendedores, mas que através da participação de todos, terá sempre a sua manutenção assegurada de forma auto-sustentável, lembrando que as taxas geradas na sua operacionalização custearão a sua manutenção.

Concluindo o Dr. Aloísio Pacini Tostes, lembrou-nos que com o RENAVES, teremos a garantia de controle das informações inerentes a todo o patrimônio genético presente no ambiente doméstico, bem como acredita que o Órgão Certificador deva ser a própria COBRAP, o qual exemplificando, atuaria como o Kennel Club, órgão certificador da Cinófilia, mas diferenciando-se no fato de ser uma entidade brasileira, baseada dentro do nosso território, promovendo desta forma que os recursos captados neste processo permaneçam no Brasil, algo que não ocorre no exemplo citado, uma vez que o Kennel Club está domiciliado na Inglaterra. Considerando que o custo para o participante será simbólico, e o benefício imensurável, afirmou que devemos incentivar que todos participem deste projeto.

De forma consensual, todos se mostraram em acordo com os conceitos apresentados deste projeto, ficando para nova oportunidade a deliberação dos detalhes da sua implementação, para tanto o Sr. Geraldo Magela Belo irá apresentar detalhadamente no Grupo de discussões da COBRAP um esquema de adesão e esclarecimentos maiores sobre o RENAVES. A implementação e a respectiva adoção pela COBRAP, incorporando-o será efetivada em Brasília por ocasião de Assembléia Geral a ser realizada em 16.08.03 na cidade de Brasília DF.

A Tecnologia para as nossas competições.

Ao longo de toda a história das competições estamos permanentemente pensando em formas de otimização e aprimoramento dos procedimentos adotados. A cada temporada, este tem sido o grande desafio para dirigentes, juizes, chefes e fiscais de rodas, expositores, etc …. Ainda nos sentimos penalizados vez ou outra pela máxima “é difícil competir com a caneta”.

Visando uma forma de aprimorar a contagem nas Rodas de Fibra, o Sr. Geraldo Magela Belo, apresentou uma idéia sui generis, fazendo-se uso de tecnologias baratas e já disponíveis no mercado. Afirmou que se aceitarmos a adaptação de pequenos microfones bidirecionais nas gaiolas, onde captariam apenas os cantos emitidos pelo pássaro, não haveria dificuldades em desenvolver-se um software, que faria a contagem de cantos, substituindo a ação manual que temos até os dias de hoje.

Recorrendo a este tipo de ferramenta, teríamos disponível em tempo real, projetadas em telões, a produção de cantos apresentada por um pássaro,. O resultado disto não seria diferente do que já presenciamos em turfe e outras competições. Comentou que neste momento, já tem vem sendo desenvolvido um protótipo, para que posteriormente seja submetido à apreciação da COBRAP.

Da mesma forma, o Sr. José Vilmar F. Martins comentou que está em fase de desenvolvimento um software que poderá servir como uma nova ferramenta a ser utilizada nas competições. Este software permitirá que no momento da inscrição, digitando-se apenas o número do anel do pássaro, seja gerada uma ficha que será encaminhada ao Juiz na Estaca de Canto. Da mesma forma, os resultados da apresentação, serão armazenados e disponibilizados no Site da COBRAP, onde com um histórico cumulativo, estarão sempre disponíveis para acesso e consulta do público. Lembrou que este software encontra-se em desenvolvimento acreditando que num curto período de tempo estará disponível para os primeiros teste.

Decisões para serem adotadas nas competições.

Por votação, foi unânime a decisão de que só serão aceitos nas competições expositores que estejam associados a algum Clube, em dia com suas obrigatoriedades associativas, e que deverá ser comprovado no momento da inscrição, apresentando a carteira do clube e o respectivo comprovante de recolhimento da respectiva anuidade.

