Bouba Aviária

Prevenção e Profilaxia

Extraído do Livro Criação de Curiós e Bicudos de Aloísio Pacini Tostes

Ataca pouco os bicudos e curiós, mas acontece muito nos canários da terra e pintassilgos, notadamente nos criadouros onde há falta de higiene. Também chamada de Pipoca ou Varíola Aviária. É uma doença infecto-contagiosa provocada por vírus.

Percebe-se claramente quando as aves estão com essa doença pelos inchaços e pelotas nas pernas, nos pés, em volta do bico e perto dos olhos. Há ainda sinais de calvície. Ocorre a formação de nodulações de aspecto tumoral, às vezes contaminadas por bactérias, contendo pus e sangrando muito. As penas da região afetada costumam cair. A bouba interna pode formar verdadeiras aftas no trato digestivo e respiratório, causando morte de cerca de 80 a 90% do plantel. Na forma interna, pode causar diarréia, dificuldade respiratória e de ingerir alimentos, bem como nodulações nos pés, todas de caráter muito contagioso, é a que mais acontece com passeriformes nativos brasileiros.

Quando estão com essa doença em estado avançado, os pássaros quase não comem, ficam febris e acabam morrendo caquéticos. É um flagelo quando acomete os curiós, especialmente.

Não existe tratamento para a bouba, pois é causada por vírus. Quanto mais remédio se dá mais os pássaros sofrem sem nenhum efeito positivo. Teríamos que vacinar as aves todos os anos, porém, no Brasil não temos vacinas das cepas de vírus que acometem nossos pássaros. Alguns criadores arriscam dar vacinas importadas, contudo, estaremos trazendo para o País cepas que inexistem aqui e contra as quais nossas aves não tem nenhuma resistência, mas é a única solução para a cura e prevenção. Diz-se ultimamente que desinfetantes hospitalares de baixa toxidade e que ativa mesmo em presença de matéria orgânica tem também bons resultados na cura e notadamente na prevenção.

Um tratamento à base de Thuya brasilienses é muitas vezes preconizado para lesões externas, podendo ser passado nas lesões através de um pedaço de algodão embebido duas vezes ao dia. Deve-se ministrar esse remédio na água de beber durante 12 dias, a base de 5 gotas para 50 ml de água. Caso não haja o medicamento, podem-se tratar os locais atingidos com tintura de mercúrio cromo ou violeta genciana longe dos olhos, e perto dos olhos, água boricada. Alguns criadores tem administrado , com sucesso, o medicamento homeopático arnica potência CH6.

A profilaxia é a desinfeção e limpeza do criadouro, impedindo a ocorrência de mosquitos e moscas e o isolamento das aves doentes. As contaminadas e que se curam podem tornar-se portadoras sãs e tem resistência para o resto da vida.

Os pássaros mortos quando colocados imediatamente em congelador logo após a morte, podem ser usados para diagnóstico preciso da doença. Caso já se tenha essa certeza, devem ser cremados ou enterrados em vala com muito cal ao redor.

Escrito por Stella Matis Benez, em 2/9/2003

Bouba

Prevenção e Profilaxia

J.Bernardino

Consultor Técnico COBRAP – www.cobrap.org.br

Membro do Grupo – Sítio dos Carduelis – carduelis@grupos.com.br

A Bouba, também chamada de varíola aviária, difteria aviária, epitelioma viral. É uma doença altamente infecciosa e que causa grandes prejuízos aos criadores e seus plantéis. Essa doença manifesta-se em três formas diferentes :

Cutânea – caracterizada pelo desenvolvimento de nódulos na pele.

Diftérica – lesões internas do aparelho respiratório e digestivo, lesões na língua, faringe, laringe, etc.

Forma mista – apresentando os nódulos e lesões internas.

O causador dessa doença é o Pox vírus. A transmissão pode ser feita pelos seguintes agentes infectantes:

  •  De ave para ave através de lesões da pele ou mucosa;
  • Fezes;
  • O ar;
  • Através de picadas de mosquitos, ácaros de pele.

Podem também ser fontes de contaminação objetos/acessórios de criação e mesmo roupas e sapatos de pessoas.

 

Aves portadoras sãs

O período de incubação dessa doença é em torno de 4 dias em canários. O mesmo deve ocorrer em outros passeriformes como os Carduelis sp. Causa pneumonias, apnéias, dificuldades na alimentação(pegar os alimentos e com6e-los), diarréias, perda de peso e alto índice de mortalidade. Apatia, perda do apetite, febre, patas doloridas, coceira no bico.

A perda em uma infestação de grande porte pode chegar à 100% do plantel , é fato pois, as aves que não morrem, tornam-se portadoras sãs, tornando-se então fontes de contaminação. Portanto, teríamos que eliminá-las para que não infectassem novas aves que fossem introduzidas ao plantel. A forma cutânea é facilmente identificável pois, aparecem nódulos(pipocas) nas patas, en torno dos olhos, etc. A forma difterica só é diagnosticada com precisão com exames de necrópsia pois, as áreas atingidas são internas e os sintomas podem confundir-se com os de outras doenças. O correto, como para qualquer outra enfermidade, é ao menor sinal de anormalidade, separar-se o pássaro doente do resto do plantel, se possível e preferencialmente em outro ambiente, mantendo-o em observação e procurar-se ajuda profissional.

 

Imunização

A forma de imunização é a vacinação. A imunização total de um indivíduo só acontece após anos de vacinação portanto, esse processo deve ser repetido anualmente. Para aves nativas brasileiras não temos desenvolvidas no mercado vacinas contra bouba porém, existe vacina importada para canários(Serinus canarius) e que poderia ser usada para os nossos nativos. Esse ano vacinei todos os canários de cor de um criador amigo meu, cerca de 160 pássaros. E também alguns nativos que ele possui. Foram três pintassilgos, dois bigodinhos, um colerinha, um azulão, dois sanhaços, um caboclinho, um brejal e um patativa chorona. E todos estão bem, não sei se haverá imunização pois, teríamos que fazer vários testes laboratoriais e isso exige uma verba razoável. Uma alternativa para diminuir custos seria a formação de grupos de criadores para financiar esse tipo de pesquisa. Vejam bem, aplicar-se a vacina em várias espécies e fazer-se exames laboratoriais para se verificar a eficácia da vacina. É uma idéia válida e interessante para que os criadores pensem essa possibilidade pois, haveria um ganho para todos e aumentaria a segurança sanitária de nossos plantéis

 

Escrito por José Bernardino, em 2/9/2003