Silvestre é Selvagem

Chega de duplo sentido

Temos visto muitos passarinheiros dizer que seus pupilos são “silvestres” , aí fica a pergunta: silvestre não é sinônimo de selvagem, da natureza. Sim, são palavras que dizem a mesma coisa. Insistimos muito nisso, chega de duplo sentido, porque é fundamental para a nossa imagem junto à sociedade uma definição mais apropriada. Sobre essa questão vejam o que enviamos ao IBAMA, como sugestão: “Necessário haver um conceito claro do que é um “silvestre” (selvagem/da natureza) vivendo livre nos ecossistemas e o animal nativo de origem silvestre nascido em cativeiro ou ambientes domésticos. Há sempre um embaraço e grande confusão causados por falta de uma definição apropriada. Chamaríamos de: “crioulo” o silvestre brasileiro e o tradicional “exótico” para indicar o silvestre do exterior, ambos “crioulos” e “exóticos”, nascidos em cativeiro, frutos do processo de manejo em criadouros, em estabelecimentos comerciais e jardins zoológicos. Justificativa: Há sempre uma dificuldade de compreensão por parte da sociedade do que é um animal silvestre (selvagem) de vida livre e um animal de origem silvestre nascido em cativeiro (ambiente doméstico); não se pode trata-los de forma indiferenciada porque neste último produto da intervenção humana no processo de reprodução que exige trabalho, dedicação e obediência a regras e normas definidas em Lei. Portanto, além de resultarem de ação perfeitamente legalizada, tem papel importante na proteção à biodiversidade e preservação de espécies ameaçadas pela caça ilegal e pelo tráfico de animais. Grande parte da opinião pública supõe, quando se fala em criadouro comercial de espécies silvestres, que se trata de permissão do IBAMA para se capturar animais na natureza e vendê-los, auferindo-se lucros sem a contrapartida dos trabalhos de reprodução.” Pois é, será que alguém concorda que um pássaro nascido em seu criadouro é um bicho selvagem ou silvestre??? Lógico, ele é um pássaro nativo criado!!!!!

Aloísio Pacini Tostes

Ribeirão Preto SP

Escrito por Aloísio Pacini Tostes, em 8/12/2005

Curió Preto Velho

O carinho venceu

Tópico: Curio Preto Velho

Mario Christ escreveu em 1/12/2005 17:29

Caso queiram publicar.

Trabalho e moro na Cidade de Estancia Velha, RS, desde de muito pequeno, na Cidade Natal de Cunha Porã,SC, ajudava meu Pai no trato dos Canários Terra. Mudei-me para onde resido, hoje e trabalho como Corretor Profissional de Seguros, há mais de 20 anos.

Dizem que passarinheiro é um vicio e posso afirmar que sim. Sempre ouvia meu Pai, ainda vivo, residente na mesma Cidade, contar que: “ao mudar-se para aquele estado de Santa Catarina, pois é natural do Rio Grande do Sul. Amanhecia ao canto dos curiós, deitado na cama ouvindo, segundo ele a melodia dos Deuses. Nunca pensou em capturar, sempre imaginou que ao acordar ouviria para sempre, o Canto do Amigo do Homem”. Hoje, já faz mais de 50 anos e neste tempo, vieram madeireiras, colonos e houve o desmatamento. Sumiram os amigos de meu Pai, talvez proximo a divisa do estado de SC/RS, nas barrancas do Rio Uruguai, possa se ouvir o tão saudoso canto.

Cresci ouvindo estas histórias, não me lembro dos bandos de curiós, que meu amado Pai falava. Talvez por já não existirem, bandos e muito menos, casais deste amigo passaro, em minha infancia. Mas, o amor por passarinhos já me havia contaminado e carregava este vicio saudavel em minhas veias. Sempre em minha casa tinha algum passaro, porem, nunca tive o previlégio de conhecer o Curió.

Muitos dizem que: Se sonhares com o teu objetivo, em algum momento teu subconciente, te levará até ele. Sempre sonhei e desejei conhecer e até poder ter este passaro.