Por sugestão do Sr. Thales Lopes Rezende Júnior, e, aceito unanimemente, ficou decidido que serão confeccionadas pela COBRAP, Cartelas Numeradas para serem utilizadas nas Etapas do Campeonato Nacional. No verso destas cartelas, constará um termo de responsabilidade do expositor, acatando um código de conduta, e principalmente, responsabilizando-se que o pássaro trazido para apresentar-se nas competições, está em acordo com a Instrução Normativa Nº 01/03/IBAMA, e a outras legislações vigentes para a nossa atividade.

No final da competição, as Cartelas não utilizadas, serão devolvidas a COBRAP, e, a sua parcela correspondente à receita gerada pelas inscrições, será imediatamente depositada na conta da COBRAP, ficando o Clube sede da Etapa de posse do respectivo comprovante de depósito

O Sr. Geraldo Magela Belo, propôs e foi aceito que será publicado semanalmente o saldo atualizado de caixa da COBRAP.

Comentários Gerais.

O Sr. Rogério Fujiura, lembrou que embora já tenha sido comentado da importância do equipamento áudio visual, o dia a dia tem mostrado cada vez mais a necessidade deste equipamento, que será uma ferramenta facilitadora do trabalho da COBRAP. Desta forma, estará publicando o primeiro balanço das contribuições ocorridas até o momento, acreditando que brevemente já estaremos de posse de um Notebook e um Data Show.

O Dr. Aloísio Pacini Tostes lembrou do Clube do Bicudo criado recentemente, onde se pretende a participação não só dos interessados por Canto, mas, também dos colegas que tem sua atenção voltada para Fibra. Concluiu afirmando que a COBRAP estará apoiando iniciativas para a constituição de Clubes específicos de outros pássaros, e como ilustração citou a possibilidade de Clubes do Pintassilgo, do Azulão, do Canário da Terra, e de outros pássaros.

Escrito por Ivan de Sousa Neto, em 2/9/2003

ATA Sintética de Reunião da COBRAP

ATA Reunião

No ginásio de competições e eventos das dependências da Sociedade Amigos do Curió – SAC, na cidade de Florianópolis em Santa Catarina, no dia 03 de maio de 2.003, iniciou-se às 10 horas a reunião cuja mesa foi formada pelo presidente Aloísio Pacini Tostes, presidente da COBRAP, Ilso Frigo, presidente da SAC, Paulo Rui de Camargo, Diretor Técnico da COBRAP e Ivan de Sousa Neto, Diretor Técnico da COBRAP, secretariando a mesa e redigindo esta ata.

