Reciclagem de Óleo Comestível

Necessidade de preservar

Trago aos amigos uma sugestão para fazer sabão (http://www.valeverde.org.br/html/dicas2.php?id=21):

CREUPI DESENVOLVE PROJETO DE RECICLAGEM DE ÓLEO

COMESTÍVEL PARA PRESEVAR O MEIO AMBIENTE

Profa Dra Rosana M. Alberici

A questão do lixo está se tornando um dos problemas mais graves da atualidade. A reciclagem é uma forma muito atrativa de gerenciamento de resíduos, pois transforma o lixo em insumos, com diversas vantagens ambientais. Pode contribuir para a economia dos recursos naturais, assim como para o bem estar da comunidade.

Muitos estabelecimentos comerciais (restaurantes, bares, lanchonetes, pastelarias, hotéis) e residências jogam o óleo de cozinha usado na rede de esgoto, o que causa o entupimento da mesma, bem como o mau funcionamento das estações de tratamento. Para retirar o óleo e desentupir são empregados produtos químicos altamente tóxicos, o que acaba criando uma cadeia perniciosa. Além de causar danos irreparáveis ao meio ambiente constitui uma prática ilegal punível por lei. A presença de óleos e gorduras na rede de esgoto gera graves problemas de higiene e mau cheiro. O óleo mais leve que a água, fica na superfície, criando uma barreira a qual dificulta a entrada de luz e a oxigenação da água, comprometendo assim, a base da cadeia alimentar aquática, os Fitoplânctons.

O desenvolvimento e aperfeiçoamento de tecnologias de tratamento e reciclagem de resíduos é uma das áreas de atuação do Engenheiro Ambiental. Por este motivo, a Profa. Dra. Rosana Maria Alberici de Oliveira, responsável pelas disciplinas de Química Geral e Analítica das engenharias do CREUPI, vem desenvolvendo desde o início de 2002 junto com a aluna Flávia Fernanda Ferraz de Pontes do curso de Engenharia Ambiental, um projeto de reciclagem do óleo comestível usado nas frituras realizadas na cantina do bloco E do CREUPI.

O projeto baseia-se na reciclagem de óleo de cozinha usado por meio da produção de sabão. As primeiras evidências de um material parecido com sabão registradas na história foram encontradas em cilindros de barro (datados de aproximadamente 2.800 A C.), durante escavações da antiga babilônia. As inscrições revelam que os habitantes ferviam gordura juntamente com cinzas, mas não mencionam para que o “sabão” era usado. De acordo com uma antiga lenda romana a palavra saponificação tem sua origem no Monte Sapo, onde realizavam sacrifícios de animais. A chuva levava uma mistura de sebo animal (gordura) derretido, com cinzas e barro para as margens do Rio Tibre. Essa mistura resultava numa borra (sabão). As mulheres descobriram que usando esta borra, suas roupas ficavam muito mais limpas. A essa mistura os romanos deram o nome de Sabão e à reação de obtenção do sabão de Reação de Saponificação. A primeira patente do processo de fabricação de sabão data de 1791.

Este trabalho foi apresentado no 1o SIMPE-CREUPI, Simpósio de Pesquisa Extensão e Ensino, realizado de 17 a 19 de setembro de 2002 no CREUPI e está sendo aperfeiçoado para ser publicado e apresentado em simpósio específico da área ambiental.

Como todo trabalho relacionado ao desenvolvimento de produtos e metodologias para preservação do meio ambiente, esta pesquisa também apresenta uma abordagem multidisciplinar. Por este motivo, agradecemos o apoio da Profa. Dra Wânia de Oliveira Vianna, do curso de Farmácia, pela orientação na obtenção do óleo essencial do FUNCHO, o qual tornou o sabão mais atrativo do ponto de vista comercial e para higienização pessoal.

COMO FAZER O SABÃO

Procurando minimizar o impacto do descarte de óleo comestível usado no meio ambiente e na saúde humana e também, porque não, economizar, desenvolveu-se no curso de Engenharia Ambiental uma receita prática e barata de sabão caseiro, obtidas da memória das mulheres do meio rural e de antigas anotações. Para isso empregou-se óleo de cozinha usado das lanchonetes do CREUPI. É muito fácil fazer sabão caseiro. O material utilizado e o procedimento para confeccionar o sabão caseiro constam do quadro à seguir. O sabão confeccionado apresenta um aroma de erva-doce obtido pela adição de 5 mL de óleo essencial extraído da planta FUNCHO (Foeniculum vulgare L.) empregando-se o aparelho de Clevenger modificado (extração por arraste à vapor).

Material utilizado Procedimento

4 L de óleo comestível usado

2 L de água

½ copo de sabão em pó

1 Kg de soda cáustica (NaOH)

5 mL de óleo essencial

-Dissolver o sabão em pó em ½ L de água quente

– Dissolver a soda cáustica em 1 e ½ L de água quente

-Adicionar lentamente as duas soluções ao óleo

– Mexer por 20 minutos

– Adicionar a essência

– Despejar em formas

– Desinformar no dia seguinte

Agradecimentos ao Coordenador Prof. Gerson A. de Medeiros pelo apoio ao projeto.