Certo dia, com a agenda sobrecarregada, fui efetuar um contrato de seguro, em uma residencia no municipio de São Leopoldo,RS. Após negociar e fechar o contrato, olhei por sobre o muro vizinho e me deparei com uma cena muito triste. Pendurada em uma arvore uma gaiola imunda, com um pote de margarina com água podre e um pote com milho quebrado e um pássaro, quase que totalmente pelado, literalmente sem penas. Perguntei a dona da residencia, o que era aquilo? Disse-me, que era um passaro de seu filho, mas que o mesmo era muito relachado. Neste meio tempo aparece o mal feitor e me disse não saber que passaro era e movendo os ombros para cima e para baixo, me disse, vai morrer mesmo. Não suportei tanta frieza de um ser humano em relação ao passaro, e solicitei que me desse o passaro, eu tentaria recupera-lo. Pediu-me R$ 5,00 (cinco reias) dei-lhe R$ 10,00 (dez reais) e peguei a gaiola, fedia. Desloquei-me até uma Agropecuária de um amigo e comprei gaiola nova e todos os acessorios necessarios e fui correndo a um veterinário, infelizmente, não temos veterinários que entendam de passaros na Cidade, pelo menos, não que eu conheça, as conclusão do veterinário: a) Vamos acabar com a sofrimento desta ave; b) Não vale a pena o sacrificio e o cuidado despendido com esta ave; c) Caso queira cuidar dele ministre vermifugo, ferro, calcio e multi vitaminico e reze. Sobre a especie achou que era um azulão, ou um curio, ou ainda um bicudo. Receita na mão e lá vou eu de volta a agropecuária.

Levei para meu apartamento e comecei a cuidar desta “coisa”. Ministrei vermifugo, água, alpiste e painço, comida para canário e comprei uma papa para filhotes, tratei e comecei a observar a sua reação. Apesar de depenado, ele se comportava muito bem, um pouco fraco, mas conseguiu ficar no poleiro a noite. Fui para a internet e comecei uma verdadeira peregrinação entre os site de como criar passaros. Sempre usando o informe, de que poderia ser uma das tres especies, aprendi muito, mas o que mais me ajudou foi em um que dizia ser o calor uma arma poderoso para auxilio na cura de doenças. Adaptei uma lampada de luz, como forma de estufa e já na segunda noite ele pode ser aquecido artificialmente.

Dias passavam e a coisa, começou a apresentar melhoras, aparecendo alguns cartuchos de um inicio de penagem, esta por sua vez me permitiu, identificar o passaro que tinha em casa. Erá um Curió. Nova pesquisa na internet e agora só sites especializados no trato desta ave. Primeira informação. Ave em extinção. Segunda. Proibida a epreenção de passaros silvestres. Terceira. Somente poderia ter passaros silvestres se autorizado pelo IBAMA. Conclusão precisava solucionar o problema. Convencer meus amigos Veterinário e dono da Agropecuária a serem minhas testemunhas em um processo no IBAMA e mostrar a eles a ave e testemunhar o estado da ave quando chegou até as minhas mãos. Felizmente o pessoal nos atendeu muito bem e após longa conversa com os técnicos, tive que me cadastrar no atual SISPASS e anilharam meu passaro, com anilha aberta do IBAMA.

Hoje 01/12/2005, o Preto Velho, como carinhosamente o chamo, esta a tres anos comigo e nesta temporada começou a cantar. Após tres anos estou criando amadoramente seis femeas e dois machos. E o Preto Velho, neste dia pela manhã, galou pela primeira vez, nunca havia tentado cruzar com ele, porem ao retira-lo do local e leva-lo para o criadouro uma femea pediu gala e como estava com ele na mão levei ele até ela e ele se mostrou um mestre a natureza é prodiga.

E eu hoje, me sinto realizado, salvei e realizei um sonho vi e tenho um curió. O meu curió o “PRETO VELHO”.

Mario Luiz Christ

Rua Presidente Lucena, 3569 Apto 305 Centro Estancia Velha – RS

Escrito por Mário Luiz Christ, em 1/12/2005