Aberta a reunião, o presidente Aloísio Pacini Tostes, iniciou afirmando que: Estamos vivendo um momento de mobilização e esforço em todo o território nacional, e, quisemos aproveitar a reunião dos Sicalienses convidando os Consultores e Diretores da região Sul, para aproveitarmo-nos da oportunidade e realizarmos uma reunião setorial tratando de assuntos que estão em andamento. Assim, antecipadamente agradecemos os não Sicalienses presentes, em atenderem o nosso convite, deslocando-se até as dependências da SAC aqui em Florianópolis. Fazendo uma breve sinopse descreveu os motivos que culminaram com a fundação da COBRAP, ainda afirmando que: Estamos ainda na fase de diagnosticar os problemas e necessidades presentes em cada região. Por isto estamos viajando por todo o território. Precisamos estar unidos para que com a soma dos nossos esforços consigamos realizar nossos intentos, bem como ter quem nos representem em momentos em que forças contrárias à nossa atividade tentam difamar a atividade ornitolófica. Nos últimos 20 anos fizemos coisas maravilhosas, permitindo que aprendêssemos e evoluíssemos nas técnicas de criação e manejo, mesmo sem o apoio das universidades e dos órgãos defensores ou fiscalizadores das ações voltadas para a preservação do meio ambiente. No entanto precisamos de organização. Isto envolve seriedade, disciplina, objetivos e coerências nas ações. O IBAMA deve ser entendido como o parceiro e o intermediário entre o a atividade de ornitofilia e o poder público. Mesmo quando um ou outro técnico equivocar-se nas interpretações da lei, devemos buscar conversar, e assegurar o entendimento através do diálogo. Muitas vezes, a simples falta de comunicação cria distanciamento, dando ambigüidade da interpretação de critérios, e muitas vezes tornando-se contrárias as posições. A comunicação é de extrema importância. A internet reduziu as distâncias e ampliou os relacionamentos. O site www.cobrap.org.br será a principal ferramenta das nossas comunicações, dando agilidade na tomada de decisões, e, socializando toda as discussões de implementações em nosso dia a dia. A idéia do Eduardo Dornelles de criar o cobrap@grupos.com.br contribuiu para a interatividade entre os Consultores, Diretoria Técnica e Diretoria Administrativa dando um formato ágil para a operacionalização das nossas ações, e desta forma, quero aproveitar para render-lhe uma homenagem e agradecer-lhe de público pela excelente idéia proposta, e que está contribuindo muito, impedindo que a distancia geográfica pudesse representar um fator limitador entre nós. As competições nacionais terão um novo ordenamento, uma vez que com a COBRAP, conseguiremos sincronizar as ações entre as Federações. Estamos agora indo para a região Norte do país, buscando conversar com todos e assegurar para que os amigos desta região não fiquem desgarrados. Estaremos lá conversando e organizando-nos. Temos problemas seriíssimos para equacionarmos. Citamos o caso da Patativa, cuja taxonomia não está resolvida. Precisamos classificar a Patativa, e temos até uma proposta de nome dentro desta classificação taxonômica que é ramagelanica como um reconhecimento ao esforço intenso e pioneiro de preservação desta ave que vem sendo empreitado pelo Ramatis e o Magela, buscando desenvolver técnicas de manejo e reprodução destes pássaros em ambiente doméstico, e sabemos que sem esta iniciativa não teríamos nenhuma garantia para assegurar a preservação deste pássaro em nossa avifauna. Estamos também com os olhos voltados para a exportação, e, para isto, precisamos mudar a classificação do Curió, pois como bem sabemos, não foi identificada a existência deste pássaro no território angolano, representando um equívoco na nomenclatura, exigindo que tenhamos uma revisão urgente em sua classificação taxonômica, pois só assim poderemos apresentar o Curió como um produto autentico da avifauna brasileira. Ressaltamos ainda que o compromisso da COBRAP restringe-se à exportação de produtos tipicamente nacionais, tendo seus olhos voltados exclusivamente para os pássaros nativos do Brasil. Finalizou lembrando-nos que numa parceria entre a COCPAN, o SEBRAE e a COBRAP estará sendo criado um Certificado de Qualidade, que definirão um conjunto de protocolos para orientar a reprodução de nossos pássaros, visando assegurar a uniformidade de procedimentos e padronização de produtos que serão objetos de exportação, lembrando que este projeto assemelha-se ao Selo Verde que certifica manejo de florestas de acordo com as políticas ambientais, e, define critérios de produção de móveis no mercado moveleiro brasileiro, a partir da utilização de madeira que foram correta e legalmente extraídas das florestas brasileiras.

O Diretor Técnico Paulo Rui de Camargo, lembrou que a exportação de pássaros, é uma excelente opção para viabilizar economicamente a atividade de criação comercial de pássaros, buscando substituir os pássaros brasileiros, que entram nas principais economias do exterior através do tráfico, um dado que pode ser facilmente constatado através de visitas aos EUA ou na Europa.

O Diretor Técnico José Carlos Luz Martins, afirmou que um reflexo importante, como desdobramento da ação de exportação de pássaros, será a divulgação que ocorrerá através da mídia, pois, falando de pássaros exportados, implicará em reconhecer que existe a criação legalizada, dando visibilidade para a nossa atividade, bem como, implicará num aprimoramento constante das técnicas de manejo, despertando interesse das universidades tanto no desenvolvimento de pesquisas voltadas para o segmento passeriforme, como estimulando a formação de zootecnistas e veterinários especializados no nosso segmento. Ressaltando por fim a agregação de um benefício adicional para o criador amador, que estará também sendo beneficiado com estas mudanças, passando a ter acesso a novas técnicas de manejo e contanto com profissionais especializados nas medidas profiláticas, algo que tanto carecemos até os dias de hoje.