Profa Rosana M. Alberici é Doutora em Química pelo Instituto de Química da UNICAMP, e atualmente ministra aulas no CREUPI, nos cursos de Engenharia Ambiental e Engenharia de Alimentos.

E-mail: rmalberici@hotmail.com

Flávia F. F. Pontes é aluna de Iniciação Científica e cursa o 4o nível de Engenharia Ambiental.

Escrito por Cesar Kato, em 24/11/2005

A Insensatez coletiva

Duro de agüentar

Texto retirado da Revista AO 127 – Nov 2005

A insensatez coletiva –

Aloísio Pacini Tostes –Ribeirão Preto SP

Somos poderosos, podemos alterar o meio ambiente, mover montanhas, voar até a lua, comunicar-se à velocidade da luz, entre outras façanhas conquistadas pelo homem do século 21. Só não fomos capazes de modificar as características de ser humano que somos: sensíveis, temerosos, e muitas vezes insensatos. Vejam agora essas questões de epidemia nos animais, a aftosa nos bovinos, a febre maculosa e a gripe das aves. É só alguém dizer algo a respeito que o fato se torna uma catástrofe iminente. A mídia agita e as pessoas se apavoram, começam a comprar remédios, vacinas e produtos para se precaverem contra uma desgraça que não sabem ainda direito qual sua dimensão. Lógico que, as autoridades devem tomar as providências necessárias, em seu âmbito, no sentido de adotar medidas profiláticas e preventivas objetivando evitar que o mal se alastre e vire uma pandemia. Até aí, tudo bem, todos apóiam e colaboram. Mas o que temos visto, na realidade, não se comprova, são boatos e alardes falsos que muito prejudicam as ações de quem depende de atividades inerentes para sobreviver, os prejuízos são enormes e muita gente que não tem nada a ver com a questão é que paga o “pato”, literalmente. Talvez, até interesses comerciais escusos que tem o único objetivo de prejudicar uns para favorecer outros segmentos internacionais. Vamos abordar apenas a questão das aves para citar dois fatos absurdos: o primeiro diz respeito a um papagaio – Amazona aestiva que faleceu em Londres provindo do Suriname – donde, pelas informações que temos, todos os animais exportados são capturados na natureza – que tinha estado em contato com outros silvestres lá na Ásia e que por isso, pretensamente haveria adquirido o tal vírus causador da tal gripe. Aí, pasmem, a Europa ficou em alerta, reuniões de toda a comunidade, proibições disso e daquilo, sugestão de não mais se mais importar aves, nascidas em criadouros registrados da América do Sul. Ou então, quem comer carne de frangos corre um grande risco de contaminar-se. Ora, sabemos que os animais que saem do Brasil, via Siscomex, ou para Pet ou abatidos são criados debaixo de uma rigorosa vigilância sanitária e não tem nada a ver com o citado papagaio, haja vista a necessária “quarentena” e uma enorme burocracia para a exportação legal. Mas lá não são essas questões que estão em discussão é pura agitação e insensatez.

Depois veiculou-se que a doença era proveniente de patos criados na Ásia que poderiam ter se contaminado com gansos selvagens migratórios, depois eram outras aves e que o mundo todo poderia se contaminar diante da migração anual de qualquer tipo de ave. Aí autoridades americanas, para acalmar a população apavorada, dizem que irão gastar bilhões de dólares para fabricação de uma nova vacina preventiva. O segundo caso aqui no nosso Brasil, proibiram-se exposições de animais de todos os tipos nos estados de Santa Catarina e Paraná, ninguém passa, barreiras sanitárias até para aves. O motivo: surto de febre aftosa que só acomete animais de pés rachados. Quase não conseguimos ir a um evento em Florianópolis, mais de 30% de participantes não foram de medo de serem parados nas estradas, precisou-se de uma autorização especial do Governador, depois que o secretário da agricultura havia negado o trânsito de aves, por escrito. Foi duro ter falar mais de cem vezes ao telefone para desmentir boatos e dizer que poderíamos viajar com tranqüilidade, assumindo uma posição, mas dúvida sempre presente. Agora, nos parece que as suspeitas em muitos casos não estão se confirmando e a situação vai caminhando para a se normalidade, e a verdade dos fatos transparecendo, pelo menos aqui no Brasil. Pois é, além de todos as incompreensões e percalços que enfrentamos, por criar e reproduzir pássaros nativos, dando um exemplo para todo o mundo de como se pode fazer preservação, ainda somos obrigados a de quando em vez, sofrer, nesses tempos modernos, pressões oriundas de uma insensatez coletiva, como essa.

lagopas@terra.com.br

Escrito por Aloísio Pacini Tostes, em 21/11/2005