O Consultor Estratégico Rogério Fujiura, lembrou que mudanças também ocorrerão nas opções de criação, pois, os valores que tanto prezamos nos predicados genéticos (como fibra e repetição) das aves canoras, não estarão no foco de interesse do mercado exterior. Lembrou que aves coloridas serão mais valorizadas neste novo mercado, implicando que pássaros mais valorizados entre nós como o Bicudo e Curió, terão seus preços relativos barateados, enquanto produto para exportação. O reflexo imediato que constataremos será que Azulões, Saíras, Tiê Sangue, e outros pássaros que tem uma plumagem mais atraente, despertarão maior interesse, terão maior demanda e conseqüentemente melhores preços no mercado internacional.

Mudando de tema, o Consultor Estratégico Rogério Fujiura, manifestou preocupação com uma maior profissionalização na organização dos Torneios, sugerindo que se tornasse uma atividade ampliada, ao invés de restringir-se numa única manhã dominical de competição. Sugeriu que abolíssemos as formas tradicionais, buscando ampliar o tempo de duração de cada etapa do Campeonato Nacional. Afirmou que em atividades com duração de quatro ou “n” dias, de forma que os pássaros possam se apresentar mais de um dia, tendo a chance de se recuperar caso não vá bem em alguma apresentação. Em paralelo faríamos exposição de filhotes ou mesmo adultos para vendas, com a apresentação ou não de seus pais. Propõe ainda no mesmo evento, palestras de Educação Ambiental, tratando de temas que sejam relacionados com a nossa atividade que é a criação em domesticidade, com convite aos órgãos que atuam na nossa área. Comentou que a queixa que já ouviu em conversas informais com a Policia Ambiental, era de que quando eles vão fazer palestras em escolas, por desconhecimento só podem abordar temas relacionadas ao tráfico, contribuindo de forma negativa para a formação de opiniões. Por outro lado, sabemos que a população desconhece a criação como o mais eficaz meio de combate ao tráfico e de preservação de espécies. Sugeriu ainda que por comparação, poderíamos verificar o resultado da criação de vários colegas, e, estabelecer um concurso, onde porte, beleza e canto poderiam ser apreciados, e desta forma, durante as manhãs, teríamos os torneios e apresentações, reservando o período da tarde para exposição. Poderíamos convidar fabricantes e comerciantes em geral para exporem seus produtos, desde alimentos e acessórios, até todos os produtos afins, algo que também seria gerador de receitas para a organização do evento. Lembrou por fim que a organização poderia ser entregue a empresas especializadas em promoções deste tipo de evento, gerando rendas para a Federação, para o Clube sede e para a própria COBRAP.

O Diretor Técnico Fábio Paiva Júnior, prontificou-se em adaptar os regulamentos hoje existentes na FOB (Federação Ornitológica Brasileira), para os nossos pássaros, aproveitando-se de sua larga experiência em competições assemelhadas, e, comprometendo-se estar oportunamente apresentando esta adaptação, como um novo regulamento a ser adotado pela COBRAP, assegurando o surgimento desta nova modalidade em nossas atividades.

Dos diretores da SAC presentes, o Sr. Edelvis Raposo dos Santos (MARLON), Diretor de Eventos da SAC, pediu para manifestar-se afirmando que: Há 20 anos atrás já precisávamos desta Confederação, pois basta vermos o quanto fomos nos enfraquecendo a ponto do IBAMA ter sido obrigado a assumir todo o controle da nossa atividade. Crio pássaros há 40 anos, e, ao longo deste tempo já tivemos momentos muito melhores onde as competições foram boas com a participação intensa envolvendo expositores de todo o Brasil assegurando que as competições tivessem o verdadeiro caráter de nível nacional e hoje vemos a esperança ressurgir com o nascimento da COBRAP. Parabenizo a todos que estão envolvidos nesta empreitada, pois percebemos que nosso segmento volta a promover um esforço sincero no sentido de se organizar, o que nos permite acreditar que resgataremos o orgulho de ser passarinheiro. Tivemos desentendimentos fruto de vaidades, quando em nossa atividade o artista deveria ser o pássaro, e, isto perdeu-se com o tempo. Vejo este momento como a ressurreição de nossa atividade, e, parabenizo o Aloísio por ser uma pessoa que conseguiu com a sua sensibilidade e com a sua capacidade de assegurar o diálogo mesmo diante de tantos infortúnios, reunir todos nós num momento que estávamos distantes uns dos outros, conseguindo trazer-nos para sentarmos na mesma mesa, e traçarmos projetos afeitos aos nosso interesses, objetivos em favor de nosso hoby.

O Sr. Ilso Frigo, Presidente da SAC, aproveitou o ensejo para agradecer o fato da sede da SAC ter sido eleita para a ocorrência desta reunião, buscando deixar claro que as portas estarão sempre abertas, agradeceu a todos pela presença, e aproveitou para manifestar o seu apoio incondicional a COBRAP, afirmando também que na 6ª Etapa do Campeonato Nacional, que ocorrerá em Dezembro de 2.003 na cidade de Florianópolis, caso ocorra da Federação Sul Brasileira não assumir formalmente até o final do mês de junho a sua organização, a SAC assumirá de imediato este compromisso, garantindo que esse campeonato seja realizado.

Nos momentos finais, antes do encerramento da reunião, foi solicitado a todos os presentes que se identificassem numa lista de presença, o qual relacionamos abaixo:

Nome Localidade

Aloísio Pacini Tostes Ribeirão Preto – SP

Ilso Frigo Florianópolis – SC

Jorge Guerreiro Heusi Florianópolis – SC

Marcos Figueiredo São Paulo – SP

Vanderlei Teixeira São Paulo – SP

Luiz Antônio Taddei Jacareí – SP

José Carlos Luz Martins Belo Horizonte – MG

Paulo Rui de Camargo São Paulo – SP

Daniel Martins Florianópolis – SC

Waldomiro Valentim Gomes Junior Florianópolis – SC

Eduardo Trigo Álvares Dornelles Poá – RS

Luiz Fernando da Silva Cirne Porto Alegre – RS

Dirço Amaral Florianópolis – SC

Samuel Crispin Florianópolis – SC

Nicolau Antônio Meurer Marques Porto Alegre – RS

Ricardo Nunes Florianópolis – SC

Rodney Ramos Florianópolis – SC

Manoel Pedro Camillo Florianópolis – SC

Rogério Fujiura São Paulo – SP

Daniel Ramatis Caxias do Sul – RS

Fábio Paiva de Sousa Júnior Porto Alegre – RS

Diego Gonçalves de Azevedo Florianópolis – SC

Diogo G. E. da Silva São Paulo – SP

Paulo Eduardo do Nascimento Taboão da Serra – SP

Sidney Agostinho Réch Florianópolis – SC

Humberto Winkler São Paulo – SP

Hans Emil Winkler São Paulo – SP

Edelvis Raposo dos Santos(Marlon) Florianópolis – SC

Araken Mafra Pinto Florianópolis –SC

Vidal Vanhoni Filho Florianópolis – SC

Jairo João Ferreira – Florianópolis – SC

José Avelino Pupe da Rocha -Porto Alegre RS

Michel Renso Fleck – Porto Alegre RS

Luiz Carlos Hanstchel – Florianópolis – SC

Escrito por Ivan de Sousa Neto, em 2/9/2003